4 Atitudes para acolher colaboradores após evento traumático

Imagem de um homem sentado a mesa com as duas mãos no rosto demonstrando esgotamento

Processos de adoecimento grave, uma perda familiar repentina ou a perda do próprio lar durante uma tragédia natural são fatores que podem causar um trauma de choque ou evento traumático.

O corpo humano, apesar de estar preparado para enfrentar situações de estresse, pode sofrer um grande choque ao enfrentar de forma abrupta esse tipo de ocasião.

Após a pandemia do novo Coronavírus, o isolamento social e o afastamento de muitos colaboradores, os danos à saúde mental resultantes desse estresse contínuo podem se transformar em um Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).

“Do ponto de vista de acolhimento é importante ter cuidado para não invadir a privacidade da pessoa, pois pode ser que ela queira ou não falar sobre o assunto no ambiente de trabalho”, explica Ediane Ribeiro, psicóloga especialista em traumas.

O trauma pode ter muitos outros desfechos além do TEPT como por exemplo ansiedade, depressão, dependência química, adoecimentos físicos. São todos desfechos traumáticos diferentes do TEPT, mas não são fáceis de serem notificados.

“Não sabemos realmente precisar qual o percentual de pessoas que passam por traumas e retomam a vida sem maiores consequências”, ressalta a psicóloga.

O cuidado com a saúde mental do trabalhador exige atenção redobrada nesse período pós pandêmico, e um olhar voltado para ações que fortaleçam toda a equipe faz diferença nos resultados a longo prazo.

Para as empresas que querem saber como acolher seus colaboradores após um evento traumático, Ediane deixa 4 atitudes que podem ser tomadas para tornar o ambiente de trabalho mais acolhedor.

Confira!

1. Entenda como seu colaborador se sente sobre o evento traumático

Muitas vezes, para quem retorna de traumas, o ambiente de trabalho é um local onde a pessoa não quer abordar o tema e o acolhimento pode se confundir com uma invasão de limites.

É mais interessante que líderes e colegas deixem claro que estão à disposição para ajudá-la nesse retorno, demonstrando compaixão, deixando o espaço aberto e incentivando que ela os informe sobre o que precisa da empresa naquele momento.

Forçar o colaborador a compartilhar sua experiência pode gerar ainda mais tensão e a pessoa nem saber o que quer fazer e gerar ainda mais tensão e dificultar o retorno normal às atividades.

2. Readaptando o colaborador após evento traumático

O papel da empresa é auxiliar na readaptação da pessoa ao ambiente de trabalho considerando principalmente as orientações dos profissionais responsáveis pelo acompanhamento médico ou psicológico dela.

Se o colaborador teve acompanhamento profissional relacionado ao choque traumático, é importante checar se o relatório médico ou psicológico faz alguma indicação em relação ao trabalho.

Caso perceba que ele não está tendo o apoio adequado para passar por essa fase, compartilhe com os responsáveis pela saúde e bem-estar da equipe para que junto com o profissional possa encontrar a melhor forma de auxiliá-lo..

3. Inclua-o em uma rotina possível

Nem sempre é possível para o colaborador voltar exatamente a exercer a função da forma que era antigamente.

Após alguns tipos de traumas pode ser indicado o retorno gradual, com adaptação de horário ou de tipo de atividade, por exemplo.

O importante é a empresa verificar se são necessárias adaptações e quais as possíveis para facilitar o retorno à atividade e deixar espaço aberto para que o profissional também possa ser agente nesse retorno.

O remanejamento de pessoal do setor pode ser uma opção nesse momento.

4. Acolha o colaborador

Segundo Ediane Ribeiro, se for um ambiente acolhedor, a empresa pode ser um espaço que ajuda muito na regulação pós trauma.

Sendo o ambiente profissional um dos que as pessoas mais passam seu tempo, propiciar que este seja o mais agradável possível.

Temos aí uma margem para o entendimento que muitas vezes momentos ou situações de trabalho podem eventualmente gerar estresse e ser até desconfortáveis, mas há um equilíbrio nisso e alguma possibilidade dentro do próprio trabalho de redução de estresse quando esse ocorre.

“A empresa pode se tornar um local para começar a engajar nas atividades cotidianas novamente”, explica Ediane, enfatizando que estar disponível para compreender o momento do colaborador e apoiá-lo, faz toda diferença na qualidade de vida.

Gostou de conhecer essas informações sobre acolher colaboradores após evento traumático? Aproveite para entender como se prevenir da Síndrome de Burnout.

Fonte: Portal RH

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