5 dicas para capacitar e qualificar sua equipe

Imagem de uma mão robótica e uma mão humana se aproximando

De acordo com o relatório O Futuro dos Empregos, do Fórum Econômico Mundial (2020), até 2025 as máquinas irão lidar com metade de todas as tarefas de trabalho, causando a substituição de 85 milhões de empregos e a criação de 97 milhões de novos postos de trabalho. Isso se dá pela rápida aceleração da automação e a incerteza econômica.

À medida que as empresas se tornam cada vez mais digitalizadas para competir de forma eficaz, as funções e responsabilidades passam por grandes mudanças. Consequentemente, muitas organizações estão descobrindo que seus funcionários ainda não possuem todas as habilidades necessárias.

Conforme outra lista, também divulgada pelo Fórum, algumas habilidades estarão na frente até 2025. Entre elas estão:

  • Treinamento analítico e inovação;
  • Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem, capacidade de resolver problemas complexos;
  • Pensamento crítico e análise, criatividade, originalidade e iniciativa;
  • Liderança e influência social;
  • Uso de tecnologia, monitoramento e controle;
  • Projeto e programação de tecnologia;
  • Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade;
  • Argumentação, resolução de problemas e ideação.

Nesse contexto, a liderança organizacional se depara com a perspectiva de ter que encontrar funcionários que já possuam esse tipo de habilidade ou buscar maneiras de “aprimorar” ou promover o desenvolvimento dos atuais colaboradores para que possam acompanhar a dinâmica de mudança de seus negócios. Para se manter competitivos na era digital, os funcionários e suas organizações devem se adaptar a novos processos e ferramentas, ao mesmo tempo em que gerenciam os desafios de suas rotinas diárias.

Por isso, qualificar quem já está com a mão na massa faz mais sentido do que começar do zero. A maioria das empresas tem preferido investir em qualificação para ajudar os funcionários a adquirir habilidades mais avançadas em áreas nas quais já possuem algum nível de domínio. Esse tipo de incentivo motiva os membros da equipe e permite que eles aumentem o desempenho e gerem melhores resultados.

Olhando pela perspectiva do negócio, o upskilling – nome desse processo de capacitação – é mais econômico do que tentar substituir os colaboradores atuais por outros que seriam, teoricamente, mais qualificados. De acordo com Josh Bersin, referência em capacitação e gestão de talentos, o custo de perder um funcionário pode chegar a dezenas de milhares de dólares ou até 2 vezes o salário anual do funcionário quando os custos com entrevista, triagem, contratação, treinamento e tempo de gerenciamento são considerados.

Muitas vezes essa substituição impacta diretamente na perda de produtividade, visto que uma nova pessoa pode levar de um a dois anos para atingir a produtividade de alguém que já estava na empresa. A perda de engajamento de outros funcionários quando veem alta rotatividade e se desmotivam e perdem produtividade também é outra variante que deve ser levada em consideração. Sem falar nas questões ligadas à cultura organizacional, que demora a ser construída e que precisa das pessoas para ser mantida e perpetuada.

É normal que novos funcionários demorem mais em desenvolver atividades e tendam a ser menos hábeis em resolver problemas, mas situações como essa podem ser perigosas em determinadas posições. Na área da saúde, isso pode resultar em taxas de erro muito mais altas, doenças e outros custos muito altos que possivelmente ainda não são contabilizados pelo RH.

Ao contrário dos custos com substituição, investir em treinamento, ao longo de dois a três anos, provavelmente corresponderá até 20% do salário de um funcionário. A qualificação gera oportunidades iguais, apoiando os objetivos de Diversidade, Equidade e Inclusão (D&I), que se tornaram um foco cada vez mais importante para a maioria das organizações nos últimos anos. De acordo com o 5º Workplace Learning Report, do LinkedIn, 64% dos profissionais de T&D no mundo dizem que D&I foi uma das principais prioridades para eles em 2021.

Engajamento é a chave

Os programas de treinamento geralmente empregam estratégias de comunicação para ajudar os funcionários a atingir suas metas individuais mais rapidamente. Mas nem todas essas estratégias são igualmente eficazes.

Por que algumas empresas têm programas de qualificação bem-sucedidos enquanto outras falham?

A resposta está em quão bem eles conseguem envolver os funcionários.

Em um ambiente profissional cada vez mais complexo, está ficando mais difícil capturar e manter a atenção dos funcionários, e os programas de treinamento competem com uma infinidade de distrações.

Aqui estão cinco dicas para garantir o sucesso em programas de qualificação de funcionários:

1. Utilize a tecnologia

Os programas de treinamento online podem aumentar o engajamento, personalizando o conteúdo e entregando-o de uma maneira mais fácil para o colaborador digerir. Além disso, o treinamento online é mais escalável, inclusivo e econômico do que as metodologias de treinamento presencial. De acordo com o Workplace Learning Report do LinkedIn, 79% dos profissionais de T&D dedicaram orçamento adicional para treinamentos online este ano.

2. Invista em microlearning

De acordo com um estudo recente da Nature Communications, nossa capacidade de atenção está diminuindo em vários formatos e canais de conteúdo, incluindo mídias sociais, livros, pesquisas na internet, filmes e muito mais. O estudo, conduzido por uma equipe de cientistas europeus da Technische Universität Berlin, Max Planck Institute for Human Development, University College Cork e DTU, concluiu que a capacidade humana de atenção é finita. Existem limites rígidos sobre o quanto podemos absorver de uma só vez.

Microlearning é um método de aprendizado que fornece informações em um formato menor e mais fácil de digerir. Ele é hiperfocado e atende aos curtos períodos de atenção dos alunos, oferecendo a quantidade certa de informações na quantidade certa de tempo para ajudá-los a atingir metas específicas. O aprendizado é imediato e coloca os funcionários no controle da rapidez com que adquirem novas habilidades e como podem aplicá-las no local de trabalho ou no mundo real.

3. Meça os resultados

O engajamento do aluno pode parecer um conceito subjetivo, mas é possível aplicar medidas quantitativas padronizadas para ambos, especialmente nos casos em que o treinamento está sendo realizado online.

4. Garanta aplicação prática diariamente

Na década de 1880, o psicólogo Herbert Ebbinghaus foi o primeiro em sua área a observar o que ele chamou de “A Curva do Esquecimento”, que media o quanto esquecemos ao longo do tempo. Ele concluiu que a informação é rapidamente esquecida quando não existe um reforço ou conexão com o conhecimento prévio – aproximadamente 56% das novas informações são esquecidas nas primeiras horas, 66% após um dia e 75% após seis dias. No entanto, colocar novos conhecimentos e habilidades em prática no trabalho pode achatar drasticamente essa curva, especialmente se a prática acontecer dentro de seis dias após o aprendizado.

5. Desenvolva mais de uma habilidade por vez

Por exemplo, treinar equipes geograficamente dispersas para falar, ler e entender inglês ao mesmo tempo em que o treinamento fornece conhecimento e habilidades específicas para suas funções pode ajudar a superar as barreiras de comunicação e aumentar o ROI no programa de treinamento.

À medida que os papéis das pessoas continuam mudando dentro das organizações, qualificar os funcionários surge como uma premissa necessária, tanto como investimento empresarial quanto na perspectiva da responsabilidade social corporativa.

* Jan Viviani é CEO da Voxy, ajudando a fornecer instrução para mais de 4milhões de alunos em centenas de corporações globais, grandes instituições educacionais e organizações governamentais em mais de 150 países.

Fonte: administradores.com.br

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