Google analisa o ecossistema de inovação brasileiro

Novos comportamentos estão surgindo com a pandemia – é o que aponta o Google que estudou o ecossistema de inovação brasileiro no presente e fez algumas previsões sobre a indústria de tecnologia nacional nos próximos anos.

A apresentação do estudo fez parte doBrazil at Silicon Valley, evento do qual o Google é patrocinador. Organizado por alunos das universidades de Berkeley e Stanford.

O Google apurou o volume de buscas por mais de 2 mil startups presentes na plataforma CB Insights. O buscador encontrou um conjunto de 350 startups com pesquisas significativas nos meses de março e abril, na comparação com os mesmos meses em 2019. O volume de buscas sobre essas empresas cresceu aproximadamente 30% no período analisado.

O diretor do Google for Startups na América Latina, André Barrence, apontou algumas das startups que usaram as tendências em seu benefício em tempos de pandemia. Confira:

  • Do desejo para a necessidade

As compras de produtos essenciais aumentaram. Segundo o Google, 38% das pessoas mudaram sua rotina e preferem fazer refeições e lanchinhos: receitas como brigadeiro, coxinha e pão de queijo subiram nas pesquisas.

Mas existe muita oportunidade ao prover conveniência e segurança. A busca por delivery cresceu 30% em março e abril de 2020, na comparação anual. Algumas startups relativamente pequenas tiveram um salto de buscas: Empório da Cerveja (77%), Melhor Envio (204%) e Zé Delivery (1000%). Outras já eram grandes e continuaram expandindo o volume de pesquisas: iFood (55%), LivUp (73%), Loggi (94%) e Rappi (99%).

·Autoestima e conforto

Móveis, especialmente para o home office, foram mais procurados em março e abril de 2020. Apesar de a busca pelo conforto crescer, as pessoas também querem cuidar da aparência em casa: kits de maquiagem também são visados nos buscadores.

Startups como Beleza na web (50%), Glambox (68%), Madeiramadeira (70%), Mobly (52%), Olist (94%) e Petlove (47%) surfam a onda.

·Ensino em casa

O ensino à distância se tornou uma nova prática para muita gente durante a pandemia, especialmente aqueles que têm filhos. 65% dos usuários ouvidos pelo Google estão estudando ou trabalhando de casa. 18% planejam começar um curso online.

Alguns empreendimentos que estão aproveitando a tendência são AgendaEdu (266%), ClipEscola (598%), Geekie (45%), Hotmart (322%), MeSalva (57%), Passei Direto (16%), Sanar (103%) e Stoodi (230%).

·Apoio financeiro

O apoio financeiro também figura entre as buscas. 45% dos brasileiros conectados relataram um grande impacto em sua renda até o final de março de 2020, segundo o Google. Mesmo que o caos financeiro seja passageiro, criará hábitos de longo prazo. A concessão de auxílio emergencial pelo governo brasileiro, por exemplo, estimulou a procura por contas digitais. O pico de buscas já passou, mas ainda segue maior do que o visto na época pré-pandemia.

Startups como Acordocerto (284%), Catarse (37%), Creditas (41%), Husky (57%), Neon (35%), Olivia (87%), Picpay (555%), Rebel (32%) e Smartmei (111%) estão seguindo a tendência.

O novo normal

André Barrence cita três atitudes fundamentais para empreendimentos escaláveis, inovadores e tecnológicos usarem a expansão de buscas geradas pelo coronavírus.

Cautela: os comportamentos dos consumidores ainda estão em fase de mutação, já que a pandemia não tem um data fixa para acabar. Mas também aproveite o momento para reter esse aumento das pesquisas e transformá-lo em vendas. Dê atenção a fidelização dos clientes adquiridos na pandemia, através de uma boa experiência e um bom posicionamento de marca.

O momento é ideal para realçar sua empresa e adquirir o pensamento dos seus consumidores, o que é chamado também de top of mind.

Fonte: Época

Grupo Studio

Posts Relacionados