a trajetória e as lições de um grande investidor

Ao falar de investimentos, é impossível não mencionar o nome de Warren Buffett. Afinal de contas, o maior investidor financeiro de todos os tempos tem seus méritos.

O megainvestidor está entre os grandes ídolos do mundo das finanças, talvez uma unanimidade entre adeptos do investimento como prática de vida, porque os seus US$ 90 bilhões arrecadados não deixam dúvidas do seu potencial estratégico. 

Warren Buffett é um dos investidores mais importantes do mercado financeiro global, e também uma das três pessoas mais ricas do planeta segundo a Forbes. Toda sua riqueza é decorrente de investimentos inteligentes tanto em Bolsa de Valores quanto em empresas de capital fechado. Devido a sua singular capacidade de realizar negócios bem sucedidos, Buffett ganhou o apelido “Oráculo de Omaha”, sua cidade natal.

Se você quiser saber mais investimentos e o próprio mercado financeiro, recomendamos a leitura deste material aqui.

Para conhecer a trajetória e as lições financeiras de Warren Buffett, continue acompanhando o post. Separamos todos os detalhes para que você se inspire também nesse fenômeno e aprenda a importância de investir o seu capital com inteligência. Boa leitura!

Quem é Warren Buffett?

Nascido em 1930 em Omaha, interior de Nebraska, nos Estados Unidos, Warren Buffett é possivelmente o maior investidor de todos os tempos. 

Desde muito cedo, ele mostrou ter aptidão para finanças. Aos onze anos de idade, ele e sua irmã já se aventuravam no mercado de ações, onde juntos compraram três da Cities Service a US$ 38,25 cada. 

Desse investimento, com as quedas e elevações nos preços de cada aplicação, ele já tirou valiosas lições que o levariam a dominar futuramente o mercado financeiro.

Aos 17 anos, ele já possuía um capital expressivo acumulado com trabalhos informais realizados durante toda sua juventude, tais como entrega de jornais, vendas de bolas de golfe, criação de declarações de impostos de renda e instalações de máquinas de pinball. Empreender era uma habilidade nata.

Ao ingressar na faculdade de Economia, ele se deparou com a obra de Benjamin Graham “O investidor inteligente”, que mudaria a sua trajetória. O livro continha toda filosofia de investimento que ele colocaria em prática pelo resto de sua vida. Hoje, aos 90 anos, ele ainda sustenta a importância dessa obra e diz que lê-lo foi “como ver a luz”.

Segundo a Forbes, Buffett está entre as três pessoas mais rica do mundo; sua fortuna foi estimada em quase US$ 90 bilhões no ano passado e é fruto de investimentos no mercado financeiro e aplicações em empresas de capital fechado.

Qual a trajetória de Warren Buffett?

A trajetória profissional de Warren Buffett  começou na corretora de ações de seu pai. No entanto, ele logo viu que o setor de vendas não atendia às suas aspirações; o seu foco era a gestão estratégica de recursos. Assim, ele procurou seu mentor, Benjamin Graham, para tentar, ou melhor, conseguir uma oportunidade efetiva na área.

Em 1954, depois de muita insistência, Warren Buffett começou a trabalhar na Graham-Newman, uma empresa de gestão de recursos gerida por seu admirado professor. Trabalhando de maneira compulsiva e absorvendo todo conhecimento que conseguia, ele conseguiu a melhor taxa de rendimento da sua vida, com investimentos bastante agressivos e concentrados em empresas que estavam valendo menos do que tinham em caixa.

Contudo, pouco tempo depois, seu mentor se aposenta, forçando-o a retornar a sua cidade natal. Aos 26 anos, de volta a Omaha, Buffet já tinha patrimônio suficiente para viver uma vida de aposentado, mas isso nunca foi uma opção.

As sociedades de Buffet

Ao retornar a Omaha, Buffet começa a criar sociedades de investimento, convidando outros especialistas a investirem em seus fundos. A primeira sociedade, Buffett Associates Ltd., teve sete associados e um fundo de US$ 105 mil, e a última, Buffett Partnership Ltd., tinha mais de 90 sócios e um fundo de US$ 104 milhões.

Após alcançar os melhores resultados imagináveis, Warren Buffett decide encerrar seu fundo em 1969. A alta no mercado trazia certo desconforto e a precaução foi a medida adotada pelo investidor. Essa decisão não poderia ter sido mais acertada, pouco tempo depois, o mercado enfrentaria a crise do petróleo, que assolou a economia americana por quase uma década.

Neste momento de depressão financeira, Warren Buffett decide aplicar na Berkshire Hathaway, inicialmente uma empresa têxtil, que devido às dificuldades inerentes de seu setor, estava sendo negociada a preços incrivelmente baratos.

Pouco tempo depois,  como presidente e principal acionista da Berkshire – que veio a se tornar uma empresa de investimentos  – , Buffett detém participações em dezenas de companhias como Apple, Coca-Cola, Visa, IBM, American Express, Phillips 66, Kraft-Heinz, dentre outros. 

Além disso, há mais de 50 anos no comando, a empresa tem batido consistentemente os índices Dow Jones e S&P 500, que compila o desempenho das 500 maiores organizações americanas, ao aplicar os conceitos de value investing e gestão de risco para multiplicar seu capital. O retorno médio das ações foi de cerca de 21% ao ano, tornando a organização, uma das mais valiosas dos EUA.

Como Warren Buffett ficou rico?

Qual é o método adotado por Warren Buffett, afinal? O value investing e a gestão de risco são as principais estratégias usadas por Buffett em sua trajetória de investimentos. Essas abordagem consistem em técnicas elaboradas por seu mentor, Graham.

Além disso, ele defende o investimento a longo prazo de empresas que estejam subavaliadas e com perspectivas de crescimentos ainda inexploradas, rigorosamente escolhidas. Em outras palavras, Warren Buffett aprendeu a buscar empresas que estão sendo negociadas abaixo de seu valor e investir em seu potencial de evolução comercial.

Feito a escolha, ele deixa o tempo e os juros compostos fazerem sua mágica. Para isso, usa a estratégia buy and hold, em que papéis dessas empresas são adquiridos e sustentados por longos períodos. Uma prova clara de que essa estratégia funciona é a sua própria fortuna, 99% foi acumulada após 50 anos de investimento.

É essencial entender que o investidor bem-sucedido acredita mais em evidências do que em especulação ou em movimentações pontuais do mercado. Por isso, Warren Buffett sempre aloca seu capital em investimentos a longo prazo.

Ademais, é indispensável estudar o mercado, entender suas práticas, balanços, oscilações, riscos, oportunidades, circuit breakers, e assim por diante. Reconhecendo não entender o funcionamento geral, ele mantém seus investimentos em ambientes que domina, até que tenha bagagem suficiente para explorar novas opções. 

Suas predições são sempre tão assertivas que o apelido de “Oráculo de Omaha” ou guru do mundo dos investimentos se popularizou, e ele continua conquistando uma legião de fãs em diferentes partes do planeta.

Buffet tem mantras que dizem “Nunca invista em um negócio que você não compreenda” e “Tenho duas regras. A primeira é nunca perder dinheiro e a segunda, nunca esquecer a primeira”.

Quais as principais lições de Warren Buffett?

Confira a seguir 10 lições do “Oráculo de Omaha” para investidores de todos os perfis.

1. Ter autocontrole

Warren Buffett diz que investir é um jogo que não necessariamente ganha o mais inteligente. Ganha aquele que for mais experiente, que entenda a lógica de funcionamento do mercado e que aja estrategicamente para preservar o seu negócio, mesmo que isso signifique ir contra a maré.

Muito mais do que inteligência, um investidor bem-sucedido deve ter inteligência emocional, autocontrole e pensar de forma independente.

2. Escolher negócios pela excelência

A escolha do tipo de negócio é parte essencial do sucesso. Warren Buffett diz que o investidor deve buscar opções que apresentem características de excelência, como margens elevadas e estáveis, alta rentabilidade sobre patrimônio e capital empregado, baixo endividamento, gestão eficientes, liderança capacitada e assim por diante.

O tempo costuma ser um grande aliado deste tipo de negócio, por isso é possível resgatar resultados mais expressivos. E mesmo diante de crises e oscilações preocupantes, essas empresas costumam ser mais resilientes e o investimento se torna mais seguro.

3. Entender a diferença entre Preço e Valor

Ao investir em uma aplicação, é importante saber a diferença entre o valor da ação e o preço da empresa no mercado. Para que essa diferença seja vantajosa, o preço deve estar abaixo do valor da organização.

Além disso, o investidor deve estar ciente de que ao comprar uma ação, ele está efetivando um investimento em uma empresa, com pessoas, marcas, processo, fluxos de caixa, e assim por diante. A volatilidade desse rendimento também está ligada a sua gestão funcional cotidiana.

4. Entender que investimentos bem-sucedidos são pra sempre

Um investidor bem-sucedido tem consciência de que o prazo de investimentos é pra sempre. Aqueles que são capazes de pensar a longo prazo adquirem a mentalidade necessária para ter sucesso no mercado financeiro.

Em outras palavras, quem pensa no longo prazo evita erros como investir em negócios ruins e girar demais a carteira, o que traz custos relevantes.

5. Lembrar que investir exige conhecimento

Muitos investidores acabam esquecendo da premissa do conservadorismo intelectual, ou seja, de só aplicar em negócios que compreenda a fundo. E assim, se expõem em investimentos arriscados que não dominam e arriscam perder o capital investido, quebrando desta forma outra premissa, a de nunca perder dinheiro.

Segundo Buffett, um investidor bem-sucedido consegue evitar erros porque conhece bem o nicho de atuação, estuda as falhas de outros players e evita repeti-los.

6. Fugir de derivativos

Outra lição de Warren Buffett é fugir de derivativos. Principalmente investidores novatos, que acreditam no sonho de riqueza rápida, devem se manter longe de derivativos.

Embora pareçam atrativos pela sua volatilidade e rapidez de retornos, esse tipo de aplicação exige muito domínio de nicho. Se feita de forma amadora, derivativos podem engolir o seu capital sem pena.

7. Adote o estudo como regra

Mesmo sendo dono de um patrimônio bilionário, Warren Buffett trabalha de Omaha, distante dos centro urbanos e com dezenas de funcionários para atender a demanda administrativa da empresa. Poucos são os especialistas que atuam ao seu lado na parte de investimentos.

Ele passa a maior parte do tempo estudando livros, jornais e relatórios financeiros anuais, reforçando a importância de ser um perito na área. Não existe sofisticação característica em seus método, o seu diferencial está na dedicação em ser o melhor naquilo que se propõe.

8. Evite fazer dívidas

Além de nunca perder dinheiro, é importante se atentar em não criar dívidas, seja para o consumo cotidiano ou para investimentos financeiros.

Warren Buffett nunca buscou atalhos para o sucesso e o que, infelizmente, muito investidores mal-preparados fazem é recorrer a alavancagem. Basta uma simples pesquisa para confirmar que esta estratégia é falha e perigosa. Investidores bem-sucedidos sabem que para conseguir resultados relevantes é preciso ter paciência e se dedicar aos estudos.

9. Aproveite as vantagens do mercado

Esta lição é mais uma dica: aproveite as vantagens do mercado financeiro. A volatilidade característica do mercado financeiro cria diversas oportunidades de investimento a preços mais baixos, por isso não aproveitar essa condição para construir novos patrimônios de ações seria um erro.

Portanto, aproveite os momentos de pânico e baixa para comprar e os momentos de euforia e alta para vender. É assim que se constrói um patrimônio de excelência.

10. Conhecer os riscos

Por fim, a última lição de Warren Buffett que vamos explorar neste artigo é o domínio sobre os riscos. Afinal, todo tipo de investimento é arriscado e possui riscos. No entanto, quando o investidor conhece os riscos, consequentemente, ele se torna mais diligente na análise e sábio para alocar o seu capital.

Em outras palavras, ele terá condições para se prevenir e estruturar planejamentos de emergência, minimizando o risco.

Como foi a reunião anual da Berkshire Hathaway 2020?

Assim como dissemos, Warren Buffett é presidente e principal acionista da Berkshire Hathaway. Devido a sua popularização, todos os anos, a Berkshire realiza uma reunião aberta a participantes do mundo todo para falar sobre o mercado financeiro.

Há anos, milhares de investidores se reúnem para ouvir as palavras do megainvestidor e de seu fiel vice-chairman Charlie Munger. Este ano, devido a pandemia do novo coronavírus (COVID-19), a reunião foi um pouco diferente da convencional. Todo evento foi realizado on-line, sem a usual platéia, em Omaha, e Munger, que vive na Califórnia, não esteve presente. Devido a sua idade avançada, 96 anos, a recomendação foi mantê-lo em casa para preservar a sua saúde.

Ao lado de Warren Buffett estava Greg Abel (57), um dos líderes da Berkshire Hathaway e um dos profissionais cotados para liderar a corporação no futuro.

Para o futuro

Assim como de praxe, a reunião com Warren Buffett deixou algumas mensagens importantes. Confira suas principais a seguir.

  • o investidor não sabe o que acontecerá com os preços das ações nos próximos dias ou meses, mas acredita que elas continuarão sendo um investimento certo no longo prazo.
  • Warren Buffett crê que as ações vão performar melhor que os bonds (títulos do governo) de 30 anos, que estão rendendo 2%a.a. E que, certamente, trarão resultados melhores do que a caixa que está em baixo do seu colchão.
  • o megainvestidor fala da mudança de pensamento em relação às ações. O rendimento deve ser considerado de maneira anual e não diária. 
  • Ele também reforça a importância de entender que ao aplicar em uma ação, o investidor está comprando parte de uma organização, e não um ficha de apostas como em um cassino.
  • Warren Buffett também pontua otimismo com a economia americana, já que o seu histórico de crescimento é impressionante para uma nação tão jovem.

Impactos do COVID-19

  • embora o investidor esteja otimista em relação a economia americana, sua preocupação com a situação da Berkshire no primeiro trimestre do ano é expressiva. A perda já passa de 1 bilhão de dólares. Ele reforçou que investimentos a longo prazo devem ser a prioridade.
  • Buffett também comparou o cenário atual a crise de 1929, pontuando que há semelhança em relação a incerteza do que está por vir como consequências do coronavírus. Em 29, ninguém esperava que a crise se tornaria uma depressão econômica, que levou mais de 20 anos para se restabelecer.
  • Os custos econômicos da quarentena e fechamento repentino da economia ainda são desconhecidos, por isso ele considera que possam haver impactos de longo prazo, que ficarão ativos mesmo após a reabertura da economia. 
  • ainda sobre o COVID-19, ele diz que é o vírus que ditará as regras de reabertura, e se houver uma nova onda de casos a economia pode ter que fechar novamente.
  • Warren fala também sobre o aumento do caixa. A Berkshire aumentou o seu caixa em US$10 bilhões durante o trimestre, acumulando um caixa total de US$137 bilhões. Durante o primeiro trimestre de 2020, a Berkshire comprou US$450 milhões em ações, não recomprou suas próprias ações apesar do preço ter caído 30%, e vendeu US$6,5 bilhões em ações de empresas aéreas. Até agora, as ações da Berkshire acumulam queda de 19%, contra -3.9% do índice S&P500. Buffett justifica as movimentações pontuando que o valor das empresas que a Berkshire investe e controla diminuiu durante a pandemia, por isso ajustes foram necessários e erros também foram cometidos.

Warren Buffett é um modelo para qualquer investidor do planeta, sua trajetória assertiva, grandiosa e vitoriosa inspira profissionais de finanças há décadas. Aos 90 anos de idade, ele ainda trabalha ativamente e deixa ensinamentos sobre finanças, investimentos e a própria vida sempre que pode. 

Gostou do artigo? Então, assine a nossa newsletter. O melhor conteúdo da Xerpa em primeira mão pra você!

Fonte:Xerpa

Posts Relacionados