Ação do IRB salta quase 6%, Vale e CSN avançam mais de 1% com minério e bancos caem até 2%

SÃO PAULO – A sessão foi de queda para o Ibovespa após o índice fechar acima dos 100 mil pontos pela primeira vez desde março na última sexta-feira (10). Os investidores seguem na expectativa pela temporada de resultados do segundo trimestre em Wall Street, enquanto monitoram a alta dos casos do coronavírus em algumas regiões dos Estados Unidos

Vale (VALE3, R$ 57,65, +1,19%), a holding Bradespar (BRAP4, R$ 38,15, +1,57%), e a CSN (CSNA3, R$ 11,67, +3,92%) subiram, enquanto Gerdau (GGBR4, R$ 16,26, +0,99%) diminuiu os ganhos e a Usiminas (USIM5, R$ 7,39, -0,54%) caiu. Na sessão desta segunda-feira (13), os preços spot da commodity com pureza de 62% negociada no porto de Qingdao, na China, atingiram US$ 111,85 a tonelada, com alta de 4,5%, no nível mais alto desde agosto de 2019.

Os papéis da Even (EVEN3, R$ 13,86, +0,65%) subiram com estudos para IPO de subsidiária, enquanto os papéis da Dimed (PNVL3) saltaram até 9% com oferta de 32,1 milhões de ações, mas diminuíram os ganhos.

Já os ativos da Petrobras (PETR3, R$ 22,85, -0,65%; PETR4, R$ 22,16, -1,55%) fecharam em queda. O petróleo registrou uma sessão de queda. Os investidores monitoram a reunião da Junta Ministerial de Monitoramento das mercados de petróleo da OPEP+ (JMMC, na sigla em inglês), esperada para acontecer entre terça e quarta-feira desta semana.

Em meio à recuperação parcial da demanda global por petróleo e dos preços da commodity devido à flexibilização das quarentenas em diversas localidades, há expectativa que os cortes de produção acordados pela OPEP+ comecem a ser flexibilizados pelo grupo dos maiores produtores globais.

De acordo com a Bloomberg, as maiores companhias produtoras de petróleo da Rússia se preparam para elevar seus níveis de produção para o próximo mês caso não haja orientação na direção contrária do Ministério da Energia do país. Por outro lado, a Arábia Saudita recentemente alocou a compradores de petróleo da Ásia um volume menor do que o inicialmente desejado, sinalizando uma postura cautelosa com respeito à oferta da commodity.

Destaque ainda para uma estreia na B3, das ações da Ambipar (AMBP3, R$ 29,30, +18,38%), com alta superior a 15%.

Os ativos do IRB (IRBR3, R$ 9,72, +5,65%), que registram forte queda no ano em meio à revisão de balanços e com o resultado do primeiro trimestre considerado abaixo do esperado, também dispararam, chegando a subir 13%. Vale destacar que, nesta segunda-feira, terá encerramento do prazo para participação na oferta de ações da resseguradora, que terá expressivo desconto em relação ao preço de tela, com direito de preferência.

Na última semana, o IRB informou aumento de capital social de até R$ 2,3 bilhões com emissão de ativos ONs por subscrição privada a R$ 6,93. Aqueles que foram titulares dos papéis no fechamento desta sessão terão direito de preferência para subscrever ações na proporção de 0,35938828 nova ação para cada 1 papel.

Bancos, caso de Bradesco (BBDC3, R$ 20,04, -2,00%; BBDC4, R$ 21,96, -1,39%), Santander Brasil (SANB11, R$ 28,39, -2,20%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,80, -1,47%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,80, -1,00%) registraram leve queda após chegarem a subir mais de 1% mais cedo.

Confira os destaques:

BR Distribuidora (BRDT3, R$ 22,00, -2,70%)

A BR Distribuidora informou que suspendeu de forma preventiva a comercialização de AVGAS, a gasolina de aviação. A recomendação é que revendedores e demais clientes também suspendam, temporariamente, a comercialização do produto.

A medida decorre de uma anúncio feito pela Petrobras, única fornecedora da BR Distribuidora de AVGAS, de que encontrou alterações em um lote de gasolina de aviação importada, após testes realizados em seu centro de pesquisas (CENPES).

O produto do lote alterado está dentro das especificações da ANP e certificado pelo fornecedor, mas a estatal estuda a hipótese da variação da composição química ter impactado os materiais de vedação e revestimento de tanques de combustíveis de aeronaves de pequeno porte, reforçando que ainda não há um diagnóstico completo que permita assegurar a relação de causa e efeito, o que requer um rastreamento em todo o território nacional.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 33,80, -1,00%) e demais bancos

Os bancos públicos estão com apetite maior para dar suporte às pequenas e médias empresas que precisam de recursos para manter as atividades.

O Banco do Brasil passou novamente a Caixa na concessão de crédito do Pronampe, voltado a pequenas empresas na pandemia. Segundo o jornal “Folha de S.Paulo, o BB emprestou todo o novo limite de R$ 1,24 bilhão aberto pelo governo, chegando quase a R$ 5 bilhões. A Caixa liberou R$ 3,7 bilhões.

Entre os bancos privados, a atividade é muito menor. O Itaú, segundo o governo, começou a operar a linha na quarta e o Bradesco ainda testa sistemas. O Pronampe tem R$ 18 bilhões para oferecer a empresários, com a garantia do Tesouro, e já há defensores na Economia para que seja encorpado.

Já o Credit Suisse fez uma revisão para o setor bancário, que tem acumulado um desempenho inferior ao do Ibovespa. Como os preços das ações estão muito descontados, o Credit espera um potencial de valorização de 22% e por isso reforçam a recomendação de “outperform”.

O preço-alvo das ações do Itaú Unibanco passou de R$ 26,90 para R$ 33 e, no caso do Bradesco, foi de R$ 22,50 para R$ 29. O do Banco do Brasil subiu para R$ 41, de R$ 34, e o do Santander passou de R$ 29,50 para R$ 36.

Essa recomendação já prevê um cenário para desafiador para o setor. “A nossa projeção de PIB é de queda de 6,5% para 2020 e este cenário deve trazer um longo processo de desalavancagem e diminuir o crescimento de credito para os próximos dois ou três anos”, avaliaram os analistas da instituição financeira.

A previsão é de um ciclo de deterioração da qualidade de crédito dos bancos por um prazo de 18 a 24 meses. “diminuímos nossas estimativas de lucro para os quatro bancos maiores bancos da nossa cobertura em cerca de 40% para 2020 e 2021 e com maiores provisões”, avaliaram.

Petrobras (PETR3, R$ 22,85, -0,65%; PETR4, R$ 22,16, -1,55%)

A Petrobras iniciou a fase vinculante do processo de venda da totalidade de sua participação de 51% na subsidiária Gaspetro, segundo comunicado enviado à CVM na sexta-feira à noite. informou a empresa em comunicado divulgado nesta sexta-feira.

Segundo a estatal, os potenciais compradores classificados para a nova etapa do desinvestimento receberão agora carta-convite com detalhes do processo, incluindo orientação para “due diligence” e envio das ofertas vinculantes. Além da Petrobras, a Gaspetro tem como acionista a japonesa Mitsui, com participação de 49%.

Even (EVEN3, R$ 13,86, +0,65%)

A construtora Even contratou bancos para avaliar uma potencial oferta de uma de suas subsidiárias.

BTG Pactual, Itaú BBA, XP Investimentos e Banco Safra irão avaliar a potencial oferta da para potencial oferta de ações da subsidiária Melnick Even Desenvolvimento Imobiliário (Medi), segundo comunicado.

Helbor (HBOR3, R$ 3,15, -5,97%)

A empreendedora Helbor anunciou o grupamento de suas ações na proporção de 5 para 1. Os acionistas também aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a redução de capital em R$ 440,3 milhões para a absorção de prejuízos acumulados.

Os acionistas terão entre esta segunda-feira e o dia 12 de agosto para ajustar as posições.

Após a redução de capital e o grupamento, o capital social da empresa passará a ser de R$ 1,31 bilhão, dividido em 133,85 milhões de ações ordinárias.

Dimed (PNVL3, R$ 31,24, -0,51%)

Dimed e acionistas aprovaram oferta de 32,1 milhões de ações. A companhia oferecerá 16 milhões de novas ações ON. Kinea, Petros e acionistas individuais oferecerão 16,06 milhões de ações, segundo comunicado na noite de 10 de julho. Os bancos coordenadores são Bradesco BBI, BTG Pactual e Itaú BBA.

A quantidade inicial de ações pode ser acrescida em até 6 milhões de ações (3,2 milhões a serem emitidas pela Dimed e 2,8 milhões a serem vendidas pela Kinea) por meio de lote adicional.

Os recursos da oferta primária serão utilizados para: investimentos em novas lojas, tecnologia da informação e logística. Os preço das ações a ser definido após a bookbuilding, previsto para 22 de julho. A data prevista de negociação é de 24 de julho.

Irani (RANI3, R$ 5,75, +16,16%)

A Irani fará oferta de 90 mi de ações para negociar em 24 de julho. A oferta será via Banco BTG Pactual, Credit Suisse, XP Investimentos CCTVM.

Os recursos serão utilizados para: expansão da área de recuperação de químicos e utilidades das
unidades de produção de papel e embalagens em Santa Catarina; expansão das unidades de produção de papel e embalagens em Minas Gerais; ampliação da geração de energia hidroelétrica, dentre outras,
totalizando investimento estimado em R$ 1,2 bilhão.

O preço das ações a ser definido em 22 de julho, após o processo de bookbuilding. A quantidade inicial de ações oferecidas pode aumentar em 35%, ou 31,5 milhões de ações ordinárias, a serem oferecidas pelos acionistas Companhia Habitasul de Participações e Habitasul Desenvolvimentos Imobiliários.

A companhia não receberá fundos da oferta secundária. Com base no preço de fechamento de R$ 4,95 em 10 de julho, a oferta pode movimentar R$ 601 milhões, considerando a oferta secundária. A data prevista de negociação é para 24 de julho. As ações subiram 27% no mês passado.

Vale (VALE3, R$ 57,65, +1,19%)

A Vale anunciou acordo não vinculativo com Kobe Steel e Mitsui. O acordo estabelece termos e condições preliminares para a criação de uma nova empresa, a NewVen, com objetivo de fornecer soluções metálicas e siderúrgicas de baixo GEE (gases de efeito estufa) para a indústria siderúrgica, disse a companhia em comunicado.

O período de avaliação já foi iniciado para aprofundar a colaboração e estimar a demanda do mercado pelas várias soluções existentes e novas para a produção de aço antes de um acordo final para a criação da nova empresa, disse a companhia.

A Vale contribuirá com sua experiência com tecnologia Tecnored, seu portfólio de minério de ferro e sua capacidade logística. A Kobe Steel contribuirá com sua experiência na produção de aço, engenharia de plantas siderúrgicas, processo Midrex outras tecnologias.

A Mitsui contribuirá com sua experiência na comercialização de metais e sucatas e com suas capacidades de investimento.

B3 (B3SA3, R$ 59,89, -0,10%)

O Itaú BBA retomou a cobertura da B3 com recomendação de “outperform” e preço-alvo de R$ 69, o que implica em um retorno de 23,4%.

Os analistas acreditam que a empresa vai se beneficiar de números operacionais mais robustos nos próximos trimestres. Além disso, a distribuição de dividendos deve tornar o papel mais atrativo. “O mercado não parece incorporar totalmente a capacidade da empresa de pagar dividendos adicionais nos próximos dois anos”, avaliaram, em relatório, os analistas.

O Itaú BBA lembra, no entanto, que a empresa tem uma disputa tributária em relação à amortização de ágio, fruto da fusão entre BM&F e Bovespa. Mesmo que perca, a expectativa é que o impacto não seja significativo.

Neoenergia (NEOE3, R$ 20,16, +2,28%)

O Itaú BBA deu início à cobertura da Neoenergia, com recomendação “outperform” e preço-alvo de R$ 24 para o final do ano. “Esperamos que a empresa registre um forte crescimento do Ebitda nos próximos anos com o início dos projetos de geração e transmissão”, avaliaram, em relatório a clientes.

Os analistas lembram que a Neoenergia espera investir um total de R$ 10 bilhões em projetos de geração e transmissão entre 2020 e 2023, com potencial de adicionar cerca de R$ 1,3 bilhão ao ano no Ebitda quando estiverem totalmente operacionais.

A companhia ainda tem uma alavancagem (dívida líquida em relação ao Ebitda) espera de 4,2 vezes para 2021. No entanto, na visão do Itaú BBA, o processo de redução da alavancagem será rápido, à medida que os projetos estejam operacionais. “Esperamos que a alavancagem caia para 3,6 vezes em 2022 e 3,3 vezes em 2023.”

Já o Credit Suisse fez uma avaliação dos dados operacionais da Neoenergia, que mostraram um trimestre mais fraco, provavelmente como impacto das medidas de isolamento social para conter o avanço do coronavírus.

A prévia do segundo trimestre mostrou uma queda de volume de 8,95%. O maior impacto ficou na Elektro e Coelba, que tiveram recuos de, respectivamente, 9,58% e 9,53%.

Já o setor residencial registrou uma melhora, com avanço de 4,9%.

“Existe uma possibilidade de melhora nestes números caso, no resultado do trimestre, seja divulgado algum sinal de que as perdas de energia foram reduzidas”, avaliou o Credit Suisse.

Trisul (TRIS3, R$ 14,09, -0,77%)

O Bradesco BBI destacou o desempenho operacional da incorporadora Trisul durante o segundo trimestre do ano. A companhia mostrou aumento dos lançamentos de 25% na comparação com igual período do ano passado. Já em relação às vendas líquidas, houve queda de 32% na comparação anual e alta de 31% no trimestre.

A recomendação para a Trisul é de “outperform” e um preço-alvo de R$ 10.

“Embora a projeção para lançamentos de R$ 1 bilhão a R$ 1,3 bilhão para 2020 pareça ambiciosa, a Trisul poderá retomar os lançamentos a toda velocidade se o setor de construção de residências permanecer aquecido e atingir suas estimativas iniciais para o ano”, avaliariam, em relatório.

Os analistas destacam ainda que embora os estandes de vendas tenham permanecidos fechados na maior parte do trimestre, houve um aumento considerável das vendas na comparação trimestral.

A recomendação de “outperform” para a Trisul também está baseada no ambiente de juros baixos no país e o fato da companhia ter projetos considerados atrativos para o segmento de média e alta renda.

JBS (JBSS3, R$ 22,24, -2,63%)

A JBS anunciou que resgará US$ 875 milhões em títulos emitidos no exterior (seniors notes). Desse total, US$ 425 milhões são de notas que vencem em 2023 e US$ 450 milhões em 2024.

Segundo a empresa informou, esse resgate deverá ocorrer em 10 de agosto de 2020 e deverá reduzir as despesas com juros anuais em cerca de US$ 53 milhões.

“Esse resgate provavelmente sinaliza a forte geração de caixa da empresa e estimamos que a economia dessa medida possa aumentar seu lucro líquido em 2021 em aproximadamente 3%, o que não se reflete em nosso cenário base”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI.

A JBS é classificada como “outperform”, com preço-alvo de R$ 32.

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Fonte: IR sem erro

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