Atinja seus objetivos usando a inteligência emocional no trabalho

Atinja seus objetivos com inteligência emocional no trabalho

Como você se sentiria se, daqui a 2 meses, você perdesse seu emprego? Como se sentiria se conhecesse o amor da sua vida amanhã? Que tipo de trabalho lhe faria feliz daqui a um ano? De quanto dinheiro você precisaria para não ter mais preocupações?

É provável que a maioria das suas respostas a essas perguntas esteja errada.

Mas, qual seria o motivo? Prever como você se sentirá em um momento futuro não é uma habilidade inerente a nós humanos.

Cunhada pelos psicólogos Daniel Gilbert e Timothy Wilson, a “previsão afetiva” se refere a como nós pensamos que serão nossas emoções futuras e como certos eventos da vida poderão afetá-las.

De modo geral, somos bem ruins em como gerenciar emoções — uma habilidade da inteligência emocional que tem um impacto na nossa produtividade, na nossa capacidade de estabelecer metas para a vida, na nossa felicidade no trabalho e na vida. Isso nos leva a buscar metas financeiras sem propósito, a procrastinar contra nossa vontade, a estimar de forma imprecisa quanto tempo levaremos para completar uma tarefa e a ter outros comportamentos bem patéticos em relação a nosso “eu futuro”.

Então, a chave para estabelecer metas verdadeiramente satisfatórias se resume em entender e saber como gerenciar emoções melhor, incluindo prever como elas vão mudar ao longo do tempo, como os eventos externos irão afetá-las e como elas irão impactar outros aspectos, como a produtividade pessoal.

O que é previsão afetiva e inteligência emocional no trabalho?

Vamos dar um passo atrás e realmente entender esse conceito de previsão afetiva e sua relação com a inteligência emocional no trabalho.

De acordo com a Psychology Today, previsão afetiva é mais simples do que o nome sugere. Trata-se de “prever como alguém vai se sentir no futuro.”

Quando você pensou sobre as perguntas lá da introdução, você estava fazendo isso — estava prevendo como se sentiria em diferentes circunstâncias futuras.

Quando você pensa no futuro, seu objetivo é prever 4 aspectos diferentes dos seus sentimentos:

  • Se você vai ter emoções positivas ou negativas
  • A emoção específica (por exemplo, raiva, medo ou frustração)
  • Quanto tempo a emoção vai durar
  • O quão intensa ela será

Os seres humanos têm a habilidade de prever se um evento futuro vai resultar em emoções positivas ou negativas e identificar quais serão. Mas, estudos atrás de estudos têm mostrado que consistentemente avaliamos mal e superestimamos a duração e a intensidade de emoções futuras.

Gilbert usa o exemplo dos relacionamentos. Caso lhe perguntem como você se sentiria se seu cônjuge lhe deixasse, a maioria das pessoas diria que sentiriam uma tristeza profunda — e você provavelmente estaria diante do desenrolar desse acontecimento. No entanto, seu cérebro tem seu próprio sistema imune e você é notavelmente bom em se adaptar a novas situações. Então é provável que a vida sem seu cônjuge voltaria ao normal muito rapidamente.

Por outro lado, se você ganhar na loteria amanhã, provavelmente vai transbordar de euforia, mas essa emoção também vai desaparecer mais rápido do que você possa prever.

Por que prever e saber como gerenciar emoções não é nosso forte?

Você convive com suas emoções todos os dias da sua vida, então por que ainda não aprendeu a prevê-las? Essa é uma questão pertinente e a principal resposta é essa: você sofre influência grande do seu momento presente, isto é, um forte viés do agora. Isso leva a 3 barreiras principais para uma previsão afetiva precisa.

  • Viés de Impacto: Isso se refere à sua tendência a superestimar a intensidade e a duração das suas emoções futuras. Você tende a subestimar a habilidade do seu cérebro em se conformar e se adaptar a mudanças de vida, o que leva a uma superestimação das emoções.
  • Viés de Projeção: Não importa como você se sente no presente, você tende a projetar essa emoção no futuro. Você espera se sentir e tomar decisões no futuro de modo similar a como você se sente e toma decisões hoje. Mas, como elas inevitavelmente mudam, você também vai mudar.
  • Focalismo: Ao imaginar um evento futuro, você tende a focar somente nele e a excluir todas as outras coisas que também podem acontecer (e como elas vão lhe afetar).

Como estabelecer metas no trabalho com a previsão afetiva

Agora que você entende como os humanos são ruins em prever emoções, deve estar pensando porque deveria aprender melhor a fazer isso. É como Gilbert explica:

“Nossa habilidade de olhar para o futuro e pensar sobre o que vai nos deixar mais felizes é o caminho que temos para um presente que nos agrada.”

Gilbert e outras autoridades da previsão afetiva teorizam que a felicidade é a cultivação deliberada de circunstâncias que prevemos que nos farão felizes. A felicidade futura é uma justificativa perfeitamente boa para aprender como prever e como gerenciar emoções — mas também há outras razões:

  • De forma prática, estabelecer metas e planejar é muito mais do que separar um tempo para fazer tarefas. Por que nem todo o tempo é criado de forma igual.
  • Nossa produtividade é afetada por emoções e pela felicidade no trabalho e como um todo. Então, o tempo que uma tarefa levará para ser feita e a qualidade do produto final vai depender das circunstâncias e emoções durante o momento da execução.felicidade no trabalho
  • De acordo com um artigo recente do New York Times, a procrastinação tem mais a ver com como gerenciar emoções do que com preguiça. Se você for melhor com a inteligência emocional no trabalho, poderá tomar melhores decisões e separar o tempo para trabalhar quando você tiver maior probabilidade de realmente fazê-lo.

Por exemplo, eu posso me comprometer em editar alguns artigos depois do jantar com a família e depois de levar o Fido para passear. Mas, na realidade, quando eu me sentar na mesa, provavelmente vou estar sem disposição nenhuma para trabalhar. Aprender como prever melhor a forma como você vai se sentir no futuro significa que o seu processo de tomada de decisão entre terminar aquelas edições agora ou guardá-las para amanhã será mais realista e impactante. Isso é praticar a inteligência emocional no trabalho.

Determine metas que não gerem estresse emocional no trabalho

Quando você se senta para estabelecer metas e objetivos pessoais e profissionais, no que elas geralmente se baseiam? Na sua vida pessoal, você pode pensar sobre o próximo passo usual da vida — como se casar depois de namorar por alguns anos. Profissionalmente, isso pode ser pegar o emprego do seu chefe ou garantir um aumento.

Mas será que essas coisas realmente vão lhe satisfazer?

Ao estabelecer metas, muitas pessoas pensam mais sobre o que vem depois em vez de se perguntarem “o que vem depois para mim?”

A previsão afetiva muda essa mentalidade, lhe forçando a enxergar seus objetivos através das lentes do que você realmente quer, do que vai lhe fazer feliz e de como atingir essas metas tem relação com seus sentimentos.

Essa prática lhe ajuda a confrontar a pressão dos colegas, as expectativas de outras pessoas e as crenças arraigadas que lhe impedem de buscar sua definição de “sucesso”.

Aqui estão alguns exemplos de como essa mentalidade pode mudar os seus objetivos tanto no trabalho quanto em casa:

    • A mentalidade capitalista tradicional diz que você sempre deve estabelecer o objetivo de ganhar mais do que no ano anterior. Porém, a escritora freelancer Kaleigh Moore aprendeu do jeito mais difícil que ganhar mais não trazia mais realização ou felicidade no trabalho. Então ela reformulou o seu objetivo de sempre crescer as finanças para focar em autocuidado emocional (e cuidar mais de si em geral).
    • Muitos dizem que você deve comprar uma casa assim que tiver condições — para começar a construir seu patrimônio. Essa é uma meta que muitas pessoas jovens internalizam. Mas por meio da previsão afetiva você pode se dar conta de que morar no mesmo lugar por anos ou ficar cuidando de consertos da casa não lhe fará feliz. Em vez disso, você pode estabelecer o objetivo de continuar alugando e investir suas economias em outra coisa.
    • Cada vez mais, em algumas áreas de trabalho, há 2 caminhos profissionais divergentes: emprego estável e trabalho freelancer. Para decidir, você deve pesar o potencial de ganho financeiro, o valor de ser o seu próprio chefe, os custos do autoemprego, etc. Ao aplicar a previsão afetiva e a inteligência emocional no trabalho, você adiciona uma nova dimensão a cada um desses cenários. Em vez de escolher automaticamente a opção com o maior potencial de retorno financeiro, você avalia o quanto ganhar aquela quantia faria você se sentir. O que isso significaria para você?

3 formas de estabelecer metas preservando seu autocuidado emocional

É claro que melhores previsões afetivas têm o poder de lhe ajudar a cultivar uma vida mais feliz e satisfatória — tanto dentro quando fora do trabalho.

Mas como você pode fazer isso melhor? Aqui estão 3 passos para aprender como estabelecer metas melhores por meio da previsão afetiva e da inteligência emocional no trabalho.

1. Entenda as barreiras a uma previsão afetiva precisa

O primeiro passo é entender as coisas que existem entre o seu eu do presente e do futuro.

Isso inclui todos os vieses naturais, mas também inclui situações e eventos que você não pode prever. Olhar para sua agenda e suas metas, lhe encoraja a dar um passo para trás e imaginar múltiplas possibilidades e como cada uma delas pode lhe afetar.

Essa é uma boa prática de inteligência emocional no trabalho, e pode lhe ajudar a fazer previsões afetivas mais precisas em geral.

Sem mencionar que, ao tirar um tempo para ponderar todas as eventualidades, você terá mais preparo para reagir e ajustar seus objetivos, caso necessário.

2. Use a atenção plena para se colocar em contato com as emoções

No fundo, uma má previsão afetiva representa uma falta de intimidade entre você e suas emoções. A atenção plena pode lhe ajudar a entender melhor como reagir a certas situações ou eventos e porque você se sente dessa maneira.

Ao praticar a atenção plena, você pode reconhecer e entender melhor uma emoção e sua causa, sem perder sua consciência. Quando você tem uma noção melhor do porquê por trás das suas emoções, você pode prever melhor como diferentes situações e eventos farão você se sentir. Inclusive, ela é uma ótima ferramenta para aprender como reduzir o estresse no trabalho.

3. Considere as forças externas e seus efeitos

Tanto o focalismo quanto o seu viés do agora criam um tipo de túnel de visão para o futuro. Você pode imaginar como mudar um fator vai fazer você se sentir — mas sua vida não acontece no vácuo. Muitas outras coisas mudarão (inclusive nós mesmos).

Considere o exemplo de Gilbert sobre seu cônjuge lhe deixando. Com o tempo, você vai começar a pensar de forma diferente sobre a pessoa. Você pode mudar de emprego ou se tornar doador para um parente enfermo. Toda e qualquer uma dessas coisas vai afetar como você se sente — além do fato de que o seu companheiro ou companheira lhe deixou.

Uma previsão afetiva que ignora essas forças externas sempre apresentará pontos cegos.

É bem parecido com o exemplo da procrastinação explicado antes. Se eu disser que vou trabalhar depois do jantar, eu preciso considerar como os eventos de jantar, passar tempo com a família, passear com o cachorro, entre outros, irão afetar o meu estado emocional. Eu tenho energia para terminar aquele trabalho agora, mas ainda me sentirei assim depois de todas essas atividades?

Reconhecer as coisas que acontecerão entre agora e o futuro podem lhe ajudar a prever melhor, de modo a lhe fazer atingir seus objetivos não importando o quão grandes ou pequenos eles são na sua mente.

A combinação perfeita de previsão afetiva, metas e felicidade no trabalho

Quando você define objetivos para sua vida pessoal e profissional, a felicidade é geralmente o seu norte. Se você prever melhor como atingir seus objetivos vai fazer você se sentir em um futuro próximo, vai ser possível definir metas mais inteligentes, que realmente lhe aproximam da sua verdadeira felicidade.


Traduzido e localizado com amor por Mathias Luz.

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Leia mais: Síndrome de Burnout: seus sintomas, como evitar e se livrar

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