Ativismo corporativo o que é e como colocá-lo em prática na sua empresa

No passado, o foco da estratégia de negócio da maioria das empresas era tão e somente aumentar sua margem de lucro e isso se refletia também nas suas ações de marketing. Porém, esse comportamento vem mudando progressivamente com o ativismo corporativo.

As marcas começaram a se preocupar com a humanização das suas ações e, principalmente, a se importar sobre como a empresa é vista pelo consumidor. E, o comportamento do público também mudou.

Não basta apenas oferecer bons produtos e serviços, as empresas precisam estar alinhadas com as mudanças de paradigmas. A inclusão das mulheres no mercado de trabalho é uma delas, por exemplo.

Por isso, mostrar sensibilização com as causas que permeiam a sociedade tornou-se parte do dia a dia de muitas companhias, que refletem suas mudanças corporativas na comunicação com o público.

Esse movimento é explicado como ativismo corporativo e ainda gera muitas dúvidas sobre seu impacto no mercado. Quer saber mais sobre ele, siga em frente neste artigo e boa leitura!

Mas, o que é o ativismo corporativo?

Quando uma marca se apropria de debates de temas públicos, que pode ou não estar relacionado com seu mercado, produto ou serviço, chamamos de ativismo corporativo.

As principais ações do ativismo corporativo são realizadas com foco em temas sensíveis da sociedade e que, normalmente, estão sendo discutidas pela população. Essa é uma tentativa de humanizar o tão formal mundo corporativo.

Por meio dele, as empresas se aproximam do seu público-alvo e impactam inclusive quem não é target do negócio. Isso porque o ativismo corporativo envolve súplicas sociais que estão diretamente relacionadas com boa parte da população.

Inclusive, é bastante comum que esse ativismo esteja presente nos discursos dos líderes da companhia, que abraçam a causa não apenas como empresários, mas também como cidadãos. Acesse esse artigo para entender o segredo por trás dos grandes líderes.

Qual o papel dos líderes no ativismo corporativo?

Recentemente, um estudo realizado em Harvard aponta que mais de dois terços dos integrantes da pesquisa gostariam de contar com líderes envolvidos em causas sociais.

A ideia é que as companhias também batalhem por melhoras na sociedade, não esperando apenas ações do governo.

O mesmo comportamento é visto nos brasileiros. 65% dos entrevistados de uma pesquisa da consultoria Edelman acreditam no poder de transformação dos CEOs das empresas no país.

Igualdade social e de gênero, proteção do meio ambiente, causas LGBTQ+ são os assuntos que mais se espera posicionamento dos líderes brasileiros.

É essencial lembrar que ao se envolver nessas causas, a empresa corre riscos de se deparar com críticos, que não acreditam nesse movimento.

Porém, se a incorporação dessas ações for realizada da forma correta e com real envolvimento da empresa e seus colaboradores, as chances de sucesso são grandes.

Como incorporar o ativismo corporativo na sua empresa?

Primeiramente, é importante destacar que não adianta apoiar uma causa pelo simples fato de ter entre suas ações um quadro de responsabilidade socioambiental. O ativismo corporativo tem que fazer parte da filosofia da empresa e ser exercido plenamente.

Desta forma, ao escolher um movimento para apoiar todo o comportamento empresarial, a empresa deve estar de acordo com ele.

Por exemplo, não é adequado apoiar a causa do empoderamento feminino e ter um quadro de colaboradores formados por homens em sua maioria.

Esse apoio a determinadas causas costuma estar presente não só nas ações sociais realizadas pela companhia, mas também em toda sua comunicação, interna e externa. Por isso, a publicidade é uma das frentes que se beneficia do ativismo corporativo.

Ao contrário do que se pode pensar, se apropriar de um movimento não deve ser uma atitude de marketing, mas, pelo contrário, o marketing que deve se aproveitar do novo comportamento adotado pela empresa.

Quais são os principais exemplos de ativismo corporativo?

Basicamente, as peças publicitárias são uma ferramenta para mostrar ao público qual o papel que aquela empresa está exercendo para solucionar os problemas da sociedade.

Um exemplo bastante conhecido no Brasil é o Boticário, marca de cosméticos. Por meio de suas ações de publicidade, a companhia fortalece as mensagens de igualdade de gênero e de raça.

A cada novo anúncio nas principais mídias, como televisão e redes sociais, a peça vira tema quase obrigatório na população.

Já a Avon, outra empresa de cosméticos brasileira, apropriou-se do seu público-alvo, as mulheres, e é destaque por sua política de gênero. Inclusive, vencendo o prêmio Guia Exame de Diversidade em 2019.

Qual a relação do ativismo corporativo e a Geração Z?

Ao se envolver nesses assuntos delicados da sociedade, as empresas agradam um público que cada vez mais se importam com questões como preservação do meio ambiente e equidade de direitos. Esse comportamento é visto principalmente na chamada geração Z.

Esses jovens não costumam consumir nenhum produto se não acreditarem no propósito da empresa que o produz. Ou seja, a reputação da marca, como um todo, é constantemente relacionada com a qualidade do produto que comercializa.

Uma marca que detectou esse comportamento foi a Skol. Historicamente, as marcas de cervejas veiculam publicidades relacionando à bebida com mulheres bonitas.

Com a mudança de atitude da população e o advento do empoderamento feminino, a companhia retirou esse conceito de suas ações publicitárias e passou a apostar na diversidade.

Colocar a mulher como objeto já não é mais aceitável. E quem insiste, perde a admiração de muitos.

O que não fazer quando apostar no ativismo corporativo?

Nem todas as companhias já exercem o ativismo corporativo, pois se trata de um movimento relativamente recente, em especial no Brasil. Todavia, a mensagem mais importante é: não escolha uma causa que não esteja incorporada nos valores da empresa.

Os consumidores atuais, talvez pelo advento das redes sociais, estão mais atentos com as atitudes das marcas que consomem e detectam facilmente qualquer sinal de fraude.

Sendo assim, jamais aposte no ativismo corporativo se não tiver a intenção de aplicá-lo no dia a dia da companhia.

A mensagem principal do ativismo corporativo é envolver-se e comunicar causas que fazem sentido para a empresa, seu principal líder, seu consumidor e a sociedade na qual a empresa está inserida.

Fonte:Xerpa

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