Bolsas americanas já devolveram perdas com a Covid, mas há oportunidades

SÃO PAULO — Após terem caído fortemente em março com a pandemia do coronavírus, as Bolsas americanas mostraram uma retomada nos últimos meses, na esteira da injeção de recursos promovida pelo governo dos EUA para ajudar a economia a enfrentar a crise. Nesse cenário, ainda é hora de investir no exterior?

Para o estrategista-chefe da Avenue Securities, William Castro Alves, sim. “‘Never bet against America’, o oráculo de Omaha [Warren Buffett] já disse. (…) Apesar de a gente ver o Nasdaq batendo recorde e com empresas de tecnologia gigantes com múltiplos super esticados, tem diversas outras empresas que não participaram desse ‘oba oba’ de mercado, como Disney, Coca-Cola”, disse.

Otavio Costa, gestor da Crescat Capital, é mais cético em relação às ações nas Bolsas dos EUA. “Investidores iniciantes estão tomando riscos desnecessários, comprando empresas que estão indo à falência, que estão sendo negociadas a 160 vezes seu lucro anual”, afirmou.

Costa enfatizou a divergência entre a atividade econômica e o balanço do Fed. “A impressão monetária [injeção de dinheiro] acaba não arrumando o problema econômico, não há crescimento orgânico. O déficit do governo deve continuar”, completou. O gestor acredita que o ouro e outros metais preciosos continuam sendo mais atraentes do que ações nas Bolsas americanas, com exceção de papéis de mineradoras, especialmente de pequeno porte.

O S&P 500 e o Dow Jones, que chegaram a cair mais de 30% no ano, quando atingiram suas mínimas em 2020 no dia 23 de março, já subiram mais de 33% cada um desde então. Já a Nasdaq, que teve perda de até 23,3% em 2020, disparou 45,5% desde 23 de março e, agora, acumula ganho de 11,9% no ano.

“As mineradoras são a única indústria que se beneficia da conjuntura macroeconômica de expansão da base monetária, não só nos EUA mas no mundo, e também da redução de taxas de juros. Quando eu olho os Capex das mineradoras nos últimos anos e até mesmo no último trimestre, eles continuam em níveis baixos. É a primeira vez na história que eles não subiram junto com o preço do ouro. Tem um crescimento anual de fluxo de caixa que nunca foi tão alto, de aproximadamente 108%. Não conheço nenhuma outra indústria hoje crescendo dessa maneira”, avaliou Costa. Veja a entrevista completa acima.

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Fonte: Infomoney

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