Brasil ainda destoa na busca pela transição energética, revela levantamento

Um levantamento publicado pela DNV GL revela que a indústria de petróleo e gás prevê aumentar os investimentos em sistemas de energia este ano, ao passo que, as empresas buscam se transformar ao longo prazo sob o viés da sustentabilidade. Um recorde de dois terços, ou 66% dos profissionais seniores da indústria global de petróleo e gás, revelou que suas organizações estão se adaptando ativamente a uma matriz energética menos intensiva em emissões de carbono nesse ano, contra apenas 44% em 2018.

Ainda de acordo com o levantamento, 57% dos entrevistados apostam que os recursos dispendidos em projetos renováveis irão aumentar, 13% a mais do que no ano passado. Quase a metade espera elevar os aportes em gás verde ou descarbonizado e apenas 21% prevê incremento envolvendo projetos de petróleo.

Todavia, no Brasil, a expectativa é maior na expansão da indústria do que a média global, numa relação de 74% x 39%, mostrando uma queda muito menor nesse quesito em relação ao ano passado. O país também continua a ter uma perspectiva de investimento mais positiva do que os outros países do estudo, com mais do dobro da média global esperando um aumento em projetos e portfólio a partir do insumo nesse ano. Já as expectativas de aumento de recursos em gás natural permanecem estáveis em 37%.

De maneira geral, o estudo aponta que os executivos esperam que essas mudanças no direcionamento dos investimentos levem a uma reformulação mais ampla do setor. Oito em cada dez entrevistados acreditam que haverá um aumento em consolidações no próximo ano, crescimento de 14% em relação ao ano anterior.

A reorientação estratégica também pode envolver vendas de ativos e negócios, com 63% esperando mais cisões e desinvestimentos, ante 46% na análise anual, fator influenciado também pela pandemia e subsequente deterioração do setor de petróleo e gás.

No relatório Turbulência e Transformação, baseado em uma pesquisa global com mais de mil profissionais seniores, a DNV GL sugere que as prioridades das companhias estão mudando à medida que os investidores reavaliam os riscos de financiar projetos no segmento à medida que governos e indústria alocam bilhões em “estratégias verdes” após a eclosão da Covid-19.

“As empresas estão apostando no longo prazo ao fazer investimentos transformacionais, com o objetivo de navegar pelas múltiplas transições que ocorrem em velocidades diferentes ao redor do mundo”, comenta o Vice Presidente da DNV GL, Hans Kristian Danielsen, pontuando que a confiança é crescente nas oportunidades que se encontram em um futuro descarbonizado.

Além do mais, o levantamento também mostra que a indústria de petróleo e gás não está pisando no freio de gastos com tanta força quanto depois da crise em 2014. Enquanto a proporção de profissionais que esperam manter ou aumentar ocapexno ano à frente caiu, de 72% para 62%, o volume é consideravelmente maior do que os 43% registrados após a última desaceleração.

Entretanto, o Brasil segue uma tendência contrária à mundial, com 69% dos executivos afirmando que a expectativa é de manter ou aumentar ocapex, incremento significativo em relação a 2020, quando esses planos abarcaram 55% do público.

Redação Grupo Studio

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