Cenário de juros baixos no Brasil exige diversificação e maior eficiência na alocação de recursos

A Selic, taxa básica de juros no Brasil, caiu para 5% ao ano em novembro de 2019, menor patamar da história. Com crescimento do PIB aquém do potencial e baixa inflação, a redução dos juros adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) era natural e esperada, o que afeta diretamente a remuneração dos investimentos brasileiros, cujas taxas também recuam, reduzindo o retorno nominal de boa parte das aplicações financeiras tradicionais.

Diante desse cenário de juros reais mais baixos, uma nova dinâmica passa a ser exigida dos investidores. Agora, diversificar os investimentos, melhorar a eficiência do portfólio e, eventualmente, assumir um pouco mais de risco na seleção de ativos financeiros passa a ser uma necessidade para aqueles que buscam resultados mais atrativos para a remuneração de suas carteiras.

“Com a Selic no menor patamar da história – podendo chegar inclusive a 4,5% em dezembro, como é estimado por agentes do mercado financeiro nacional –, o rendimento líquido de aplicações tradicionais, como poupança e fundos de renda fixa, pode perder inclusive para a inflação (projetada para a casa dos 3,3% ao final de 2019), o que representa remuneração negativa de capital. O investidor que busca retornos positivos para seus recursos terá de diversificar sua carteira, tolerar alguma volatilidade em seus investimentos e buscar alternativas que compensem de forma eficiente o recuo dos juros pagos no Brasil”, explica Daniel Celano, CFA, diretor-presidente da Schroders Brasil.

O executivo explica que, atualmente, três alternativas de investimentos devem ser consideradas: fundos de renda fixa com exposição em títulos de crédito privado no Brasil; renda variável (ações); e alternativos líquidos internacionais, capazes de trazer retornos interessantes com baixa correlação com os ativos brasileiros, tanto no mercado de renda variável como no de renda fixa.

Em especial, os alternativos líquidos são grandes diversificadores das classes de ativos tradicionais (Renda Variável e Renda Fixa), pois são estratégias com características mais particulares que buscam gerar retornos com volatilidade controlada e proteção de downside (perdas). Normalmente com perfil de retorno absoluto ou outcome-oriented (orientado ao resultado final para o cliente), como fundos long short, long bias, quantitativos e outros, estes são menos suscetíveis aos impactos cíclicos do mercado e mais focados na geração de alpha.

Fundos de renda fixa ou variável compostos por ativos exclusivamente do Brasil dominam a oferta no mercado. Mas, daqui adiante, alternativas de acesso a ativos financeiros no exterior, por meio de gestores com escala e expertise comprovadas, deverão ser mais relevantes.

“Com uma história de mais de 200 anos e presença há 25 anos no Brasil, a Schroders é hoje um dos poucos players no país que tem capacidade de oferecer alternativas aos investidores, tanto institucionais quanto pessoas físicas, que podem mesclar aplicações em ativos locais e no exterior, contando com times de investimento no país integrados às diversas equipes de investimento baseadas em Londres, Nova Iorque e Ásia. Por aqui, somos pioneiros na oferta de feeders funds, que são os fundos de investimento destinados a aplicar em um determinado ativo do mercado internacional (masterfund)”, afirma Fernando Cortez, Head de Sales da Schroders Brasil.

Diante da necessidade de maior diversificação nas aplicações, o investidor brasileiro precisa levar em consideração a melhor alocação de recursos para um mesmo nível de risco, tolerar certa volatilidade no portfólio e separar os recursos de curto (alta liquidez) e longo (onde será possível capturar o prêmio de iliquidez) prazos. É razoável assumir que, na média, o investidor assumirá um pouco mais de risco em seus investimentos e, para isso, além de planejamento e controle, passa a ser recomendável a escolha de gestores experientes, que ofereçam mais segurança e altos padrões de governança na administração dos recursos.

“Na Schroders, além da experiência acumulada ao longo da nossa extensa história, dispomos de gestores especialistas em várias partes do mundo, atentos ao que acontece nos principais mercados financeiros globais. Esses especialistas trabalham integrados e alinhados para garantir os melhores resultados a todos os clientes. Aliamos conhecimento local a expertise global, acesso a ferramentas de teconologia únicas, time especializado e sistemas próprios de análise de investimentos. Contamos ainda com especialistas de ESG (focados na análise de aspectos Ambientias, Sociais e Governança das empresas) e times de análise de Big Data para a gestão de recursos no Brasil”, diz Celano.

Renda fixa ou variável

Operando em patamar recorde, acima dos 100 mil pontos no Ibovespa (principal índice da Bolsa de Valores brasileira), investir em ações de companhias brasileiras é uma das alternativas que precisa ser considerada pelos investidores, especialmente diante do cenário de juros baixos. Além do ganho de capital, é preciso considerar o dividend yield e as questões impostas sobre essas aplicações, que acabam sendo mais atraentes para essa classe de ativos.

“Entendemos que o crescimento de lucros das empresas brasileiras deve continuar positivo em vista da recuperação econômica cíclica no Brasil. Contamos no país com oito profissionais de investimentos em ações, US$ 4 bilhões investidos na Bolsa brasileira e fundos de renda variável (FIAs). Utilizamos uma abordagem que prioriza a eficiência na relação risco versus retorno e contamos com o apoio de mais de 20 especialistas em ESG que nos auxiliam na cobertura de empresas brasileiras, além de um time de análise de Big Data para reforçar ou não nossas convicções nos cases de investimento”, diz Pablo Riveroll, responsável pela gestão de Renda Variável no Brasil e América Latina.

Outro ponto importante é a alternativa de investimentos em fundos de crédito privado como resposta à necessidade de retornos superiores à taxa Selic, considerando-se o risco de crédito específico de cada emissão, tendo em vista o melhor equilíbrio possível ente risco e retorno, estrutura de garantias e acompanhamento de indicadores financeiros dos emissores.

“Diante de um mercado com juros baixos e oferta restrita de crédito pelas instituições financeiras, várias empresas têm optado pela captação de recursos a partir da emissão de títulos de dívida ao mercado. Esses papéis são uma alternativa que tem tido grande receptividade entre os investidores. É claro que os gestores precisam estar atentos à segurança e às garantias oferecidas pelos emissores dos títulos. Isso é um princípio fundamental da atuação da Schroders neste mercado”, esclarece Leandro Trielli, gestor-líder de Crédito Privado da Schroders para o Brasil e que está integrado ao time de EMD (Emerging Market Debt) em Nova Iorque.

Adaptação é essencial

Diante de tantas mudanças e de um cenário inédito para o mercado e para a economia brasileira, o investidor tem de mudar hábitos, ser mais dinâmico, olhar com grande atenção para o mercado e optar por alternativas diversas que permitam um melhor retorno combinado ao capital aplicado. Contar com a confiabilidade e a segurança de gestores experientes, conectados globalmente e preparados para oferecer as melhores e mais variadas alternativas de investimento passa a ser a opção mais ponderada a quem busca retorno positivo para seu dinheiro, mas tem preocupação em evitar perdas de patrimônio.

Com sede em Londres e presente em 32 países, a Schroders mantinha sob sua gestão US$ 565,5 bilhões em ativos em todo o mundo até junho de 2019. No mercado brasileiro, até setembro deste ano, somava sob sua gestão R$ 17,2 bilhões em ativos domésticos e internacionais, por meio de fundos de renda variável, renda fixa, multimercados e investimentos no exterior.

Fonte: Infomoney

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