como a inovação se conecta com a visão de futuro

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Endeavor Brasil

A Endeavor é a rede formada pelas empreendedoras e empreendedores à frente das scale-ups que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.

Conversamos com o Marcos Gurgel, Diretor de Corporate Venture & Open Innovation no iFood, sobre a estrutura, estratégias e métricas de inovação da empresa para a construção e desenvolvimento de novos negócios. Confira!

Uma das perguntas mais complexas e importantes para a definição das estratégias de muitas organizações é: como a empresa se vê no futuro? São os objetivos de crescimento, posicionamento ou desenvolvimento de negócios em médio e longo prazo que orientam boa parte das ações implementadas no presente.

E não poderia ser diferente para inovação.

A inovação começa a fazer sentido quando é conectada com a estratégia e visão de futuro da empresa. A partir daí, a realização de projetos em diferentes horizontes e frentes do negócio passa a ser mais fluida e gerar resultados mais claros – tanto para o core business quanto para novas oportunidades de mercados ou produtos.

Quem tem essa mentalidade é o iFood. Em um bate papo com a nossa rede de empresas de inovação aberta , Marcos Gurgel, Diretor de Corporate Ventures & Open Innovation no iFood, falou sobre novos negócios e como a empresa se relaciona com o ecossistema empreendedor para construir sua estratégia de longo prazo.

Veja, em primeira mão, um vídeo com parte do encontro e, abaixo, os principais aprendizados e insights dessa troca.

Estrutura de inovação: iFood Labs, Jet Skis, Inovação Aberta e CVC

O iFood Labs é responsável por mapear e tropicalizar as principais tendências globais de negócios. Os Jet Skis, por sua vez, funcionam como uma fábrica de MVPs: a área é formada por pequenos squads, que testam hipóteses em projetos que duram de 3 a 6 meses para entender se a ideia é aplicável ou não.

Ao mesmo tempo, o time de Open Innovation está olhando para as grandes apostas de longo prazo e para o desenvolvimento de projetos em parceria.

“Criamos o time de inovação aberta pois percebemos que, com tanta coisa acontecendo no mundo, seria inviável ter squads internos para todos os projetos. Nós não temos a intenção de ser bons e tudo, e acreditamos que, independente do tamanho da empresa, a inovação aberta parte de um pressuposto de: se existe alguém fazendo algo que eu preciso, de uma forma melhor e mais rápida do que eu, pra que eu vou desenvolver internamente?” – Marcio Gurgel

Relacionamento com as áreas de negócio

Uma das propostas principais da área de inovação é trazer ideias provocativas e disruptivas para dentro da empresa, que vão para além do core business atual. E há algum tempo atrás, perceberam a importância de trazer as áreas de negócios para perto dessas ideias desde o começo, para que os projetos sejam bem alinhados e construídos em conjunto. . Assim, as áreas de Open Innovation e os Jet Skis têm, também, um olhar de business partners das áreas de negócios e trazem ideias que vão contribuir com os KPIs gerais da companhia. KPIs, acompanhamento do sucesso dos Jet Skis e meta-ninja

O time de inovação do iFood é orientado por metas semestrais que ajudam a identificar se a área está contribuindo para o incremento de metas estratégicas da empresa.

Cada Jet Ski tem seus próprios KPIs, que devem extrapolar o crescimento orgânico já esperado. Mas além disso, a área de inovação tem uma meta ninja: o NPS. Se no final de um semestre a área afundou muitos jet skis, mas os aprendizados foram importantes, o trabalho é validado.

“Há algum tempo atrás, a área de inovação tinha uma meta de número de projetos aprovados por mês, e isso nos fez criar a ‘síndrome da batata quente’ – passávamos projetos para a frente simplesmente por passar, mas não necessariamente eles faziam sentido para a estratégia macro. Conectar os projetos com o crescimento esperado em longo prazo, com as estratégias e metas do core e com o NPS, ajudou a aumentar nossos aprendizados e a nos indicar os caminhos certos para inovação.” – Marcio Gurgel

O desmembramento da área de inovação

No iFood, a virada de chave para inovação se tornar um valor da empresa, foi quando as áreas de negócios ganharam seus próprios especialistas de inovação, responsáveis por olhar para projetos incrementais e de curto prazo.

O time de inovação, na sua estrutura atual, passou então a olhar para projetos que realmente trazem disrupção para a operação. A Inovação Aberta entra para complementar essas demandas e unir forças com tecnologias e soluções já existentes.

“Se apaixone pelo processo, não pelo projeto

Os jet skis que “afundam” são tão importantes quanto os que viram lanchas. A empresa criou a consciência de que o que é feito na área de inovação pode não impactar o iFood de 2021 ou 2022, mas o de 2023 ou depois. Assim, mesmo que um jet ski não seja validado para virar uma business unit, por exemplo, os aprendizados são igualmente valorizados e o time também é reconhecido por isso. Isso equilibra as frustrações de quem estava à frente de testes que ainda não deram certo.

“O iFood já tem mais de 6.000 pessoas olhando para o now, para como vamos alcançar a meta do fim de ano – então a área de inovação se força a olhar para o next e para o later. O que tentamos embutir aqui é uma visão de bastante longo prazo, que é muito importante para a inovação.” – Marcio Gurgel

50% negócios existentes, 50% novos negócios

No momento em que a área de inovação consegue enxergar uma tese interessante para a estratégia e para a meta de uma business unit, ela pode virar um projeto, um jet ski. Por outro lado, o mesmo time que olha para estas demandas internas dos negócios atuais precisa identificar comportamentos do mercado que abrem espaços ociosos para serem explorados e que possibilitem a expansão da fronteira da companhia.

“Nós temos que entender que o mercado no Brasil ainda é muito pequeno – então ainda vão surgir várias outras empresas que, provavelmente, conseguirão disruptar o que já é feito hoje. Nós precisamos estar abertos para conversar e trocar com outras empresas que trabalham no mesmo segmento ou em áreas que conversam tanto com o core da companhia, quanto com o que queremos ser no futuro.” – Marcio Gurgel


Saiba como fazer parte dos momentos de troca e capacitação para nossas empresas parceiras de inovação aberta.

Fonte: Endeavor

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