Como a transformação digital vai impactar no seu negócio?

mulher olhando tablet

Certamente você já ouviu falar sobre Transformação Digital. É um termo muito repercutido, especialmente nos últimos anos. Perguntar-se como esse fenômeno vai impactar no seu negócio chega até ser um equívoco, pois ele já está impactando – no presente, neste exato momento.

Há basicamente dois tipos de empresas no mundo:

1) Empresas que já nasceram de forma digital;

2) Empresas que nasceram antes da transformação.

O segundo caso consiste em empresas que surgiram em uma época onde processos internos, comunicação, formas de relacionamento, tomada de decisões, mensuração de resultados e muitas outras atividades eram realizadas de forma analógica, isto é, nos meios convencionais (físicos).

As empresas que se enquadram no segundo cenário, se quiserem ter qualquer vantagem competitiva no mercado, terão que, inevitavelmente, aderir ao processo de transformação.

E, exatamente a partir da reflexão sobre este cenário, o gerente do SEBRAE, Paulo Cereda, com base na sua vasta experiencia de mercado a comando da Regional São Paulo, nos concedeu seu depoimento, através do texto redigido a seguir.

Quem tem medo da transformação digital

         Talvez você também tenha se lembrado da música cantada pelos três porquinhos na fábula transformada em desenho animado: “quem tem medo do lobo mal…”. Os três corajosos contavam a bravata num rompante de coragem, mas que na verdade estava somente no discurso.

            Foi justamente vendo novamente um pedaço dessa fábula que me veio a analogia a respeito de como as pessoas têm reagido as mudanças efetivas já trazidas pela transformação digital e as notícias e previsões a respeito do que ainda está por vir.

            Alguns empresários olham para tudo aquilo que se anuncia a respeito das transformações no mercado, com duas reações principais, os descrentes/acomodados e os apavorados. Aqueles descrentes com relação a efetividade das mudanças assumem a fé que tudo isso vai passar logo, bastando então ficar quieto e não tomar nenhuma providência no sentido das mudanças, mantendo as mesmas práticas de gestão e tudo logo voltará ao “normal”.  Os apavorados assumem muitas vezes, o pânico acreditando no fim dos empregos e na miséria generalizada. Esses olham para o futuro imaginando o apocalipse da sociedade moderna devido ao fim dos empregos e a miséria absoluta distribuída em todas as localidades da terra. Poucos são aqueles com visão no futuro entendendo as oportunidades que ainda surgirão.

            Para poder apesentar a minha visão sobre o futuro dos negócios e empregos, permita-me uma breve definição ou explicação sobre como entendo o processo de Transformação Digital, sem assumir aqui nenhum compromisso com o rigor acadêmico. Entendo que por transformação digital a introdução de tecnologia, preferencialmente T.I., na melhoria da gestão dos processos internos e do relacionamento com o mercado, com foco a ampliação da oferta de valor para o cliente final. No final das contas isso significa novos modelos negócios para um mercado em constante e rápida transformação. Logo de nada adianta esconder-se ou omitir-se, a transformação é inevitável, desta forma preparar-se e olhar para o futuro com a lente das oportunidades é então a reposta sobre como aproveitar todo esse admirável mundo novo digital e não somente sobreviver.

            A introdução de tecnologia, lembrando que aqui falamos principalmente de T.I., tem como objetivo principal melhorar a gestão dos processos de uma empresa. Veja, se uma empresa ainda não tem os seus processos mapeados e alguma gestão sobre eles, tendo como foco a ampliação da oferta de valor ao cliente final, o risco de introduzir tecnologia é enorme. Isso tudo pode acabar piorando ainda mais os resultados do negócio. Se for esse seu caso, você já está atrasado, mas com trabalho duro é possível virar o jogo.

            Outro ponto importante é o foco no mercado, principalmente a partir da pergunta: O que posso fazer para ampliar a oferta de valor para meu cliente final?

            Não se trata aqui de somente passar a fazer uso das redes sociais para divulgar seus produtos e serviços, criar um site ou até mesmo um e-commerce, tudo isso faz parte não é o todo. Estamos falando de uma revolução completa na forma como são concebidos seus produtos e serviços a partir do relacionamento e da validação de seus clientes, na comunicação da sua empresa com o mercado, ou seja, no modelo de negócio de sua empresa. Não se trata de pensamento positivo ou coragem declarada, mas sim de entendimento e adequação ao novo mercado consumidor, que tem um novo modelo mental, moldado a partir do relacionamento com a tecnologia.

            Certamente já percebemos a importância da gestão, do profundo conhecimento de seu mercado e da modelagem competitiva de seu negócio. Sejamos francos. Nenhuma novidade até aqui a não a introdução de tecnologia mudando padrões de comportamento da sociedade e exigindo das empresas a capacidade de adequarem-se rapidamente a tudo isso, ou seja, não é a primeira vez que no mundo dos negócios isso acontece e também não será a última. A novidade aqui é somente a velocidade incrivelmente maior dos acontecimentos.

            Você decidir olhar para isso tudo com medo e então sucumbir frente as mudanças já consolidadas e as outras que ainda estão por vir, ou olhar para o admirável mundo novo de oportunidades nascentes e buscando a inovação todos os dias, ganhando eficiência e eficácia, promovendo a revolução na oferta de valor e na experiência de compra de seu cliente final e assim estar pronto para esticar as velas de sua embarcação aproveitando os ventos da inovação.

            Assim como na fábula citada no início deste texto a casa que não foi a mais preparada para enfrentar o desfio que se propunha e para preparar-se são necessários disciplina, empenho e dedicação todos os dias e não somente de vez quando.

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Paulo Sérgio Cereda

Gerente Regional do SEBRAE no Grande ABC Paulista, professor de graduação e pós-graduação, palestrante em temas de empreendedorismo, economia, gestão estratégia e inovação e atuação a mais de duas décadas como consultor empresarial.

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