Esta reportagem está em atualização para acrescentar novos fundos que ainda estão sendo criados pelas instituições financeiras.
Os investidores interessados em utilizar parte do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para investir na Eletrobras durante o processo de privatização da empresa precisam tomar algumas decisões nos próximos dias. O período de reserva começa na sexta-feira (3) e segue até dia 8, quarta-feira da próxima semana.
Uma delas é o valor que direcionarão para o investimento – que, segundo o prospecto da oferta de ações da Eletrobras, precisará ser de R$ 200, no mínimo, até o limite de 50% do saldo disponível em cada conta vinculada do FGTS.
A outra é por meio de qual fundo de investimento realizarão a aplicação. Lembrando que a compra das ações com recursos do FGTS não acontecerá diretamente, e, sim, via Fundos Mútuos de Privatização (FMP-FGTS), em um formato similar ao que foi adotado nos anos 2000 para a Vale (VALE3), então Vale do Rio Doce, e a Petrobras (PETR3;PETR4).
Vários bancos e corretoras começaram a estruturar carteiras para receber esses recursos. Segundo dados disponíveis na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e obtidos junto às instituições financeiras, há pelo menos 21 fundos voltados aos investimentos em Eletrobras via FGTS.
Os fundos de privatização são chamados de “monoação”, o que significa que investem nas ações de uma única empresa. Os regulamentos das carteiras que já foram registradas na CVM indicam que eles devem investir no mínimo 90% do patrimônio nos papéis da Eletrobras. Os 10% restantes podem ser alocados em títulos de renda fixa.
Por serem “monoação”, especialistas sugerem que os investidores prestem atenção à taxa de administração cobrada pelas instituições financeiras. “A diferença de rentabilidade entre eles vai ser consequência da taxa de administração. Não faz diferença a gestão, só os custos”, afirma Letícia Camargo, planejadora financeira.
De acordo com levantamento do InfoMoney realizado na manhã desta segunda-feira (30), as taxas de administração variam de zero a 1% ao ano. Desde sexta-feira (27), quando o prospecto da oferta de ações da Eletrobras foi publicado, o que se viu foi uma corrida das instituições financeiras para ajustar as taxas dos seus fundos.
O Daycoval, por exemplo, zerou a taxa de administração do seu fundo na manhã desta segunda-feira (30) – até então, o regulamento previa um custo de 1,50% ao ano, a mais alta entre as carteiras já disponíveis.
O Safra fez o mesmo. O regulamento do fundo foi atualizado hoje, reduzindo a taxa de administração de 1,20% para 0,50% ao ano.
Confira abaixo a lista de 21 fundos disponíveis para investir o FGTS nas ações da Eletrobras, com os respectivos CNPJs, gestoras responsáveis e taxas de administração:
Fundo | CNPJ | Gestora | Taxa de administração |
Alfa II – Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras – Migração | 40.156.889/0001-15 | Banco Alfa de Investimentos | 0,45% ao ano |
BB Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 45.081.538/0001-06 | BB DTVM | 0,50% ao ano |
BB Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras – Migração | 45.081.560/0001-56 | BB DTVM | 0,50% ao ano |
BNB Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 42.847.915/0001-87 | BNB | 0,45% ao ano |
Bradesco Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 44.360.670/0001-94 | Bradesco Asset Management | 0,75% ao ano |
Bradesco Migração Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 44.544.074/0001-64 | Bradesco Asset Management | 0,75% ao ano |
BTG Pactual reference Fundo Mútuo de Privatização do FGTS Eletrobras | 45.560.774/0001-05 | BTG Pactual Asset Management | 0,50% ao ano |
Caixa Fundo Mútuo de Privatização – FGTS de Migração Eletrobras | 45.443.366/0001-73 | Caixa DTVM | 0,45% ao ano |
Caixa Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 45.160.183/0001-40 | Caixa DTVM | 0,45% ao ano |
Daycoval Fundo Mútuo de Privatização do FGTS Eletrobras (FMP-FGTS) | 45.121.022/0001-48 | Daycoval Asset Management | Zero |
Genial Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 45.598.817/0001-41 | Plural Investimentos | 0,20% ao ano |
Genial Migração Fundo Mútuo de Privatização FGTS Eletrobras | 45.938.153/0001-12 | Plural Investimentos | 0,20% ao ano |
Guide Fundo Mútuo de Privatização do FGTS Eletrobras (FMP-FGTS) | 45.120.936/0001-94 | Guide Gestão de Recursos | 1% ao ano |
Itaú Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 42.520.416/0001-80 | Itaú Unibanco Asset Management | 0,20% ao ano |
Itaú Migração Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 42.582.153/0001-34 | Itaú Unibanco Asset Management | 0,20% ao ano |
MAM Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobrás | 43.926.530/0001-78 | MAM ASSET MANAGEMENT | 0,80% ao ano |
Safra Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 44.934.934/0001-76 | Safra Asset Management | 0,50% ao ano |
Santander Fundo Mútuo de Privatização – FGTS – Eletrobras – Migração | 45.322.586/0001-49 | Santander Brasil Gestão de Recursos | 0,55% ao ano |
Santander Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobras | 45.322.541/0001-74 | Santander Brasil Gestão de Recursos | 0,55% ao ano |
XP Fundo Mútuo de Privatização – FGTS (Migração) Eletrobrás | 45.088.755/0001-28 | XP Allocation Asset Management | 0,55% ao ano no 1º ano 0,50% ao ano a partir do 2º ano |
XP Fundo Mútuo de Privatização – FGTS Eletrobrás | 45.088.790/0001-47 | XP Allocation Asset Management | 0,55% ao ano no 1º ano 0,50% ao ano a partir do 2º ano |
Fonte: CVM e instituições financeiras
O que são os fundos “migração”?
Alguns dos fundos criados para receber os recursos do FGTS contêm a inscrição “migração” no nome. Eles serão utilizados por quem quiser resgatar os investimentos feitos no passado nos FMPs de Vale e de Petrobras para aplicar, agora, na Eletrobras. Em outras palavras, é uma opção para trocar o investimento já existente por outro.
No geral, as instituições financeiras estão replicando, nesses fundos, as mesmas condições – taxa de administração, por exemplo – dos que foram criados especificamente para a oferta da Eletrobras.
Com um detalhe: os investidores que optarem por transferir os valores que possuem de outros FMPs terão um prazo menor para aderir à oferta. Os pedidos de reserva também começam na sexta (3), porém terminam na segunda-feira (6).
Procedimentos para acessar os fundos FMP-FGTS
O trabalhador interessado em ter acesso aos papéis deve acessar os canais da Caixa Econômica Federal, via aplicativo ou nas agências bancárias.
O investidor deve escolher uma administradora de FMP-FGTS para autorizar a consulta do saldo do FGTS e repassar à Caixa o pedido de reserva para a compra.
De acordo com as instituições financeiras consultadas pelo InfoMoney, os fundos criados por cada banco ou corretora poderão ser acessados por trabalhadores que já sejam clientes deles. Caso não sejam e, ainda assim, queiram realizar o investimento, será preciso abrir uma conta – processo que, em muitos casos, é feito pelo aplicativo da instituição.
Caso queira se desfazer das ações posteriormente, os valores provenientes da venda retornarão para a conta do FGTS, podendo ser sacados nas situações tradicionais, como a compra de imóvel ou a demissão sem justa causa.
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