A consultoria especializada RegE, de um ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), apontou que o consumo de eletricidade pode ter queda de 5% a 12% no Brasil em 2020.
Caso seja confirmada, a projeção resultaria em um cenário bem pior que as estimativas feitas pela estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e de outros órgãos técnicos da área, que no início do mês de maio projetaram retração de 2,9%.
A consultoria RegE, avaliou em relatório a clientes que a desaceleração da economia terá um grande impacto no consumo de energia elétrica, que poderia cair 4,7% em cenário avaliado como “otimista”. Em um cenário considerado “moderado”, a redução na demanda poderia chegar a 7,9%, enquanto em uma visão “moderada” poderia levar a uma redução de 12,3% no uso de eletricidade.
Em um momento normal, sem a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, o consumo de eletricidade poderia ter aumentado 4,5% no país este ano – número de acordo com estimativas da EPE, ONS e CCEE no final de 2019.
Segundo o boletim Focus publicado recentemente pelo Banco Central, a expectativa de analistas de mercado para o desempenho da economia brasileira neste ano é de uma queda de 5,89%.
Em meio à grande retração na demanda e também a um aumento da inadimplência, o governo tem negociado um pacote de apoio a distribuidoras de energia que deve envolver mais de 10 bilhões de reais em empréstimos de um grupo de bancos liderado pelo BNDES.
A consultoria ReGe revelou ainda que a redução do consumo tem sido mais expressiva no mercado livre de eletricidade, no qual grandes clientes como indústrias negociam seu suprimento diretamente com geradores e comercializadores, o que será acompanhado por renegociações de contratos e até possível aumento da inadimplência nesse setor.
