Dados apontam crescimento de pedidos de recuperação judicial

Dados coletados no último levantamento feito pela Boa Vista e que foi divulgado no início do mês, relevam que ocorreu uma alta de 68% no número de pedidos de recuperação judicial de maio em comparação com abril.

A empresa ainda aponta um crescimento dos pedidos de falência de 30% frente ao mês anterior. Os dados revelam o impacto sofrido pelos negócios no período de isolamento social, quando apenas os serviços essências seguiram com operação.

O especialista em direito empresarial Ricardo Dosso, comenta que a paralisação dos setores de comércio, serviços e indústrias refletiram diretamente no caixa das empresas. E mesmo com a flexibilização e o funcionamento parcial das empresas em junho, o cuidado com a saúde financeira dos empreendimentos deve continuar em alta.

Para Ricardo, deve acorrer uma redução do poder de compra da população, e também que esse período pode ocasionar mudanças de costumes de consumo. “Portanto, as empresas devem cortar imediatamente custos fixos, preservando aquilo que têm de essencial, e buscar a renegociação de seus contratos”, explica.

Se, mesmo assim, as dificuldades das companhias não forem superadas e a saída for à recuperação judicial, o especialista faz um alerta. “Olhe para dentro da sua empresa, considere todas as transformações ocorridas nos últimos anos no mundo dos negócios, e entenda que essa não é uma saída milagrosa e fácil. É, no entanto, uma ferramenta bastante poderosa e eficaz para estancar a crise financeira, proteger o patrimônio e as receitas, e para possibilitar o alongamento das dívidas”, diz.

O especialista ainda revela que um plano de recuperação judicial aprovado considera descontos de até 60% nos débitos, carência e prazos de até 15 para pagamento. E caso o empresário perceba que não conseguirá honrar seus compromissos de forma duradoura, e esgotadas as tentativas de renegociação de seus compromissos financeiros, a decisão pelo pedido de recuperação judicial deve ser rápida.

Através dessa ferramenta, é possível readequar o negócio à nova realidade, e os encargos do período anterior – dívidas e compromissos com redução de custos – podem ser renegociados para pagamento de acordo com as possibilidades financeiras atuais da empresa.

Fonte: Contábeis

Grupo Studio

Posts Relacionados