David Feffer detalha trajetória e lições da família que construiu uma gigante mundial em podcast

SÃO PAULO – Como é possível criar uma empresa resistente à gerações e mudanças na sociedade ao longo de décadas? Para responder esta pergunta o 43º episódio do podcast Do Zero ao Topo conta a história da companhia de papel e celulose Suzano com quem mais a acompanhou ao longo de seus quase 100 anos: David Feffer.

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David Feffer é a terceira geração de uma família que é referência no cenário o empreendedorismo brasileiro. Seu avô, Leon Feffer, era um imigrante ucraniano que na década de 1920 vendia de tudo no país. Em 1924 ele criou a Suzano (SUZB3) para vender papel. Anos depois, vendeu a casa, seu caminhão e até as joias da esposa para montar a própria fábrica do produto.

O filho de Leon e pai de David, Max Feffer, foi o grande responsável por revolucionar o mercado na década de 1950 ao produzir celulose através da fibra de eucalipto — uma árvore muito abundante no Brasil e que tornou o país um grande exportador de celulose. “O Leon e o Max trabalhavam como sócios, apesar de serem bastante diferentes”, conta David.

Segundo o empresário, Leon era um empreendedor que focava em resolver problemas, em fazer o possível para manter seus negócios prosperando no dia a dia, enquanto Max focava em fazer planos para o futuro da Suzano. “O Leon aproveitava as oportunidades enquanto o Max planejava para criar oportunidades”, conta.

Foi durante  início da fabricação de celulose de eucalipto que David nasceu, em 1956. “Na época, a companhia era muito familiar. Durante todo o meu crescimento o Max e o Leon me enchiam de perguntas sobre negócios e por isso eu me sentia parte integrante dos negócios”, afirma.

Quando assumiu a companhia, em 2001, David profissionalizou a gestão e definiu um modelo baseado em três pilares: gestão meritocrática, acionista de referência claro (a família Feffer) e comprometimento com o stakeholders. “Quando assumi, procurei me cercar de pessoas muito boas e então criamos este modelo”, afirma.

A nova estrutura levou David a deixar o cargo de CEO e se tornar presidente do conselho de administração da empresa. “Foi um momento bem difícil pra mim porque eu nasci, cresci e me preparei a vida inteira para fazer parte da liderança. Na hora que eu assumi a liderança, com esse novo modelo de gestão, eu tive que dar o exemplo e deixar de ser CEO”, afirma. “Tive que reconhecer que tem gente muito melhor do que eu para ser um presidente executivo”, completa.

Desde então, a empresa já teve três CEOs. O atual é Walter Schalka, que comanda os negócios desde 2013.  Com Schalka no dia a dia e David no conselho, a companhia comprou a concorrente Fibria, em 2018, e se consolidou como uma das maiores produtoras de papel e celulose do mundo.

Para continuar os negócios, David afirma que é preciso ter uma boa execução e, ao mesmo tempo, aproveitar novas oportunidades. “A gente encherga com bastante clareza que as empresas que terão sucesso são as ambidestras: que conseguem ser o melhor naquilo que fazem hoje e ao mesmo tempo explorar todas as janelas de oportunidade para inovar que o mundo novo dá”, explica. Confira mais sobre a história da companhia no podcast.

Sobre o Do Zero ao Topo

O podcast Do Zero ao Topo traz, a cada semana, um empresário de destaque no mercado brasileiro para contar a sua história, compartilhando os maiores desafios enfrentados ao longo do caminho e as principais estratégias utilizadas na construção do negócio.

O programa já recebeu nomes como João Apolinário, fundador da Polishop, David Neeleman, fundador da Azul, José Galló, executivo responsável pela ascensão da Renner, Guilherme Benchimol, fundador da XP Investimentos, André Penha, cofundador do QuintoAndar, Sebastião Bonfim, criador da Centauro e Edgar Corona, da rede Smart Fit.

Fonte: Infomoney

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