Due Diligence x Auditoria: quais são as diferenças?

A análise das atividades da empresa é um processo comum realizado por meio da chamada  auditoria. Porém, existe outro processo minucioso, que examina informações e documentações da empresa, diferente da auditoria, conhecida como due diligence.

A due diligence é comumente utilizada em processos de venda ou fusão de determinada empresa. Essa avaliação prévia permite que os envolvidos tenham conhecimento sobre a situação financeira da companhia, riscos e possíveis oportunidades.

Ou seja, o principal objetivo da due diligence é dar aos envolvidos na transação uma visão ampla sobre a empresa, prevenindo-os de altos riscos antes de efetivar o negócio.

Quer saber mais sobre a importância desse artigo? Então é só seguir em frente e boa leitura.

Due diligence: qual a origem da palavra?

A palavra due diligence na tradução literal seria algo como diligência prévia. Esse termo já estava presente em uma legislação portuguesa do século XIX, citada especificamente na “Colecção Official da Legislação Portugueza” do ano de 1854.

Todavia, ela se fez presente no mercado com maior impacto e, com suas características atuais de análise prévia de uma empresa, a partir do decreto americano de 1933, US Securities Act.

O decreto permitia que os intermediários de negociações realizassem o processo de due diligence, isto é, de avaliação prévia de documentos e informações da empresa, e passassem aos investidores.

Então, a partir desse decreto de 1933 a due diligence passou a ser utilizada com frequência no mercado quase como um respaldo para quem desejasse realizar algum tipo de aquisição ou investimento em alguma empresa.  

O que é due diligence?

A due diligence é um processo de análise detalhado de informações e dados de uma empresa. Ela é costumeiramente utilizada quando há algum tipo de negociação em torno dessa empresa.

Seja em operações de fusão ou venda. Ela serve como uma demonstração dos ativos e passivos da organização para os futuros investidores dando a base que eles precisam para avaliar a compra guiados por dados concretos.

Qual a diferença entre due diligence e auditoria?

Existem diversas dúvidas sobre as diferenças entre auditoria e due diligence. A verdade é que elas não são a mesma coisa e se diferem em diversos pontos. Entre eles podemos destacar três: 

  • A due diligence foca na análise de risco e a auditoria não tem esse objetivo;
  • A auditoria se utiliza de análise com base em amostragens, já a due diligence se utiliza de todos os dados possíveis e disponíveis;
  • A auditoria é tecnicamente contábil, enquanto a due diligence foca em características avaliativas.

 Se você quiser saber mais sobre a função da auditoria nos processos internos, leia nosso artigo sobre o tema clicando aqui

Quais dados compõem due diligence?

Esse diagnóstico minucioso, feito na due diligence, se baseia em informações retiradas de diversos setores da empresa. Uma vez que, nesse processo, cada dado é fundamental para que a transação seja concluída.

Sendo assim, podemos destacar os seguintes dados como importantes para a due diligence:

  • Contábeis e fiscais;
  • Trabalhistas e previdenciários;
  • Ativos e passivos;
  • Empréstimos, dívidas e fundos;
  • Ambientais, jurídicos e imobiliários.

Tendo em mão as informações de cada um desses tópicos é possível realizar uma análise fiscal, de risco, financeira e legal da empresa.

Como o processo de due diligence funciona?

Podemos dividir a due diligence em três etapas, que são fundamentais para que as informações sejam levantadas corretamente e os dados tenham base para as tomadas de decisão.

Confira quais são elas:

Montagem de uma equipe multidisciplinar 

O primeiro passo é montar uma equipe multidisciplinar das mais diversas áreas da empresa, do setor administrativo ao contábil, para que seja possível realizar o levantamento de dados.

É importante nesse passo que o auditor tenha um bom relacionamento com os profissionais e preze por uma boa comunicação entre eles para que nenhuma informação seja ocultada.

É claro que antes dessa montagem da equipe é necessário se basear nos principais objetivos e informações que a parte interessada está requerendo. Outro ponto fundamental no processo de due diligence é o contrato de confidencialidade

É essencial que ao longo dessa auditoria todos os envolvidos, que terão acesso a essas informações confidenciais, assinem esse termo para que se evite vazamentos e para que haja um respaldo jurídico caso algum dado venha à tona sem permissão.

Levantamento de dados e construção de relatório

No segundo passo da due diligence podemos incluir o levantamento de dados e principalmente a construção do relatório com todos os documentos e informações previamente descritas. 

Nesse momento deve haver uma compilação de todos os dados, dos contábeis aos administrativos e trabalhistas. 

Informações do passado, presente e futuro da empresa que podem surgir com base em livros fiscais, passivos e ativos, dados sobre funcionários (salários, benefícios), contratos com fornecedores, declarações fiscais e de tributos. 

Cada uma dessas informações servirá de apoio para que os riscos e oportunidades sejam expostos e contribuam nas tomadas de decisão. É importante ressaltar que esse processo é trabalhoso e costuma ser longo para que de fato seja eficaz. 

Análise de dados e tomada de decisão

O terceiro e último item relacionado a due diligence está relacionado a análise dos dados e por fim a tomada de decisão em relação a uma venda ou fusão. É nesse momento que os envolvidos no negócio podem avaliar concretamente a realidade da empresa. 

Com isso é possível identificar pontos fortes e fracos, riscos e oportunidades da empresa em questão.  Isso quer dizer que com a due diligence tudo é feito às claras, evitando que uma decisão seja tomada por impulso ou no escuro, sem base. 

Quais são as vantagens da due diligence?

O processo de due diligence traz consigo diversas vantagens que garantem maior confiabilidade numa transação de aquisição de determinada empresa ou até mesmo de fusão. Confira abaixo algumas dessas vantagens: 

  • Auxilia na prevenção de riscos antes de uma transação ser concluída;
  • Aumenta a visão sobre o futuro da empresa a médio e longo prazo;
  • Contribui para a identificação de problemas financeiros;
  • Serve como base para a construção de um posterior planejamento financeiro;
  • Permite levantar pontos positivos e negativos da organização em setores distintos, do administrativo ao contábil; 
  • Traz uma visão mais concreta sobre possíveis oportunidades futuras;
  • Expõe possíveis fraudes e limitações operacionais da empresa.

Existem pontos negativos na due diligence?

A consequência da due diligence tem um caráter positivo para que uma decisão seja tomada com base em algo, minimizando os erros. 

No entanto, para a empresa envolvida ela pode trazer alguns pontos negativos da organização à tona. Com isso, algumas situações da due diligence são: 

  • Desistência da negociação de compra ou fusão por parte do investidor;
  • Desconto na operação perante os problemas financeiros da empresa expostos;
  • Caso a compra ou fusão tenha sido concluída antes da due diligence o comprador pode requerer indenização para com o vendedor.

Due diligence e o selo de qualidade

No mercado de uma forma geral sempre há aquela busca incessante pelo famoso selo de qualidade. Determinada coisa é boa ou ruim? Me arrisco ou não me arrisco em determinado investimento? É fria ou oportunidade? 

A due diligence surgiu exatamente para trazer respostas para essas questões de forma concreta. Ela destrincha cada área da empresa para que um negócio de aquisição ou fusão seja realizado de forma estratégica. 

Afinal, quem vai querer comprar algo quebrado e que não tem mais conserto, sendo que pode investir em algo que pode ser oportuno e recheado de oportunidades. 

A visão ampla que a due diligence traz permite que qualquer decisão seja estratégica, já que os envolvidos saberão exatamente a realidade do negócio. Evitando riscos altos e priorizando aquilo que ainda pode trazer resultados. 

Entendeu a importância da due diligence no âmbito empresarial e na conclusão de uma venda ou fusão de uma empresa? Então, compartilhe esse artigo nas redes sociais e contribua para que mais pessoas conheçam esse processo e façam o uso dele de forma assertiva. 

Fonte:Xerpa

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