Funcionários remotos saudáveis e engajados: 5 dicas para conseguir

O isolamento social provocada pelo novo coronavírus alterou radicalmente a rotina de trabalho das empresas do mundo inteiro, que se viram obrigadas a adotar rapidamente o home-office para manter as suas atividades e continuar produzindo.

Neste cenário, muitos gestores têm enfrentado desafios para manter os funcionários remotos saudáveis e engajados. No entanto, algumas atitudes e estratégias aplicadas no dia a dia das empresas podem trazer uma maior tranquilidade para enfrentar este momento delicado.

Flexibilização de prazos e horários, assistência psicológica, cuidados com a saúde física e pausas regulares na jornada de trabalho são alguns exemplos destas práticas que podem ser adotadas.

Para te ajudar a lidar com os seus colaboradores nesse momento tão delicado e único, nesse artigo iremos tratar dos seguintes pontos:

  • Os desafios do trabalho remoto;
  • Como manter os colaboradores remotos saudáveis e engajados;
  • O trabalho remoto pós-pandemia.

Leia até o final e conheça as melhores práticas para manter os colaboradores da sua empresa saudáveis e engajados durante a pandemia.

Os desafios do trabalho remoto

Uma equipe remota traz alguns obstáculos para os colaboradores e gestores. Listamos aqui alguns desafios enfrentados nesta situação, para que você já se prepare, confira:

Comunicação

Problemas de comunicação e compreensão acontecem mesmo em equipes e reuniões presenciais. Assim, ele fica ainda mais acentuado com uma equipe remota.

Entretanto, é importante que esta dificuldade não seja utilizada como desculpa no momento de solucionar um problema ou contornar uma crise.

Confiança e responsabilidade

Em um primeiro momento, pode ser que haja uma pequena queda na produtividade dos colaboradores pouco acostumados com o modelo de home-office.

No entanto, a falta de confiança dos gestores na capacidade dos colaboradores remotos também pode gerar desmotivação. É importante ter cuidado na hora de cobrar mais desempenho dos colaboradores em um momento delicado como este.

Tecnologia

É provável que sua equipe não tenha em casa a mesma tecnologia disponível na empresa. Também pode ser que os seus colaboradores não tenham o hábito de usar a tecnologia para as relações sociais.

Assim, o gestor precisa estar atento a estas questões e disponível para prestar todo o suporte e promover o engajamento da equipe como um todo, principalmente daqueles menos acostumados com as novas tecnologias.

Ambiente de trabalho

É importante destinar um espaço adequado em casa para realizar o trabalho remoto. Um ambiente que não esteja preparado pode trazer problemas como distrações, atividades paralelas, preocupações com situações de fora do trabalho etc.

A ausência de um local adequado para o trabalho pode afetar diretamente a produtividade dos colaboradores, por isso é importante que este assunto seja tratado com toda a equipe.

Inclusive, se for possível, deve-se oferecer equipamentos para o funcionário trabalhar remotamente.

Colaboração da família

Em um primeiro momento, pode ser difícil para os outros moradores da casa entenderem que o colaborador está trabalhando em home-office, e não de folga.

Nestes casos, é importante trabalhar uma comunicação pacífica, para que todos compreendam que interrupções devem ser evitadas.

Liderança

Para que a equipe não se perca em meio aos trabalhos remotos, é fundamental o trabalho da liderança.

Mesmo que de longe, com cada colaborador gerenciando o seu próprio tempo, neste momento de incertezas é ainda mais essencial que a equipe tenha um coordenador.

Para enfrentar estes e outros desafios, é essencial que os gestores criem estratégias para manter os funcionários remotos saudáveis e engajados com o trabalho e com os resultados da empresa. Veja algumas dicas a seguir.

Como manter funcionários remotos saudáveis e engajados

Neste momento de dor e dúvidas, é importante que a empresa se comprometa a melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, para promover um melhor ambiente de trabalho remoto e evitar quedas de produção. Veja alguns exemplos de ações para manter os funcionários remotos saudáveis e engajados.

1. Flexibilização de prazos e horários

Uma das melhores formas de diminuir o estresse dos colaboradores e promover um ambiente de home-office mais saudável é estruturar o serviço por atividades, em vez de ter horários fixos. Este modelo prioriza a produtividade e traz diversos benefícios, como:

  • Aumento da produtividade – priorizar prazos e limites para entrega de atividades colabora com concentração e o aumento da produtividade dos colaboradores;
  • Eliminação de atrasos – libere o RH dos cálculos específicos para descontos com atrasos e controle de horas extras e banco de horas;
  • Conformidade com a lei – a Lei n.º 13.467, de 13 de julho de 2017, trouxe algumas adequações importantes referentes às relações de trabalho, como o regime de teletrabalho, conhecido como home-office, que permite a flexibilidade de horário.

2. Programa de assistência psicológica remota

No home-office, os colaboradores estão mais protegidos contra o novo coronavírus. No entanto estão também mais expostos aos riscos de transtornos psicológicos provocados por razão de luto, isolamento social, crise econômica e incertezas sobre o futuro.

Mas as grandes empresas estão respondendo. De acordo com pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA), cerca de 75% das companhias consultadas desenvolveram ações de apoio psicológico a seus funcionários. Quem já oferecia o benefício viu a demanda crescer.

Na Gerdau, o programa +Cuidado, que oferece sessões com psicólogos, assistentes sociais e consultores financeiros, teve um aumento de 30% na demanda, de acordo com Adriana Mansueto, gerente técnica de desenvolvimento humano. “Nós tivemos que intensificar nosso serviço e incluir atendimento online“, afirmou ela ao G1.

No entanto, para Georgia Matos, psicóloga especialista do Serviço Social da Indústria (SESI) e coordenadora do guia de saúde mental para empresas lançado pela entidade, não basta apenas oferecer consultas terapêuticas. Muitas vezes, o colaborador precisa ser ouvido por seu próprio chefe.

“Os gestores não estão preparados para lidar com problemas pessoais e agora estão precisando fazer isso. É essencial capacitá-los para criar um ambiente acolhedor, no qual as pessoas possam compartilhar suas dificuldades pessoais“, disse Georgia ao G1.

3. Incentivo às atividades físicas e boa alimentação

Outra estratégia de sucesso é incentivar a equipe a cuidar do bem-estar de maneira geral, com exercícios físicos, boa alimentação e meditação. Tudo isso é possível de se fazer em isolamento e traz diversos benefícios à rotina de trabalho.

Até atividades cotidianas como levantar-se para beber água, abrir algumas janelas ou ir ao banheiro já faz o corpo se movimentar, o sangue circular melhor e a cabeça arejar.

Também é necessário ficar atento à alimentação. Todo mundo que trabalha em casa sabe como é fácil simplesmente comer qualquer coisa rápida em vez de preparar refeições completas e balanceadas.

Incentive a sua equipe a trocar receitas de lanches por hábitos mais saudáveis, com reconhecimento e promoção interna das melhores ideias.

Além disso, é importante manter uma rotina de sono regular. Uma das maiores dificuldades de trabalhar de casa é prestar atenção no horário e se organizar para dar conta de todas as demandas do dia. Mas uma noite mal dormida reflete no rendimento do dia posterior e pode não compensar.

4. Pausas durante a jornada de trabalho

Com o cérebro cansado, é fácil perder o senso crítico, a criatividade e o foco. Para evitar este cansaço mental, é importante incluir pequenas pausas na programação diária. Um intervalo de cinco minutos ao final de cada hora de trabalho já faz diferença.

Além dos benefícios psicológicos, as pausas permitem o descanso dos olhos. Forçar a vista pode trazer problemas de visão a longo prazo, além de dores de cabeça, cansaço e irritabilidade, todos inimigos da produtividade.

Além disso, quando ficamos por muito tempo na mesma posição, começam a surgir dores pelo corpo por conta de encurtamentos e compensações musculares. As pausas, associadas a alongamentos e prática de exercícios, aliviam estas dores e previnem doenças mais sérias.

5. Disponibilização de tecnologia e internet

Muitas vezes os colaboradores de uma empresa não têm em suas residências computadores de alta performance ou internet veloz suficiente para que realizem as suas atividades com a excelência.

Por isso, como já foi comentando, disponibilizar computadores da própria empresa e arcar com os custos de um upgrade no plano de internet pode trazer um grande diferencial nos resultados das entregas.

Estes novos custos não serão um grande problema para o orçamento da empresa, pois a mesma encontra-se com todos os custos de operação dos escritórios reduzidas ou até mesmo nulos.

Além disso, com máquinas configuradas pela própria empresa, a segurança dos dados é quase que completamente garantida.

O trabalho remoto pós pandemia

Mesmo antes da pandemia, o mercado já apresentava uma tendência forte à adoção do home-office por parte das empresas, e esta tendência foi fortemente acelerada devido às condições impostas pela chegada do novo coronavírus.

Se as condições para o teletrabalho ainda não são as ideais na maioria das empresas, o cenário de pandemia forçou gestores mais reticentes a romper as barreiras culturais contra o home-office, pela manutenção do funcionamento das organizações.

Neste cenário, é previsto um aumento significativo na adoção do home-office como modalidade padrão das empresas mesmo após o fim da pandemia.

Para André Miceli, coordenador do MBA de Marketing Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é estimado em 30% o crescimento do home-office no Brasil no pós-pandemia.

“Essa é uma tendência que já existia com possibilidade muito concreta de confirmação e que a pandemia acelerou. Por ter acelerado, estamos vendo o movimento acontecendo de uma forma não planejada, com os desdobramentos dessa falta de planejamento, como na questão de segurança dos computadores domésticos e das empresas”, analisa, em entrevista ao G1.

Os especialistas preveem que haverá um modelo híbrido, no qual o colaborador poderá trabalhar em home-office alguns dias da semana, mas terá que comparecer à empresa para reuniões e eventos mais importantes.

Esta seria uma maneira de equilibrar as vantagens do trabalho remoto – como a ausência dos deslocamentos diários – com as questões mais sensíveis, como o engajamento dos colaboradores.

“O que os estudos mostram é que a distância entre os membros do time afeta o tempo que eles demoram para estabelecer confiança uns com os outros. A confiança é construída não só pelas técnicas do trabalho, mas também pelo convívio social”, completa Miceli.

Estrutura faz toda a diferença

A improvisação, aliada às questões provocadas pela pandemia – como o fechamento das escolas e a consequente presença constante dos filhos em casa – prejudica a produtividade no trabalho remoto.

Por isso, superada a barreira cultural contra o home-office, as empresas precisam se adequar às novas necessidades deste modelo de trabalho, oferecendo toda a estrutura para seus colaboradores trabalharem em casa. Computador e internet de qualidade são só o começo de uma nova tendência que veio para ficar.

Prepare-se para os novos tempos

A pandemia alterou completamente o modo de vida das pessoas em praticamente todos os países do mundo. Porém, os desafios sempre vêm aliados às oportunidades, e cabe a cada gestor estar preparado para a realidade do mercado de trabalho pós-pandemia.

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Fonte:Xerpa

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