Fusões e aquisições: empresas precisam se preparar

Recentemente, duas conceituadas consultorias divulgaram os números de fusões e aquisições no país em 2019 e suas projeções para 2020. As duas mostraram crescimento acima do recorde histórico e realizaram previsões de crescimento ainda mais significativo em 2020. Dados apresentados pela Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) confirmam a tendência: o país passou da sexta para a quarta posição entre os principais destinos de investimentos estrangeiros no mundo em 2019 e recebeu U$ 75 bilhões em recursos externos, contra U$ 60 bilhões em 2018.

De acordo com o advogado Eduardo Gonzaga Oliveira de Natal, mestre em Direito do Estado pela PUC e especialista em Estratégicas Societárias e Sucessórias pela FGV, o sócio do escritório Natal & Manssur comenta, “o baixo valor da nossa moeda faz o preço dos ativos ser muito atrativo para os investidores. Outro ponto é o arrefecimento da economia internacional, o que desvia o foco para países como Brasil. Sem falar no nosso mercado consumidor, de mais de 200 milhões de pessoas”.

“A Reforma da Previdência, a MP da Liberdade Econômica, a previsibilidade de haver uma reforma administrativa e as privatizações são movimentos que também reforçam a confiança do investidor estrangeiro no Brasil e atraem negócios”, completa o advogado George Leandro Luna Bonfim, especialista em assessoria para fundos de Private Equity e Venture Capital em operações de compra e venda de empresas no Brasil, e que também atua no escritório Natal & Manssur.

Para ele, duas áreas deverão se destacar em 2020: a construção civil, em crescimento acelerado, e o setor imobiliário.

Antes do M&A

Os especialistas ressaltam que é importante estar preparado e contar com uma consultoria para iniciar um processo de M&A.

“Levando em conta que as médias e pequenas empresas estão, preferencialmente, na mira dessa tendência, é muito importante o empresário brasileiro fazer a lição de casa e colocar a casa em ordem, antes mesmo que se inicie a due dilligence”, pontua Eduardo Natal. O trabalho é complexo e envolve análises de contingências civis, trabalhistas, tributárias, regulatórias, previdenciárias, além da projeção do que pode vir a ser um problema, em função das boas práticas ou não. “O empresário que não se prepara, em geral, se frustra com a precificação após a due dilligence, porque o valor cai muito dependendo das contingências”.

Para George Bonfim, fazer um raio x da empresa não é relevante apenas para a precificação, mas também para traçar uma estratégia correta de futuro. “O empresário tem que saber que tipo de investidor ele quer. Se deseja apenas um fundo de investimento para crescer e se manter na gestão ou busca um parceiro estratégico para desenvolver o negócio no Brasil. Se está pensando em sair do negócio e como quer fazer a passagem desse bastão. Entender onde a empresa está e saber o que ela quer para o negócio é crucial para uma operação bem-sucedida”, afirma.

A recomendação, é se antecipar e saber que a operação é complexa e pode levar mais tempo do que se espera. “A operação de M&A é bastante complexa e não ocorre em 30 ou 60 dias. Muitas vezes a empresa precisa passar por um estágio de saneamento, de auditoria financeira, jurídica, fiscal, precisa entender os estágios do processo. Se tentar atropelar as etapas e queimar a largada, terá sérios problemas lá na frente”, finaliza Bonfim.

Fonte: Segs

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