Gestão de Talentos ou de Recursos?

imagem de uma mulher sorrindo para o alto com vários textos escritos no ar

*Por Samanta Lopes

Todas as empresas são feitas por pessoas, produzem serviços e produtos para pessoas e vendem para pessoas. Ou seja: pensar nas pessoas é premissa para cuidar do negócio, certo?!

Nem todas as empresas pensam assim. E essa visão enviesada sobre recursos e talentos tem gerado, há anos, uma distância entre discurso e prática na gestão dos grupos de pessoas colaboradoras.

Vamos a um exemplo que vi no último final de semana: estava facilitando uma maratona de inovação e entre as 12 equipes competidoras, uma escolheu resolver uma dor do RH: como ter maior assertividade para selecionar currículos.

Há muitas empresas que dizem resolver essa dor através de ferramentas das mais variadas, no entanto, não há contratações finalizadas sem um crivo humano, e isso engloba desde as pessoas aplicarem para uma vaga ao feedback para todas as pessoas inscritas, aprovadas ou não.

No entanto, localmente é uma dor que ainda não se resolve e o grupo teve de ir a campo perguntar para donos de negócios sobre o que não se vê, detalhes da dor de quem contrata, e coletaram alguns pontos: não conseguimos assertividade nas ferramentas atuais e demanda muito de nosso tempo filtrar as aplicações das pessoas.

Pediram cópias dos descritivos de publicações das vagas em aberto. Nesse momento, entendemos que o processo de contratação continua a “patinar” e não atingir a efetividade por conta de alguns pontos comuns entre as vagas que conseguiram captar:

  1. Vaga com desvio de função, ou seja, preciso de uma pessoa para atender clientes, mas que também limpe, reponha estoque, faça kits, gere experiência para o cliente, e ainda cobre e feche o caixa, ou seja: 4 em 1 por um salário mínimo;
  2. Longas jornadas não remuneradas, afinal a pessoa deve estar disponível para trabalhar até tarde, finais de semana e sem receber hora extra, só banco de horas que neste modelo de trabalho, nunca será utilizado;
  3. “Boa aparência”, e aqui temos um ponto crítico que exclui muitas pessoas, ainda mais se falamos da inclusão de grupos diversos e minorizados.

Neste exemplo, falamos de pequenos e médios negócios, em que geralmente os donos fazem de tudo, e mesmo assim, contratam esquecendo-se de que se para eles faz muito sentido fazer tudo enquanto o negócio cresce, e que não é a mesma realidade de uma pessoa colaboradora que tem família, vida pessoal e uma remuneração totalmente diferente de um sócio.

Então, é fundamental contratar uma pessoa especialista para cuidar das contratações e gerir as ações para uma inclusão consciente, gestão de talentos e dos detalhes mais técnicos, como entender sobre desvio de função ou acúmulo de cargos, além da gestão de horas extras. Isso é gestão estratégica.

São especialistas que cuidam do“core”de cada negócio, porque entendem que precisam encontrar pessoas que se conectem ao propósito da empresa e não apenas para serem mão de obra, que olham de forma humanizada para os talentos que podem acelerar e apoiar o crescimento da empresa e não apenas realizar funções, e para que estes se tornem protagonistas no desenvolvimento do negócio, agregando ao crescimento, alinhados às metas estratégicas da empresa, seja ela pequena, média ou de grande porte.

Ou seja, as pessoas da área de gestão de talentos precisam ter uma visão estratégica do negócio, entender sobre o cenário de mercado e da legislação, além de serem parte de uma das áreas promotoras de ações para a inclusão da diversidade e serem as próprias pessoas promotoras, aliadas à gestão para impactar a comunidade interna e externa.

Criando assim, ambientes seguros e humanizados, aumentando a produtividade e reduzindo o turnover.Só desta forma poderão garantir níveis de satisfação de todas as pessoas, gerando maior entendimento sobre quem são osstakeholders, e ainda colaborando na educação dos gestores para romperem barreiras de vieses inconscientes e cultura, sedimentados em valores voltados somente para resultados.

Baixe agora o ebook: Feedback para candidatos: confira os melhores modelos para você usar no seu recrutamento

Dia do profissional de RH

Dia03 de junho é oDiado Profissional de RH, celebrado desde 1976 pela Federação Mundial de Associações de Gestão de Pessoas, a WFPMA (World Federation of People Management Associations).

Na ocasião de início desta memória para a data, vários países adotaram a mesma como oDia Internacional do Profissional de RH. Aqui no Brasil, ela ganhou destaque após o reconhecimento desses profissionais por Genézio Lucone, fundador da Associação Paulista de Administração Pessoal, que hoje é a Administração Brasileira de Recursos Humanos — a ABRH.

Mais do que dar flores, bombons ou vinho, reconhecer a importância das pessoas que fazem a gestão dos talentos de uma empresa, que vão do porteiro à diretoria, deve ser um exercício diário: essa área garante a saúde e a sustentabilidade da empresa em seu maior ativo: as pessoas.

Aos profissionais que são gestores de talentos, felizDia do RH!

E que possamos ver, cada vez mais, empresas que gerenciam seus talentos e humanizam as relações, ao invés de pensarem apenas em recursos. Afinal, estamos falando de gente cuidando de gente e não apenas de “números na chapeira”.

*Samanta Lopes é coordenadora MDI da um.a #DiversidadeCriativa, agência delivemarketing

Sobre a um.a

Com mais de 26 anos, a um.a #diversidadecriativa está entre as mais estruturadas agências delive marketingdo Brasil especializadas em eventos, incentivos e trade. Entre seus principais clientes, estão Pearson, IBGC, SBT, ABRH-SP, entre outros. Ao longo de sua história, ganhou mais de 40 “jacarés” do Prêmio Caio, um dos mais importantes da área de eventos.

Fonte: Portal RH

Posts Relacionados

Deixe um comentário