O case da RD sobre saúde e bem-estar

Realizado em 3 de setembro, o webinar “Saúde e bem-estar nas organizações – Como estamos cuidando das nossas pessoas?” apresentou o case de como a RD – RaiaDrogasil trata a saúde de seus mais de 41 mil funcionários, que trabalham em mais de 2.100 lojas e 10 centros de distribuição pelo Brasil.

Diretora de Gente e Cultura da RD, e diretora de Inclusão e Diversidade da ABRH-SP, Fernanda Caracciolo destacou que o programa de saúde é baseado no propósito da empresa: “Cuidar de perto da saúde e bem-estar das pessoas em todos os momentos da vida”. “É para esse propósito que a gente olha e desenvolve as nossas atividades”, disse.

Com uma média de idade de 26 anos e uma população formada predominantemente por mulheres, o perfil de saúde dos funcionários da RD é um pouco o retrato da nossa sociedade, em que as pessoas ainda precisam se cuidar mais. Com base em indicadores como esses, a RD foi para o mercado ouvir profissionais de renome e empresas que tinham a gestão de saúde como referência para criar o seu programa. “Depois de uns 6 meses, voltamos para casa e definimos como queríamos desenhar o nosso projeto”, lembra Fernanda.

Uma das decisões foi a de que o projeto seria de saúde integral, incluindo os aspectos físico, mental, espiritual, social e ambiental. “Também aprendemos que cada um deve definir qual é a sua forma de cuidar da saúde. Como empresa, podemos disponibilizar orientações e soluções, mas esta é de fato uma decisão que tem de ser do indivíduo. Depois desse processo, entendemos que precisávamos fazer o que a gente chamou de Jornada de Saúde do Funcionário. Nesse processo, os dados e as informações são muito importantes. Por isso, decidimos ter a nossa própria plataforma de dados. Queríamos que esses dados conversassem para fazer um cruzamento dessas informações e, mais do que isso, fazer análises preditivas”, explicou Fernanda.

Outro aprendizado importante, segundo ela, foi o de que não adianta investir em muitas ações. Funciona muito mais promover ações de impacto que façam a diferença na vida das pessoas. Por exemplo, no aspecto físico, todos os funcionários têm acesso ao Gympass e à vacinação. O espiritual inclui práticas de meditação e ioga, que tiveram uma grande participação durante a pandemia. Já no aspecto social há o estímulo ao voluntariado – hoje quase 10% dos funcionários estão vinculados a uma entidade ou serviço voluntário – e o Fundo de Emergência, criado para ajudar aqueles mais vulneráveis.

Além da Jornada, outras ações vêm sendo realizadas dentro do programa. A saúde emocional passou a ter espaço no portal de e-learning da empresa com temas como depressão, alcoolismo e sono, introduzidos de forma leve. “Também temos workshops específicos para as lideranças, por entendermos que os líderes têm um papel fundamental no acolhimento e no entendimento de sinais que as pessoas possam apresentar”, acrescentou Fernanda.

Realizado em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, o Ambulatório de Atenção Primária é um projeto-piloto com 2.500 funcionários que resgata o conceito de médico da família, com uma equipe formada também por nutricionistas, psicólogos e enfermeiros. “É uma honra para o Einstein fazer parte desse projeto bastante ambicioso e bonito”, disse o dr. Eliezer Silva, diretor-superintendente de Medicina Diagnóstica e Ambulatorial do hospital, durante o webinar.

Ele contou que o Atenção Primária nasceu quando o hospital decidiu desenvolver um programa mais amplo para a saúde dos seus próprios colaboradores. “Esse programa criava naquela oportunidade um serviço de atenção primária com médicos de família – era uma tríade com um coordenador, um médico e uma enfermeira. Dado ao êxito interno em todos os aspectos, a redução de eventos ligados à saúde física e mental, a diminuição da necessidade de internação e procura por pronto-socorro, vimos que isso poderia auxiliar diferentes empresas. Mais recentemente, acrescentamos uma camada digital a todo esse processo.”

Telemedicina

Outra ação importante na RD foi a disponibilização da telemedicina para todos os funcionários. “Nós já tínhamos decidido adotá-la antes da pandemia e durante o isolamento social vimos o quanto foi importante. Atualmente, a gente tem mais de 15 mil atendimentos através da telemedicina, sendo que mais da metade não foram sobre assuntos voltados para a Covid-19”, complementou Fernanda.

Para o dr. Eliezer, a telemedicina nada mais é do que medicina. “Se olharmos o que temos na nossa vida cotidiana, a gente não chama de “telebanco” o banco que utilizamos dentro do celular e esse processo tem que ter todas as características de outros processos de digitalização. Na saúde, o que a gente preserva sobremaneira é a segurança. No Einstein, onde a telemedicina foi adotada há oito anos, o médico é treinado para que, ao exercer o seu ato médico a distância, ele esteja cercado de segurança e essa segurança tem de refletir no bem-estar do paciente. Hoje, o grau de satisfação do cliente atendido pela telemedicina é exatamente igual à satisfação de ser atendido numa unidade de pronto-atendimento física aqui do Einstein.”

Medicina preventiva

Plataforma de negócios PBM (Programa de Benefícios em Medicamentos) que integra a RD, a Univers tem um grande envolvimento no programa de saúde do grupo. A proposta de evoluir da medicina corretiva para a medicina preventiva da RD também está bastante incorporada na Univers. “Isso é tudo o que estamos fazendo e é o que está levando a gente para um caminho de entendimento muito mais amplo: de cuidar da saúde de forma integral”, ressaltou Luiz Felipe Bay, head da Univers e Negócios PBM da RD, durante o webinar.

De acordo com Bay, essa visão já vem sendo construída há um tempo na empresa e a intenção é poder oferecer soluções dentro da plataforma para também atender a empresas e parceiros que são clientes da Univers. “A ideia é ofertar uma série dessas soluções para funcionários de outras companhias. Essa visão de a gente sair da medicina corretiva para a preventiva é a grande virada do futuro. Estamos empenhados em levar isso para o público corporativo. A responsabilidade que nós, como gestores, temos de promover essa mudança de hábitos faz parte do nosso dia a dia e a gente tem a responsabilidade de disseminar isso o máximo que pudermos”, concluiu.

ABRH-SP

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