O que os estudantes podem fazer pelo Brasil

Estou reeditando um texto publicado em 29 de setembro de 2005. O assunto não perdeu atualidade. Em uma edição de domingo, a Gazeta do Povo publicou reportagem de capa sobre as reações de adolescentes em face do desencanto e da frustração pela falta de decoro de muitos parlamentares e o seu notório desinteresse pela República. Os títulos eram bem sugestivos: “Teoria e prática da indignação”, “Juventude e política à flor da pele” e “Geração 2000 prefere políticas alternativas”. O desfile interminável de fatos chocantes provocou impressões muito negativas. Palavras como “vergonha”, “decepção”, “raiva” traduziram a condenação. Mas houve, também, sentimentos positivos entre os 32 jovens ouvidos pelo repórter em pistas de skate, academia, shopping center e loja de discos. Por exemplo:  “Esperança. O jovem é por natureza idealista. Busca soluções, quer algo melhor”; “Decisão. Chegou a hora de tomar atitude. Temos a deixa para abandonar a fala de geração alienada”.

A matéria, bem elaborada pelo jornalista José Carlos Fernandes, e com excelente fotografia, se transformou em inquérito social dos moços sobre os desvios da política nacional. Mas, apesar da frustração eles não desertaram das convicções e nem da responsabilidade em trabalhar pelo aprimoramento da democracia no país e da melhor qualidade de vida para o povo. E um deles, muito apropriadamente, afirma que a “deixaisto é, a oportunidade para “entrar em cena” na linguagem teatral – serve de estímulo para a reação de novas gerações de eleitores. 

Em muitas palestras para alunos de cursos jurídicos venho enfatizando: “O Congresso Nacional somos nós”. Com a frase eu procuro explicar que os ocupantes de cargos públicos eletivos nos poderes Executivo e Legislativo são os nossos representantes diretos. E que os problemas vividos pelo estado, pela nação e pelo povo em face do mau desempenho de políticos são, também, nossos problemas. E tenho contado a fábula do ratinho, que a jornalista Ruth Bolognese reproduziu em sua coluna de domingo, na Folha de Londrina,  com detalhes muito saborosos.  Em síntese, a narrativa critica as pessoas que hostilizam a Política como se tudo que existe em seu redor não fosse resultado de boas ou más políticas públicas. E, principalmente, não querem dar a menor contribuição para as mudanças que o país precisa. Com urgência. 

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Blog do Dotti

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