O que são dividendos e como eles são calculados?

É comum ouvirmos falar de empresas que batem recordes de lucros, sempre na casa dos milhões ou bilhões de reais. Mas você sabia que uma parte desses lucros pode ser sua? É com esse objetivo que muita gente investe em dividendos, uma ótima alternativa para obter bons rendimentos no mercado de renda variável.

Você já ouviu falar nesse conceito? Para saber tudo sobre como aproveitar esse tipo de investimento, continue acompanhando o post!

O que são dividendos?

Dividendos são pequenas parcelas do lucro de uma empresa, que são distribuídas entre os acionistas como forma de remuneração. A divisão acontece conforme a quantidade de papéis que o investidor possui. Quanto mais ações ele tiver, maior será a parte do lucro que ele receberá.

As empresas oferecem o pagamento de dividendos por ser uma forma eficiente de atrair investidores. Além disso, segundo a Lei das S/As de 1976, todas as empresas listadas na Bolsa de Valores (B3) devem distribuir um percentual obrigatório dos seus lucros, com exceção de casos específicos, como impossibilidade financeira.

Como funcionam os investimentos em dividendos?

A maioria das empresas considera o valor mínimo de 25% do lucro para distribuir aos acionistas. Os melhores pagadores costumam ser empresas sólidas, que conseguem obter bons resultados mesmo quando a economia do país enfrenta dificuldades.

Além disso, nem todas as companhias listadas na Bolsa de Valores conseguem pagar dividendos, e também não há garantia de pagamento mesmo entre organizações com bom histórico nesse sentido.

Isso acontece porque a distribuição dos lucros não segue um padrão fixo: os valores podem aumentar, diminuir ou até serem suspensos, caso haja alguma mudança drástica no cenário do negócio.

Mas fique tranquilo: em geral, empresas fazem todo o possível para distribuir dividendos. Afinal, eles são um fator importante para manter os acionistas satisfeitos e atrair novos investidores, com o intuito de ampliar os recursos da organização.

O grande segredo é saber escolher ações que tragam bons retornos, considerando não apenas os dividendos, mas também as perspectivas de crescimento e valorização.

>> Quer saber mais sobre os investimentos da B3? Confira este outro post do blog:
Bolsa de Valores: o que é e como funciona! <<

Quais são os tipos de dividendos oferecidos pelas empresas?

Os lucros de uma empresa podem ser distribuídos de diferentes formas: em dinheiro, em novas ações ou até mesmo em forma de propriedades (apesar de ser raro). Conheça abaixo os tipos de dividendos disponíveis e entenda como funcionam as formas de pagamento.

Dividendos em dinheiro

O pagamento de dividendos em dinheiro pode ser cotado em reais ou em percentual. O funcionamento é simples: na data do pagamento, o acionista recebe um valor pré-definido correspondente ao número de papéis da empresa que ele possui na carteira.

Dividendos em ações

Nesta modalidade, o pagamento é feito com ações adicionais ao invés de dinheiro. Caso o investidor prefira o valor em dinheiro, pode negociar as ações no mercado para conseguir a quantia equivalente.

Dividendos especiais

Também chamados de dividendos one-time, os dividendos especiais são pagamentos fora da curva que ocorrem em casos específicos.

Quando uma empresa vende uma parte do negócio, por exemplo, ela pode compartilhar uma parte desse lucro pontual distribuindo dividendos especiais.

Juros sobre Capital Próprio

Os Juros Sobre Capital Próprio (JCP) são uma forma alternativa de distribuir os lucros entre os acionistas.

A principal diferença é que a empresa pagadora tem isenção fiscal, pois esse tipo de provento é considerado uma despesa. Assim, é possível distribuir uma parcela maior dos lucros.

Por outro lado, o investidor sofre tributação de 15% de Imposto de Renda retido na fonte.

Direitos de subscrição

Algumas empresas optam por pagar os dividendos na forma de direitos de subscrição. Esse processo funciona como uma espécie de pré-venda de novas ações da empresa.

Quando a companhia emite mais títulos, os acionistas mais antigos ganham o direito de comprá-los antecipadamente, muitas vezes por valores mais baixos dos que os que serão disponibilizados. Em muitos casos, essa pode ser uma vantagem de mercado importante para o investidor.

Quais são as taxas cobradas para investir em dividendos?

Antes de começar a investir em dividendos, é preciso conhecer as taxas envolvidas. Confira abaixo quais são elas e como funcionam.

Taxa de corretagem

Para comprar ações de empresas que pagam dividendos, você precisa ter uma conta em uma corretora de investimentos. A taxa de corretagem é o valor pago à corretora para que ela possa efetuar as transações na Bolsa de Valores. Ela pode ser fixa ou variável, a critério da própria corretora.

Imposto sobre Serviço (ISS)

O ISS incide sobre a taxa de corretagem. Como é um imposto municipal, o valor varia de 2 a 5% dependendo da localização da sede da corretora.

Fique atento: algumas corretoras não discriminam o cobrança do ISS, colocando o valor dentro da taxa de corretagem.

Taxa de Custódia

É uma taxa mensal praticada pela maioria das corretoras junto à Câmara de Ações pela guarda dos seus títulos. Só é cobrada quando existem ativos em custódia no mês de referência.

Emolumentos e taxa de liquidação

São cobrados pela Câmara de Ações e pela B3 para garantir o registro de todas as ordens de compra e venda enviadas pelas corretoras. O cálculo é baseado em um percentual fixo sobre o preço total que foi negociado.

Imposto de Renda

É cobrado apenas de pessoas físicas que vendem ações acima de R$ 20 mil por mês. Para operações normais, a alíquota é de 15% sobre o lucro menos os custos; em operações day trade, o imposto é de 20%

Como montar uma boa carteira de dividendos?

Se você quiser ter sucesso com esse tipo de investimento, o ideal não é comprar ações apenas de uma empresa, e sim montar uma carteira de títulos de companhias pagadoras de dividendos.

A carteira é basicamente um conjunto de ações de diferentes organizações com boas chances de trazer bons frutos no futuro. Na hora de fazer suas escolhas, é essencial analisar fatores como:

  • estabilidade diante de crises;
  • competência do conselho administrativo;
  • comparações com concorrentes;
  • oscilação das ações no mercado.

Além desses aspectos, a periodicidade dos pagamentos também é muito importante. Não adianta investir em empresas que pagam altos valores a cada dez anos: o ideal é buscar retornos interessantes em períodos menores.

Outra dica valiosa é diversificar sua carteira de investimentos. Ela não deve contar apenas com ações visando dividendos, mas também com outros tipos de aplicações, inclusive de renda fixa. Algumas das melhores alternativas são os CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto.

Como os dividendos são calculados?

Os dividendos costumam ser calculados como um valor por ação, para que a parcela do lucro seja paga de forma proporcional ao número de títulos adquiridos pelo acionista.

Pense em um exemplo fictício: se uma empresa paga R$ 2 reais em dividendos por ação, e o investidor tem 500 papéis da companhia, a conta será:

Quantidade de ações: 500
Valor do dividendo: R$ 2
Valor total: 500 ações x R$ 2 reais = R$ 1.000

Se os dividendos forem pagos em porcentagem, também é preciso considerar o valor atual da ação. Digamos que nesse caso o preço seja R$ 20 e o percentual a ser pago seja 2%. Nesse cenário, o cálculo será o seguinte:

Quantidade de ações: 500
Percentual de dividendo: 2%
Valor da ação: R$ 20
Valor total: 2% x R$ 20 x 500 = R$ 200.

Viu como é simples? Agora que já sabe o que são dividendos e como eles são calculados, é hora de colocar o que aprendeu em prática. Acompanhe o mercado, faça escolhas conscientes e aproveite as oportunidades. E não se esqueça de diversificar seus investimentos para ter mais possibilidades de bons resultados!

Fonte:Xerpa

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