Pequenos empreendedores se reinventam e conseguem dar a volta por cima

Exemplos de pequenos negócios que têm conseguido se reinventar para encarar a crise causada pelo coronavírus, inspiram a persistir e não desistir. Sem deixar-se desanimar pelo mau momento, alguns empresários buscam novas possibilidades para manter o negócio de pé. Um dos bons exemplos é o caso de Alexandra Bertolo Avancini, que transformou sua empresa de etiquetas numa fábrica de máscaras. A empresa está produzindo de 15 a 18 mil máscaras por dia, e tem expectativa de produzir 30 mil ao dia até a próxima semana.

Proprietária da Visual Etiquetas, Alexandra conta que a empresa não estava preparada para a crise e viu-se num impasse: demitir ou não. “Não queríamos gerar o desemprego e nem reduzir o valor do pagamento de nossos colaboradores. Graças à mobilização de toda a nossa equipe e da minha família, conseguimos fazer o remanejamento de funções e desenvolvemos rapidamente o nosso novo produto, as máscaras. Conseguimos, também, adaptar os nossos equipamentos de produção de etiquetas para a produção de máscaras”, diz.

Para ela, o segredo foi encontrar uma solução rápida para o problema. “Estávamos fazendo o curso Líder Coach, do Sebrae, e aproveitamos demais o apoio que nos foi dado. Montamos e-commerce, entramos no Mercado Livre e articulamos vendas no Whatsapp. Não focamos somente nas grandes vendas, precisamos também suprir a nossa comunidade, que é Colatina. Fazemos entregas na cidade para muitas pessoas que não podem sair de casa. Não é sobre lucrar, mas sobre proporcionar soluções viáveis para todos e também fornecer um produto que tem se mostrado essencial para a sociedade dos dias atuais”, afirma.

Geraldo Antônio Ramos, proprietário das lojas de confecção XY, também viu no comércio de máscaras uma saída para manter seu fluxo de caixa. “Com pais idosos e necessitando de cuidados, precisamos de máscaras de proteção. As máscaras rapidamente esgotaram das prateleiras, e foi aí que enxerguei uma oportunidade para o meu negócio. Trabalhamos com confecção de roupas femininas e priorizamos o design e o conforto. Levamos o nosso conceito para a produção de máscaras de qualidade. Vi o molde na internet e adaptei para um design anatomicamente mais confortável”, revela.

Adapte-se
“A empresa não pode desistir e desanimar diante da situação difícil. É preciso colocar a mente para trabalhar com novas possibilidades. O contato com o cliente é muito importante nesse momento, porque as pessoas estão dispostas a ajudar umas às outras, as pessoas estão sensíveis. As pessoas querem contribuir para que a economia se mantenha”, salienta a analista do Sebrae/ES, Andrea Gama.

A analista incentiva que os micro e pequenos empreendedores analisem a estrutura que possuem e avaliem se é possível adaptar para algum outro fim. “Nesse momento provisório você pode se adequar. Flexibilidade é importante. Faça parceria com outra empresa para entregarem juntos, pense em como alcançar novos clientes e atender novas necessidades. A gente não pode é desistir!”.

De portas fechadas, Rosiene dos Santos Sousa, proprietária da creche Arca de Noé, em Vila Velha, vem conseguindo driblar a crise provocada pelo novo coronavírus. O foco tem sido priorizar as crianças e as famílias. “No início, nos reunimos com toda a equipe da creche e traçamos estratégicas para dar o melhor suporte possível às crianças e suas famílias. Foram montados grupos de Whatsapp para cada turma. As professoras interagem por vídeo, videoaula, videochamada e ainda disponibilizam atividades para serem feitas pelas crianças. Caso algum familiar prefira, também pode marcar horário para retirar as atividades no nosso espaço físico. Temos sido bastante elogiadas pelos pais pela forma que estamos interagindo com nossos alunos”.
Rosiene também procurou os pais para negociar. “Nos reunimos com a equipe financeira e avaliamos que poderíamos dar um desconto de 40% na mensalidade. A maioria aceitou e outros conversamos pessoalmente para entender a situação. Estamos à disposição dos familiares e estamos com ótimas expectativas para o futuro do nosso trabalho”, afirma.

Por Onde Começar
O Espírito Santo tem hoje um total de 392.305 empresas ativas, sendo 252.217 Microempreendedores Individuais (MEI) e 140.088 Micro e Pequenos Empreendedores (ME/EPP). Um levantamento do Sebrae mostra que cerca de 150 mil pessoas ainda trabalham por contra própria, mas na informalidade, como vendedores ambulantes, no comércio varejista com ponto fixo, ou oferecendo serviços de porta a porta. Empregos formais somam 405.642 ME/EPP e mais 50 mil. Ao todo 857.859 pessoas são ocupadas nos Pequenos Negócios.

Nesse momento de crise para o setor, o Sebrae está empenhado em continuar ajudando os pequenos negócios para minimizar os efeitos da situação causada pelo novo coronavírus. Foi intensificada a abordagem de atendimento remoto e criada a plataforma de apoio do portal “Por Onde Começar”. A plataforma tem como objetivo apoiar empresários de micro e pequenas empresas e toda a sociedade a enfrentar este momento com união e soluções: conteúdo, cursos e soluções gratuitamente.

Fonte: Agência Sebrae

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