Pequenos negócios: a saída para a crise econômica e social

Antes do tsunami econômico desencadeado pela pandemia, as micro e pequenas empresas mostravam uma forte e sustentada expansão na participação no valor adicionado da economia brasileira, atingindo 30% do Produto Interno Bruto (PIB) por ano, contra 27% anteriores. A curva vem observando uma tendência ascendente desde 1985, quando a participação era de modestos 20,8%. Em três décadas comprovou-se salto extremamente positivo. Na divisão por atividades, é imperioso destacar a força dos pequenos negócios nas atividades de Comércio e Serviços.

No recorte setorial do estudo, realizado conjuntamente entre o Sebrae e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e concluído agora, há dados ainda mais alentadores a confirmar a essencialidade do segmento para tracionar a economia nacional, dentro e fora das crises. As micro e pequenas empresas são responsáveis por 53% do PIB dentro das atividades do Comércio. Na Construção Civil foi observado um aumento contínuo da participação do segmento no total do valor adicionado, que era de 43% em 2014 agora chegou a impressionantes a 55%.

No quesito emprego, a relevância dos pequenos negócios é ainda mais estratégica e eloquente. Eles respondem por mais da metade dos postos de trabalho formais no país. Os empregos concentram-se nas atividades de Comércio e de Serviços. As micro e pequenas empresas representam, de acordo com os últimos dados disponíveis, 66% dos empregos no Comércio, 48% nos Serviços e 43% na Indústria.

Apesar dos números persuasivos, que explicitam a importância estratégica dos negócios de pequeno porte para a economia brasileira, vê-se que, em comparação com outros países da OCDE, esses mesmos dados podem e devem ser otimizados ao longo do tempo. A estimativa é que elas continuem seguindo a tendência dos últimos 30 anos e que tenham uma importância cada vez mais relevante para o desenvolvimento socioeconômico do país.

A pandemia irá impactar fortemente a economia global, acenando para um quadro de recessão e, talvez, depressão, caso as vacinas não sejam rapidamente implementadas. Em todo o planeta – do capitalismo norte-americano, passando pelo partido comunista da China e pelas sociais democracias da Europa – as soluções demandam vultosos gastos públicos. Outra convergência entre as nações se refere à prioridade dada às micro e pequenas empresas.

No Brasil não foi diferente. As primeiras medidas governo, compreendendo a força das MPEs, foram no sentido de socorrer o segmento prioritariamente. Dessa forma, os microempreendedores individuais (MEI) estão contemplados parcialmente no auxílio mensal de R$ 600 por mês, o prazo para pagamento do simples foi adiado, as pequenas empresas terão dois meses de salários pagos pelo governo e as micro empresas terão as garantias do Sebrae e do tesouro para ter acesso a linhas de crédito do FAMPE (Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas). O emprego será afetado, mas o protagonismo na criação de postos de trabalho continuará sendo das micro e pequenas empresas.

A parceria do Sebrae com a área econômica, para priorizar a rede de proteção ao segmento com múltiplas categorias, será fundamental nos próximos meses. As micro e pequenas são as que, mais rapidamente, responderão pela retomada dos negócios no pós- crise. Serão, também, as primeiras a contratar dada a natureza dos pequenos empreendimentos. Os socorros pontuais atenuam a crise, preservam empregos, mantem negócios abertos, mas força do setor vem de longe e assim continuará.

Fonte: Agência Sebrae

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