Pesos-pesados de Wall Street soam alarme sobre ações

(Bloomberg) – Os maiores nomes do setor financeiro chegaram a uma conclusão que parecia improvável há algumas semanas: as ações estão muito caras.

Investidores lendários como Stan Druckenmiller e David Tepper agora também fazem um alerta depois da histórica recuperação do mercado, dizendo que o risco-recompensa de estar investido em ações é o pior dos últimos anos.

Na terça-feira, Druckenmiller disse que uma recuperação em forma de V – a ideia de que a economia vai se recuperar rapidamente com o controle da pandemia de coronavírus – é “fantasia”. Na quarta-feira, Tepper disse que, semelhante a 1999, o nível de sobrevalorização das ações é o mais alto já visto por ele.

É uma visão cada vez mais predominante entre gestores de recursos de Wall Street. E chega quando investidores começam a suspeitar que o apoio do Federal Reserve, além do estímulo de US$ 3 trilhões do Tesouro, pode não ser suficiente para compensar o aumento do desemprego, a onda de falências e a falta de perspectiva sobre o fim da pandemia. Gestores como Bill Miller, Paul Singer e Paul Tudor Jones expressaram dúvidas sobre os mercados ou a economia.

Esse pessimismo é um forte contraste com a euforia que levou o índice S&P 500 a subir 26% em relação à mínima de março. E as advertências chamaram a atenção do presidente dos EUA, Donald Trump, que tenta a reeleição e viu seus planos de usar a expansão da economia como plataforma de campanha destruídos pelo vírus. Trump atacou os “chamados ‘caras ricos’” em tuíte na quarta-feira.

“Você deve sempre lembrar que alguns estão apostando muito contra, e ganham muito dinheiro se cair”, escreveu Trump sobre o mercado de acionário.

É improvável que as críticas influenciem profissionais de Wall Street. O índice S&P 500 acumula queda de 3,8% nesta semana, e investidores e economistas projetam mais perdas em meio à longa batalha para consertar a economia.

Os comentários de Tepper mudaram desde o fim de março, quando disse que estava “mordiscando” ações, com a compra de papéis de empresas focadas em tecnologia ou hospitais e assistência médica. Tepper, que administra o hedge fund Appaloosa, com US$ 13 bilhões sob gestão, afirmou à CNBC na quarta-feira que os valuations estão “loucos” para algumas ações individuais da Nasdaq. Ele também destacou bancos e companhias aéreas como áreas difíceis para investir agora.

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Fonte: IR sem erro

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