Saúde mental também pode ser uma meta corporativa

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a Síndrome de Burnout na Classificação Internacional de Doenças e a descreveu como “uma síndrome resultante de um estresse crônico no trabalho que não foi administrado com êxito”. Burnout não é um termo novo, mas nunca esteve tão atual. É um tipo de exaustão física, emocional e mental ligado diretamente à percepção de sucesso e reconhecimento. A Associação Internacional de Controle do Estresse (ISMA-BR) confirma que 72% dos brasileiros estão estressados por conta do ambiente de trabalho.

Estima-se ainda que 32% dos trabalhadores brasileiros sofram com esse tipo de estresse. Além disso, num ranking de oito países perdemos apenas para o Japão, onde 70% da população apresenta os sintomas do Burnout. Sabemos que as jornadas de trabalhos são cada vez mais intensas e que o mercado é extremamente competitivo, que os funcionários estão sobrecarregados em múltiplas funções, mas isso precisa ter um freio, a saúde mental não pode ser como um prêmio no “vale tudo das corporações”, algo atingido por uma parcela reduzida da população.

Na corrida maluca pela alta performance, estamos nos acostumando a observar diversas empresas acumularem prejuízos relevantes na perda de funcionários justamente pela falta de cuidado com a saúde mental. Ser feliz e produtivo no trabalho não é se matar por ele. As culturas organizacionais são os pontos chave dessa questão e essa máxima deve ser difundida em todas as empresas.

Estamos em alerta com os problemas que refletem diretamente na saúde das pessoas nas corporações. Hoje, segundo levantamentos da ISMA, apenas 18% das empresas possuem algum tipo de ação voltada para a saúde mental de seus colaboradores e precisamos mudar este número. Temos que entender que as empresas precisam investir em cursos que trabalham essas questões para saber como melhorá-las no dia a dia do ambiente de trabalho.

Não dá mais para negar que o mundo corporativo está em colapso, com pessoas cada vez mais doentes emocionalmente, e, por isso, defendo uma mudança de cultura e de mindset para frear o avanço dessa doença que, hora ou outra, toma conta de colaboradores que mais se destacam. E não falo de criar salas com pufes coloridos e mesas de ping-pong, é preciso criar nas empresas um ambiente seguro emocionalmente.

Inteligência emocional está diretamente ligada com a saúde mental e essa é uma verdade que não podemos mais esconder. Estamos em um mundo onde as pessoas não sabem dizer o que sentem, e isso reflete nas ações que são tomadas diariamente. Muitas pesquisas e os departamento de recursos humanos de muitas empresas já discutem este problema porque perceberam que ele reflete na performance dos times. As emoções são contagiosas. Na falta de inteligência emocional, um líder pode criar um ambiente tóxico, perigoso e que aumente o Burnout.

Temos que aprender a fazer o diagnóstico da crise psicológica em que a sociedade se encontra nas nossas empresas e fornecer as ferramentas para que líderes e colaboradores tenham da qualidade da sua saúde mental. A meta deve ser ajudar as organizações no processo de transformação, pois uma equipe em equilíbrio performa melhor, e não somente gera impacto nos resultados da empresa, mas também e, principalmente, no clima organizacional.

* Mari Achutti é CEO da Sputnik, braço B2B da Perestroika, escola brasileira de atividades criativas

Fonte: administradores.com.br

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