Sistema Financeiro do Futuro: nova onda Banktech

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Banktech - Grafico com moedas ao fundo

Em seu pronunciamento na Sabatina do Senado Federal para Apreciação da indicação ao Cargo de Presidente do Banco Central, no último dia 26 de Fevereiro, Sr. Roberto Campos Neto ressaltou a importância do sistema financeiro do futuro e disse que pretende preparar o BACEN para desempenhar apropriadamente o seu papel nesse novo ecossistema, que é baseado em tecnologia e enorme fluxo de informações.

É evidente que especialistas do setor e até o próprio BACEN observaram que, com as tarifas bancárias variando entre R$ 2 a R$ 145 para o cliente final e bancos batendo recordes de bilhões de lucro todos os anos, nasce uma grande oportunidade para grupos de pessoas e empresas que hoje trocam recursos e serviços entre si. Nesse cenário, criar uma fintech ou criar uma “banktech” própria – que constitui um ecossistema mais completo -, provavelmente será a grande tendência nos próximos anos.

A transformação de custos de operação bancária em oportunidades de aumento de receitas tem feito empresas visionárias, tanto startups quanto as de médio ou grande porte, buscar o seu próprio DigitalBank, para contar com integração bancária, emissão de boletos, gerenciamento de folhas de pagamento de funcionários (e até mesmo de funcionários de fornecedores), emissão de cartões de crédito com bandeira própria, máquinas de POS, meios de pagamento, ATMs para saques e depósitos, além de uma completa gama de serviços como antecipações, empréstimos pessoais, seguros, entre outros. Tudo isso com alto nível de segurança, governança, compliance e auditoria que a tecnologia blockchain já proporciona quando é bem gerida e utiliza as melhores práticas.

Com a constante onda de avanços tecnológicos, ter o seu próprio DigitalBank em “DLT (blockchain privado)”, já é uma realidade, pois proporciona acesso a um nível diferenciado de excelência em compliance e governança para onboarding/KYC – com validação de documentos e selfies com prova de vida como, por exemplo, piscar ou sorrir, através do uso do reconhecimento facial com inteligência artificial – e “identidade digital” – pré-validação de identidade para diminuir fraudes em compras -, incluindo carteiras digitais integradas a blockchain para “pagamento instantâneo” e APIs para “open bank”. Esta nova realidade está alinhada com a política do Banco Central e as intenções declaradas por Roberto Campos Neto.

Em um futuro breve surgirão novos segmentos personalizados para cada cliente das “banktechs” como SoccerBank (para times de futebol), AgroBank (para cooperativas agropecuárias), MutualBank (para Associações/ONGs), SocialBank (para Prefeituras, Municípios e entes públicos), LoyaltyBank (para programas de fidelidade e programas de recompensas), FranchiseBank (para franquias, franqueados e royalties), CustodyBank (para custódia e garantia de grandes operações), CaptiveBank (para instituições financeiras que desejam administrar contas digitais de clientes internas), entre diversos outros, os quais poderão também desenvolver ou não sua própria moeda interna, seus tokens e smart contracts .

Muitos executivos já buscam empresas especializadas para ajudá-los a desenvolver seu próprio “banktech”, com um ecossistema gigantesco 24h/7, custos reduzidos e alto retorno de receita. Esta forte tendência de utilização de grandes ecossistemas já tem sido observada nas mega empresas chinesas AliPay e WeChat, que movimentam R$ 11,2 trilhões ao ano.

Sendo o sistema financeiro brasileiro considerado um dos mais seguros e eficientes no âmbito mundial, será um desafio, em se tratando de regulação (BACEN, COAF, CVM), criar de novas regras de governança e compliance para manter a saúde econômica e coibir atos ilícitos. Em contrapartida, aparecerá uma nova gama de oportunidades e de posições no mercado de trabalho como – por exemplo – consultores, auditores, especialistas em produtos e know how, cientistas de dados, governança e compliance.

Se você é executivo, disposto a inovar, pensar fora da caixa e quer diminuir seus custos, aumentar suas receitas e otimizar seu engajamento com seus clientes e fornecedores, a sua própria “Banktech” ou o seu próprio “DigitalBank” já é uma realidade e pode estar ao seu alcance. Vai um SocialCard aí?

Rodrigo PimentaEngenheiro elétrico formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Administração, Economia, Finanças e Operações pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Autor de publicação de Inteligência Artificial e Algoritmos Genéticos, com experiência de mais de 10 anos no Banco Itaú – onde atuou como um dos primeiros Arquitetos de TI Corporativo, CEO e fundador da empresa HubChain Technologies, criada em 2017, cujo trabalho pioneiro dedica-se a oferecer soluções inovadoras em blockchain, inteligência artificial, open bank e criptomoedas para startups, médias e grandes empresas. Rodrigo participou de algumas grandes discussões com blockchain, inteligência artificial e criptoativos e é atualmente um dos maiores especialistas do segmento.

Fonte: administradores.com.br

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