Recursos Humanos e Inteligência Artificial

Usando a inteligência de um laptop para interagir com a inteligência artificial. Tecnologia de automação

Em um mundo onde vemos cada vez com mais frequência a atuação de robôs em trabalhos antes feitos por pessoas, uma reflexão precisa ser feita: como os recursos humanos e inteligência artificial podem se relacionar no futuro do trabalho. Futuro este que já se faz sentir no presente.

Uma novidade nem tão nova assim

Porém, antes de mirar os possíveis impactos de tecnologias como robôs dotados de capacidade cognitiva artificial, vamos voltar no tempo. O que se apregoa como inovação não é recente, historicamente falando. Tal transformação cultural já é discutida de longa data.

Autor do livro “Eu, robô”, Isaac Asimov já havia anunciado que estamos vendo no presente, o que para ele era um futuro possível.

Algumas previsões se confirmaram, como os recursos domésticos capazes de fazerem tarefas sozinhos. São os casos das cafeteiras elétricas, aspiradores de pó, entre outros utensílios que podem ser programados, facilitando o dia a dia das pessoas e os liberando para atividades cognitivas.

Mas a inteligência artificial não era uma pauta imaginada apenas nos livros de ficção científica. Em termos práticos, cientistas elaboravam teorias relacionadas ao recurso em 1943. Cita-se como exemplo as realizadas pelo neurofisiologista Warren McCulloch e o matemático Walter Pitts. Parte delas versavam sobre redes neurais e estruturas de raciocínio artificial aplicadas às máquinas.

O matemático Alan Turing, responsável pelo famoso teste que leva o seu sobrenome, também vislumbrava algo semelhante à inteligência artificial. O teste avalia se uma máquina consegue ter comportamento inteligente, semelhante às pessoas. O que hoje é largamente feito pelas assistentes virtuais, só para citar um exemplo.

Entretanto, o termo em si só foi aparecer em 1956, durante a Conferência de Dartmouth. Na ocasião, o cientista John McCarthy, entre outros, aplicaram o conceito de inteligência artificial em suas discussões.

Recursos humanos e inteligência artificial: o que vem acontecendo

A Amazon começou a usar robôs em seus armazéns e centros de distribuição em 2012, quando adquiriu a empresa de robótica Kiva Systems. Desde então, a empresa tem continuado a investir em tecnologia de robôs para aumentar a eficiência de suas operações.

Não existe um número exato e divulgado publicamente quantos robôs a empresa tem atualmente, mas estima-se cerca de 200.000 robôs em uso em seus armazéns distribuídos pelo o mundo. Esses robôs são utilizados em uma variedade de tarefas, desde o transporte de produtos até a embalagem e o envio de pedidos.

Indo em direção à Europa, na Bélgica, hospitais usam robôs humanoides para auxiliar pacientes. As máquinas, que falam até 20 idiomas, conseguem cadastrar informações ou guiar os pacientes até seu destino dentro dos estabelecimentos médicos.

Esses exemplos nos levam a um questionamento se a tecnologia substituirá as pessoas em todas as atividades que elas executam no dia a dia? No momento atual, não. Cada vez mais são exigidas ou resgatadas novas habilidades como senso crítico, capacidade analítica e de resolução de problemas complexos, empatia e compaixão.

O que deveria ser colocado em pauta e vislumbrar nos horizontes de inovação é que precisamos dos robôs trabalhando para termos mais espaço para momentos de lazer, convívio social e atividades criativas.

Futuros possíveis entre recursos humanos e inteligência artificial no mercado de trabalho

O fato é que para que a inteligência artificial atinja uma curva de aprendizado, ela precisa ser ensinada. E são as pessoas que fazem isso. O que comprova que a inovação é feita de gente, mesmo com toda a tecnologia já disponível e que atua de forma autônoma.

Um caminho que vem sendo adotado é a ampliação da consciência para definir-se os limites de cada uma das partes, para que possam trabalhar de forma harmônica, abrindo espaços para que atividades insalubres, de grande risco de morte e inseguras sejam realizadas pelas máquinas e atividades cognitivas, criativas, empáticas fiquem por conta das pessoas.

Por Maria Augusta Orofino: Palestrante, TEDx Talker, consultora nas áreas de Inovação e Liderança. Autora do livro Liderança para Inovação. Co-autora dos livros Jornada Ágil e Business Model You. Reconhecida e premiada pela ABTD-PR como Personalidade do Ano em RH, em 2021 e Top of Mind HSM Academy 2021 e 2022. Considerada como um dos 50 nomes da criatividade no Brasil, em 2022, pela revista Wired Festival.

Fonte: Portal RH

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