Qual é o papel do RH e DP no Setembro Amarelo?

RH Setembro Amarelo

Qual é o papel do RH para sensibilizar os colaboradores sobre saúde mental? Saber lidar com a questão é extremamente importante o ano todo. No entanto, é durante o Setembro Amarelo que o tema ganha destaque.

A campanha promove a conscientização da sociedade sobre cuidados com a saúde mental para preservação da vida. As empresas, como força motriz do desenvolvimento, não podem ficar isentas da responsabilidade em cuidar das pessoas.

Neste conteúdo, mostraremos como o RH e o DP podem participar do Setembro Amarelo, realizando ações internas para tratar o assunto com a responsabilidade que ele merece. Continue a leitura para saber como colaborar com a campanha de prevenção ao suicídio e quais sinais a gestão de pessoas deve monitorar para identificar problemas.

Importância do Setembro Amarelo

O suicídio é um problema de saúde pública que atinge diferentes camadas da sociedade. Conforme estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), por ano, mais de 700 mil pessoas cometem autoextermínio.

O número pode ser maior, pois existem muitos casos subnotificados que não chegam ao conhecimento dos órgãos públicos. O site oficial da campanha Setembro Amarelo pressupõe que mais de 1 milhão de casos ocorram no mundo. No Brasil, os registros estão próximos de 14 mil ocorrências anuais. Isso significa 38 suicídios por dia, em média.

As ocorrências incluem todas as faixas etárias e 96,8% dos casos de suicídio têm alguma relação com transtornos mentais. Esse contexto alarmante reforça a importância de iniciativas como o Setembro Amarelo.

A campanha propõe a conscientização sobre o suicídio e tira o viés íntimo do problema, trazendo a discussão para diversas áreas da sociedade. Especialmente no ambiente corporativo, onde o adoecimento psíquico e o transtorno emocional causam danos ao indivíduo. Resultando em abuso de substâncias, sinais de depressão, ansiedade e outros problemas.

Por isso, a gestão de pessoas deve estar atenta à qualidade de vida de seus colaboradores. Nas empresas, um caminho é assumir o protagonismo no cuidado com o capital humano. Assim, é papel do RH conhecer a campanha Setembro Amarelo e desenvolver ações de conscientização para salvar vidas.

Como a empresa pode participar da campanha

Apesar de ainda ser visto como um tabu, o assunto precisa ser discutido. Especialistas afirmam que o silêncio é o principal fator de risco para o suicídio. Quando família, amigos, veículos de comunicação, empresas e sociedade se calam, as estatísticas aumentam.

Sendo assim, a informação é fundamental para auxiliar as pessoas em vulnerabilidade emocional. Por isso, o setor de Recursos Humanos deve participar, apoiar e disseminar o Setembro Amarelo.

Para participar da campanha, tudo começa com a conscientização. Ela ajuda a prevenir atentados contra a própria vida, informa sobre os transtornos mentais e diminui a ocorrência de afastamentos por desordens emocionais.

Nesse sentido, trabalhar a saúde mental nas empresas é uma estratégia consoante à proposta da OMS para reduzir as taxas de suicídio em um terço até 2030. As ações propostas buscam:

  • limitar o acesso às armas de fogo e pesticidas;
  • educar a população, pela mídia, com abordagens sérias sobre suicídio;
  • promover habilidades socioemocionais, especialmente entre os adolescentes;
  • trabalhar a identificação precoce, avaliação, gerenciamento e acompanhamento de pessoas afetadas por pensamentos e comportamentos suicidas.

O foco das organizações deve estar no quarto e último tópico, oferecendo informação responsável, acolhimento e uma cultura organizacional aberta para oferecer menos cobranças e mais apoio.

7 maneiras do RH e DP colaborarem com o Setembro Amarelo

Antes de chegar ao Brasil, as ações do Setembro Amarelo já preveniam o suicídio há 20 anos. A campanha começou nos Estados Unidos, após o jovem Mike Emme entrar para as estatísticas, no dia 8 de setembro de 1994.

Desse modo, existem muitas ações que o RH pode desenvolver para colaborar com a iniciativa. Relacionamos sugestões que podem ser aplicadas nas empresas para conscientizar os colaboradores. Acompanhe!

1. Conhecer o assunto é papel do RH e DP

O Setembro Amarelo é o maior conjunto de ações antiestigma do mundo. Sendo assim, reúne toda a informação necessária para que o RH domine o assunto para poder tratá-lo com responsabilidade.

Portanto, é fundamental que a gestão de pessoas conheça as diretrizes da campanha, conheça seu propósito e utilize os materiais que o site oficial disponibiliza para download. O primeiro passo para respaldar o papel do RH é ter consciência sobre a relevância do tema.

2. Prezar pela qualidade no clima organizacional

O clima no ambiente de trabalho reflete na qualidade de vida dos colaboradores. Quando o clima é de harmonia, as pessoas trabalham melhor e produzem mais, além de diminuir as chances de desenvolverem síndrome de Burnout e outros problemas que comprometem a saúde emocional.

Promover a qualidade do clima organizacional pressupõe colaboração, abertura para o diálogo e segurança para pedir ajuda, quando necessário. Nesse sentido, RH e DP devem orientar as lideranças para estarem atentos aos comportamentos que denotam sofrimento psíquico. Por fim, fazer a gestão emocional do time é fundamental para evitar conflitos.

3. Conscientizar sobre depressão e ansiedade

Nas empresas, os problemas de saúde mental têm diferentes causas. Desde chefias tóxicas, competitividade acima do normal, prazos curtos, pressões nas entregas até bullying com os diferentes perfis comportamentais.

Trata-se de fatores que provocam ansiedade, angústia e depressão, males silenciosos que, se não tratados, podem afetar todo o time. Por isso, a gestão de pessoas deve conscientizar os colaboradores, orientando-os a procurar ajuda. O papel do RH para a saúde mental, nesses casos, é diminuir o preconceito sobre o assunto.

Conforme pesquisa, 55% dos colaboradores sentem medo de tirar dias de folga para cuidarem de sua saúde mental. Ainda, 37% afirmam não se sentirem confortáveis em assumir que solicitaram afastamento para cuidar da saúde mental.

4. Promover palestras com especialistas

Sempre que possível, convide especialistas em saúde mental para conversarem com os colaboradores. Palestras sobre o tema combatem a desinformação e contribuem para tratar os problemas de ordem emocional com leveza, mostrando que qualquer pessoa pode ter dificuldades.

O Centro de Valorização da Vida (CVV), fundado em 1962, é uma associação civil filantrópica que presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio. Presente em 24 estados brasileiros, além do Distrito Federal, o CVV pode ser um parceiro das empresas para a conscientização.

5. Fazer do RH um ponto de apoio

O Recursos Humanos pode, e deve, estar disponível para o profissional em sofrimento emocional. E essa atitude não fica restrita apenas ao Setembro Amarelo. As portas do setor precisam estar abertas para ouvir e acolher seus funcionários.

Os colaboradores devem se sentir à vontade para procurar ajuda, sentindo segurança para dialogar sobre qualquer assunto, inclusive denunciar comportamentos tóxicos de colegas ou superiores.

Nesses casos, por envolverem questões internas, o RH pode intervir. Em situações que envolvam conflitos pessoais ou familiares, a gestão de pessoas pode orientar o colaborador a procurar ajuda especializada.

6. Oferecer benefícios para promover o bem-estar

Falar sobre saúde mental e suicídio é importante. Oferecer benefícios que garantam qualidade de vida é fundamental. Portanto, RH e DP podem sugerir aos gestores a adoção de medidas para prevenir problemas emocionais. Se possível, a empresa pode oferecer:

  • plano de saúde;
  • mensalidade em academias para a prática de exercícios;
  • tratamento psicológico;
  • espaços de descompressão, com opções para descanso e relaxamento.

7. Valorizar os recursos humanos

As iniciativas citadas no tópico anterior estão relacionadas com a valorização profissional. Afinal, toda ação que promova o bem-estar do colaborador denota comprometimento da empresa com a saúde física e mental.

Ademais, políticas de valorização e reconhecimento aumentam a autoestima do funcionário, promovendo satisfação com o trabalho e isso reflete na vida pessoal. Sendo assim, se possível, ofereça bônus por produtividade, plano de cargos e salários compatíveis com o mercado, além de oportunidades de crescimento.

Sinais a que RH e DP devem ficar atentos

A depressão é um transtorno mental silencioso, mas frequente entre a população mundial. Estima-se que 300 milhões de pessoas sofram com a doença, que interfere na rotina do indivíduo, afetando a capacidade de trabalhar, dormir, estudar, comer e desfrutar a vida.

Confira indícios de depressão que devem estar no radar do RH para a prevenção do suicídio:

  • aumento nas taxas de absenteísmo e de presenteísmo;
  • transtornos mentais;
  • histórico pessoal (tentativas de suicídios) e familiar (genética);
  • ideação suicida identificável em comentários expressando falta de esperança ou desamparo. “Eu preferia não existir” é um exemplo claro, enquanto frases como “caso a gente não se encontre novamente” são mais sutis;
  • fatores de estresse crônico ou recente em situações como fim de relacionamento, separação, migração, crise financeira, luto ou demissão;
  • detalhamento de ações que sugerem comportamento suicida, entre eles, mensagens em redes sociais, telefonemas de despedida, bilhetes, organização do testamento, doação de bens;
  • facilidade de acesso a armas de fogo, lugares altos ou a comprimidos;
  • sintomas de impulsividade motivados por eventos negativos e extremos;
  • eventos traumáticos registrados durante a infância ou adolescência, como maus-tratos, abuso físico, sexual, psicológico ou de substâncias (lícitas ou ilícitas);
  • apatia e baixo desempenho acadêmico ou laboral;
  • sinais sutis que indicam o desejo de “acabar com a dor” ou “diminuir o sofrimento”;
  • ocorrência de doenças crônicas ou terminais (próprias ou familiares) exigem suporte psicológico.

Esses são sinais frequentes, mas não são os únicos. Vale destacar que a depressão é consequência de uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Todos eles podem levar a um desfecho trágico: o autoextermínio. Identificar a doença nem sempre é fácil, mas é necessário para preservar a vida.

Agora que você chegou até aqui, esperamos que este conteúdo ajude a tornar claro o papel do RH na conscientização do Setembro Amarelo. A gestão de pessoas não deve ser coadjuvante, pois o setor tem papel fundamental no cuidado do capital humano.

Faça a diferença na sua empresa e promova o bem-estar dos colaboradores. Baixe o e-book “Setembro Amarelo: precisamos falar sobre prevenção”, produzido pelo RH Portal em parceria com a Wellz by Gympass.

Fonte: Portal RH

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