Impactos do coronavírus no RH: conheça os principais!

Impactos RH

Em 2020, o novo coronavírus surpreendeu o mundo com uma pandemia de proporções raras vezes já vistas. Devido à necessidade de distanciamento social, tivemos que nos adaptar a uma nova realidade, redobrando os cuidados com higiene e evitando sair de casa o máximo possível.

Essa situação trouxe grandes desafios para a gestão de pessoas nas empresas. Os impactos do coronavírus no RH foram enormes, já que o setor se viu obrigado a aplicar novas tecnologias e formatos de trabalho de forma repentina, sem ter tempo para fazer uma transição gradual e planejada.

Mas, afinal, o que mudou com a Covid-19? Como será atuação do RH daqui para a frente? Continue acompanhando o post e descubra as respostas para essas perguntas!

Como a Covid-19 afetou o mundo

Antes de começar a falar sobre os impactos do coronavírus no RH, é importante dar um passo atrás e observar o panorama do problema no mundo.

Descoberto em dezembro de 2019, na China, o novo coronavírus é o causador da Covid-19, doença respiratória cujos principais sintomas são febre, cansaço, tosse seca e falta de ar. Pessoas idosas e com doenças pré-existentes, como asma, doenças cardíacas e diabetes, correm mais risco de evoluir para quadros graves, o que pode levar à morte.

O grande problema é que esse vírus tem um potencial de contágio extremamente alto, sendo transmitido por gotículas de saliva expelidas pelo nariz ou pela boca.

Por ser desconhecido e, até o momento, não ter vacina, desde o início houve um grande temor de que ele cruzasse as fronteiras e se multiplicasse pelo mundo. E foi exatamente o que aconteceu: a doença se espalhou tão rápido que, em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de pandemia no planeta.

Até o início de junho, o número de casos no mundo já era superior a 6,4 milhões, com mais de 380 mortes. No Brasil, em três meses o vírus contaminou mais de 600 mil pessoas, com cerca de 35 mil mortes.

Reflexos no mercado de trabalho

Devido à facilidade de contágio, a principal orientação da OMS para frear a propagação do vírus é o isolamento social, o que gerou um grande impacto no mercado de trabalho.

Por conta disso, muitas empresas no mundo todo tiveram que fechar as portas temporariamente, reduzir suas operações ou implementar o home-office, o que alterou bastante o fluxo de trabalho no dia a dia.

No Brasil, embora não tenha havido nenhuma medida em âmbito federal, muitos governadores e prefeitos decretaram quarentena oficial a partir de março, quando os primeiros casos da doença surgiram no Brasil.

Com isso, apenas serviços essenciais, como supermercados e hospitais, estão autorizados a funcionar presencialmente, a fim de reduzir a circulação de pessoas nas cidades.

Quem precisa sair de casa para trabalhar precisa seguir uma série de recomendações da OMS, como:

  • usar máscara de pano cobrindo a boca e o nariz;
  • lavar as mãos com frequência usando água e sabão ou álcool em gel;
  • evitar tocar o rosto com as mãos;
  • não cumprimentar colegas com beijos, abraços ou apertos de mãos;
  • manter distanciamento de 1,5 de colegas ou clientes;
  • evitar o uso do transporte público em horário de pico (se possível).

As empresas autorizadas a funcionar presencialmente também devem tomar precauções fundamentais, entre elas:

  • estabelecer horários diferenciados para evitar aglomerações na entrada, saída e almoço;
  • disponibilizar álcool em gel para higienização das mãos no ambiente de trabalho;
  • reforçar a limpeza dos ambientes;
  • manter objetos de uso compartilhados, como geladeiras e microondas, sempre higienizados;
  • fazer demarcações de distanciamento seguro na formação de filas.

Além de seguir as orientações da OMS, muitas empresas também tomaram medidas espontâneas para reforçar a prevenção, como adoção do home-office, férias coletivas e cancelamento de viagens e eventos, a fim de preservar a saúde dos seus colaboradores.

Os impactos do coronavírus no RH

Em meio a esse cenário, os impactos do coronavírus no RH foram gigantescos. Afinal, o setor é o principal responsável por conduzir as decisões e mudanças junto com os líderes das organizações.

Mais do que nunca, o time de Recursos Humanos tem um papel importantíssimo na proteção e segurança dos trabalhadores. Por isso, é fundamental que esses profissionais se atualizem para lidar com as demandas da empresa em meio à pandemia.

A seguir, conheça os principais desafios de gestão de pessoas neste momento delicado.

Adaptação ao trabalho remoto

O trabalho remoto já vinha ganhando espaço no mercado, mas muitas empresas ainda não eram adeptas ao modelo. Com a pandemia, o home-office se tornou a opção ideal para evitar aglomerações, obrigando as organizações a reinventarem o seu jeito de atuar.

Mas como virar a chave tão de repente sem deixar a produtividade cair? Um dos passos mais importantes é criar uma política de trabalho remoto com diretrizes bem definidas.

Feito isso, realize uma reunião com todos os colaboradores explicando as regras do home-office e deixe claro para todos como funciona o modelo, quais são as responsabilidades de cada um e quais são as expectativas em relação às entregas e resultados.

Também é indispensável fornecer todas as ferramentas necessárias para que os profissionais possam exercer suas funções, como celular corporativo e notebook, além de um kit home-office completo para atender às necessidades das equipes no trabalho à distância.

Novos usos da tecnologia

Um dos maiores impactos do coronavírus no RH é a necessidade de implementar recursos tecnológicos para gerenciar as equipes à distância. O registro de ponto, por exemplo, precisa ser adaptado por meio de aplicativos de geolocalização, validação biométrica ou reconhecimento facial.

A tecnologia na nuvem é outra grande aliada na pandemia. Com ela, é possível acessar documentos usando qualquer dispositivo conectado à internet, possibilitando o envio de atestados médicos, o compartilhamento de arquivos e o gerenciamento de tarefas, entre outras atividades cotidianas.

Mudanças no recrutamento e seleção

Os processos seletivos também saem ganhando com o uso da tecnologia durante o home-office. Aplicativos de videoconferências, por exemplo, podem ser usados para a realização de entrevistas virtuais, sem a necessidade de contato pessoal entre os candidatos e recrutadores.

Algumas plataformas possibilitam a aplicação de testes e demais etapas à distância, permitindo um recrutamento 100% online. Até mesmo o envio de documentos pessoais para a admissão pode ser feito virtualmente, facilitando o processo e eliminando burocracias.

Aumento de demissões

Com a crise, muitas empresas sofreram com a redução de vendas, congelamento de contratos e perda de clientes, precisando demitir colaboradores para equilibrar as contas.

Esse foi um dos maiores impactos do coronavírus no RH, já que o setor é responsável por ajudar a decidir quem será cortado e conduzir todos os processos de desligamento.

Os efeitos podem ser sentidos em números. Segundo o Ministério da Economia, mais de 1,5 milhão de trabalhadores formais foram demitidos no Brasil entre março e abril, os dois primeiros meses da pandemia no País. O dado representa um aumento de 31% em relação ao mesmo período de 2019.

Nesse momento, é essencial colocar em prática medidas de demissão responsável, como prolongar benefícios, oferecer consultoria de carreira e indicar os colaboradores desligados para outras empresas.

Um exemplo real dessa prática é a Uber, gigante dos aplicativos de transportes que precisou desligar cerca de 3.000 colaboradores por causa da crise. Devido ao momento, a empresa decidiu pagar mais dez semanas de salários a todos os demitidos, além de manter os planos de saúde até o final do ano

Vale lembrar que todo o processo deve ser realizado com respeito e transparência, comunicando a notícia a cada colaborador em conversas individuais. Nunca cometa o erro de demitir alguém em uma videochamada em grupo ou com uma mensagem por e-mail/WhatsApp.

>> Quer saber mais sobre demissão responsável? Confira este outro post do blog: Demissão responsável: o que é e como funciona? <<

Necessidade de treinamentos à distância

Ter equipes em quarentena ou em home-office significa que os treinamentos presenciais devem ser cancelados por tempo indeterminado. Porém, isso não quer dizer que a capacitação dos colaboradores deve ser interrompida.

Assim como nas atividades cotidianas e nos processos seletivos, também é possível inserir tecnologia no desenvolvimento dos funcionários, usando videoconferências, gamificação, conteúdos multimídia e outras ferramentas.

Esses novos modelos de treinamento, inclusive, já vinham sendo implementados por muitas empresas para aumentar a participação das equipes. A tendência é que, mesmo após a pandemia, eles continuem crescendo e se tornem permanentes.

Crescimento da importância dos feedbacks

Neste momento de distanciamento, os feedbacks são ainda mais importantes para o colaborador sentir que o seu trabalho é visto e reconhecido. Além disso, é uma forma interessante de aproximar os líderes de suas equipes e fazer o RH ser lembrado por todos na empresa.

Por isso, não abra mão dos feedbacks estruturados durante a pandemia. Pelo contrário, faça o possível para adaptá-los à essa nova realidade e torná-los uma ferramenta útil para a avaliação de desempenho e aumento de produtividade dos funcionários.

Danos à saúde mental dos colaboradores

Em meio à pandemia, muito se fala em medidas para prevenir a Covid-19, mas também não se pode deixar de lado a saúde mental dos colaboradores.

A situação gera um ambiente de constante preocupação, instabilidade e ansiedade. Muitos colaboradores moram sozinhos e ficam completamente isolados dos amigos e familiares durante a quarentena, o que causa uma sensação de solidão angustiante.

Por isso, é interessante contar com o apoio de profissionais especializados para cuidar do estado mental da equipe, além de fornecer conteúdos com dicas para manter a mente sã durante esse período, ocupando a cabeça com exercícios físicos, livros, filmes e outras atividades.

Cuidados com fake news

Devido ao momento, todos querem se informar sobre os dados da pandemia, medidas do governo e outros acontecimentos que podem influenciar o dia a dia. Só que muita gente se aproveita disso para espalhar notícias falsas e até aplicar golpes, aumentando ainda mais o medo e a tensão na quarentena.

Para preservar os colaboradores, divulgue conteúdos com dicas para que eles fujam desse tipo de cilada e só se informem em canais de comunicação confiáveis. Pode ser interessante criar uma lista de sites e influenciadores recomendados, como grandes portais de notícias, cientistas e especialistas em saúde, entre outros.

Prevenção e retomada do trabalho presencial

Um dos principais impactos do coronavírus no RH é a necessidade de garantir que os colaboradores cuidem da saúde e se comprometam com a contenção do vírus.

Enquanto o time estiver em home-office, utilize os canais de comunicação interna para enviar materiais com dicas de prevenção, como lavar as mãos, higienizar as compras do supermercado e usar máscara sempre que sair de casa, entre outras.

Também é fundamental preparar o terreno para a retomada das atividades presenciais. Todos devemos ter em mente que, mesmo após a quarentena, o mundo não voltará a ser como antes. Teremos que nos adaptar a um “novo normal” e incluir na nossa rotina cuidados que antes não faziam parte dela.

Por isso, a empresa deverá distribuir aos funcionários uma cartilha de regras para a retomada. Nela, constarão todas as novas normas de utilização do espaço físico da organização, como horários de entrada e saída, uso dos ambientes comuns, ocupação das mesas e cadeiras e medidas de distanciamento social.

Junto às lideranças, também será papel do RH cuidar da distribuição de máscaras e instalação de pontos de álcool em gel para utilização dos colaboradores. Outra medida importante será criar maneiras de garantir que todos cumpram as novas determinações.

Como vimos ao longo do post, os impactos do coronavírus no RH devem causar mudança permanente na rotina das empresas. Mais do que implementar ferramentas para otimizar a gestão de pessoas, será preciso evoluir a forma de pensar para acompanhar essas transformações.

Por isso, quanto maior a capacidade de se reinventar em adversidades, mais rápida será a adaptação a esse novo cenário.

Fonte:Xerpa

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