Por que minha empresa deveria ter um programa de mentoria?

A importância da ética. Imagem de equipe conversando

*Por Herman Bessler, CEO e fundador do Templo.cc

Na última década popularizou-se em organizações de grande porte ao redor do mundo programa de mentoria (ou “mentorship”) com o objetivo de disseminar a cultura, aumentar a performance e desenvolver pessoas. No Brasil, esse tipo de estrutura de desenvolvimento ainda engatinha, mas já reúne adeptos fervorosos entre as áreas de gente pioneiras.

A estratégia vem sendo adotada com mais frequência por causa do trabalho remoto e/ou híbrido, já que a distância pode gerar ruídos entre os colaboradores, suas funções e ações, ou simplesmente uma dificuldade de adaptação e desengajamento, a partir da diminuição do volume de interações não programadas, típicas dos escritórios físicos.

De acordo com uma pesquisa de 2021 do Springtide Research Institute, 73% dos 6.900 entrevistados dos Estados Unidos disseram ter maior empenho em trabalhar quando sentem as lideranças cuidam e apoiam seu trabalho.

Como o Programa de Mentoria entra nesse cenário?

O processo não apenas aprimora as habilidades dos mentorados, mas tenta criar e redes de interação e compartilhamento de informações em toda a empresa. As conexões iniciam com enumeração das principais dores – particularmente recomendo partir da pergunta “o que me impede hoje de realizar meu melhor trabalho?”.

O aprofundamento de outros tópicos continua durante o período de reflexão e compartilhamento de experiências. E, por fim (que não é, de fato, um ciclo encerrado) o ciclo de feedback segundo métricas cocriadas entre mentor e mentorado. Afinal de contas, medir é mudar.

Somado ao trabalho remoto, muitas empresas aproveitaram os últimos anos para digitalizar seus processos. A chamada ‘Transformação Digital’ é uma forma de entregar a estratégia a partir do uso da tecnologia digital e dos modelos de negócio impulsionados por ela.

Um estudo internacional da Dell Technologies com mais de 10 mil profissionais de tecnologia e funcionários ligados à transformação digital, apontou que a adoção e adaptação das tecnologias gerou exaustão em massa. Isso ocorre porque essas mudanças não atingem somente processos e ferramentas, mas todo o ecossistema cultural das organizações.

De fato, numerosas mudanças (ou tentativas) foram implementadas. Somente em 2021, o investimento em tecnologias da informação nas empresas foi equivalente ao esperado para o período de um a quatro anos, segundo uma ampla pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ou seja, muitos negócios se desenvolveram mais rápido do que o esperado. Na rede de organizações ligadas ao Templo.cc costumamos dizer que a pandemia condensou 10 anos de digitalização em 10 meses.

Nesta rede, viemos mentorando executivos em temas ligados à inovação e transformação desde 2012 e reconhecemos que a execução das ações depende do contexto das organizações, por conta dos diferentes níveis de amadurecimento. Em todas as fases o programa de mentoria foi instrumental na formação de agentes de transformação e no alinhamento cultural entre lideranças e liderados.

*Herman Bessler é estrategista, consultor e empreendedor em série. Pioneiro no ecossistema de inovação e na economia colaborativa no Brasil, empreendeu diversas iniciativas no setor, de espaços de coworking à Malha.CC, incluindo as missões do Journey.cc e as empresas do grupo TEMPLO.CC (consultoria, educação corporativa e ventures). Hoje é consultor, diretor executivo do grupo TEMPLO.CC, advisor de startups e empresas, além de diretor Executivo do Instituto Brasileiro de ciência de dados (Bios-Unicamp) – centro de referência em inteligência artificial.

Fonte: Portal RH

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