Falhas que você não pode cometer em seu planejamento tributário

iStock

Falhas que você não pode cometer - Homem anotando e fazendo contas junto a uma mesa

Em todo início de ano é comum que as diferentes áreas de uma empresa estruturem planejamentos que servirão de base para os rumos do negócio e para o alinhamento das estratégias organizacionais durante um ciclo anual.

Na busca pela eficiência, outro planejamento que as organizações devem levar em conta é o tributário, que tem como objetivo a definição, por meio de procedimentos legais e transparentes, das melhores práticas para gerir os tributos que incidem sobre um negócio, com foco na redução de custos fiscais que, por consequência, trarão economia às instituições e maior potencial para investimentos.

Se bem desenhado, por meio do suporte de especialistas em gestão fiscal, o planejamento tributário pode servir de trunfo para as organizações que buscam reduzir custos, sem abrir mão da eficiência no atendimento de suas prioridades estratégicas.

No entanto, quando não planejado cuidadosamente, o resultado deste esforço pode trazer mais danos do que benefícios. Pensando nisso, separei algumas falhas comuns que precisam ser evitadas na hora da estruturação de um planejamento tributário.

Não estruturar um calendário fiscal detalhado

Organizar todas as datas de entrega de obrigações e pagamento de tributos é, sem dúvidas, a melhor forma de precaver a empresa de autuações do Fisco, uma vez que, tal calendário é um instrumento indispensável para que as empresas não sejam pegas de surpresa com custos fiscais fora do planejamento.

Não acompanhar o cumprimento das obrigações tributárias

Dada a importância da criação de um cronograma, o acompanhamento dessas datas vem logo em seguida, afinal, de nada adianta ter um calendário fiscal sem uma fiscalização permanente. Pensando nisso, investir não apenas em profissionais capacitados, mas também em uma auditoria fiscal, pode facilitar esse processo, uma vez que, avaliando periodicamente toda a estrutura fiscal e tributária da empresa, é muito mais fácil se manter em conformidade com todas as exigências do Fisco.

Má organização na gestão de documentos

Outro erro muito comum entre as empresas, e que pode contribuir para a penalização com autuações, é a falta de organização de documentos, como notas fiscais e comprovantes. A não apresentação de tais documentos, quando solicitado pelos órgãos de fiscalização ou mesmo por fornecedores e clientes, pode comprometer a transparência fiscal da empresa e aumentar, desnecessariamente, os custos da organização com questões tributárias. Dessa maneira, não contar com uma organização de todas as declarações, comprovantes e notas é outra falha que pode ser evitada dentro da estruturação de seu planejamento tributário.

Não definir estratégias para minimizar os impactos de uma falha no planejamento tributário

As empresas precisam estar preparadas não só para buscar evitar as falhas no âmbito da gestão tributária, mas também, para corrigir tais falhas quando elas ocorrem, de modo que os danos possam ser os menores possíveis para a organização. Uma estratégia eficiente quando da detecção de um equívoco tributário na gestão, por exemplo, é a denúncia espontânea realizada pela empresa para a Receita Federal, que, por conseguinte, a isenta da multa. Para tanto, a denúncia deve ser realizada antes que haja qualquer autuação por parte do Fisco.

Não projetar novos cenários fiscais

Existe uma série de informações que são essenciais para a base do planejamento tributário, como compras, despesas operacionais e com folha de pagamento, margem de lucro, investimentos, etc. Ao apurar todos esses dados, é importante entender a situação da empresa e simular possíveis cenários, como, por exemplo, como uma mudança de fornecedores pode afetar no dia a dia da empresa e em sua estrutura fiscal. Não tornar esses estudos e projeções uma prática regular pode fazer com que a instituição não esteja prevenida diante de um novo cenário de enquadramento tributário e seus possíveis riscos.

Não acompanhar os órgãos de fiscalização tributária

A fiscalização tributária atualmente não se comunica somente por carta, mas também por meio eletrônico. Além disso, não é só a Receita Federal que envia notificações e autuações por meio eletrônico; as Fazendas Estaduais também enviam. Assim, os responsáveis perante estes órgãos devem ficar atentos a seus e-mails, para evitar ainda mais transtornos, caso recebam alguma notificação ou atuação, seja da Receita Federal, seja das Fazendas Estaduais.

Deixar de difundir uma cultura fiscal

Por fim, justamente pela complexidade da legislação fiscal brasileira, é fundamental que sua empresa conte com uma base de conhecimentos sobre o tema, mantendo-se sempre atualizada. Treinamentos e apoio profissional são ações indispensáveis para que o acompanhamento das questões tributárias faça parte da realidade do seu negócio. Além disso, com a implementação de uma cultura que valorize boas práticas de gestão fiscal, sua empresa ganha diferenciais competitivos em relação a transparência e pode, conforme já frisado acima, reduzir custos com autuações.

Ana Campos — Especialista em Aquisições e Reestruturações e sócia fundadora da empresa Grounds, empresa de consultoria inteligente especializada nas áreas contábil, tributária, trabalhista, previdenciária e financeira.

Fonte: administradores.com.br

Posts Relacionados

Deixe um comentário