Empresas que buscam despontar em um determinado mercado, precisam de pesquisa nicho para isso. É necessário colocar a ideia à prova, testar a hipótese de que aquela abordagem, serviço ou produto a ser oferecido vai dar certo e trazer benefícios para a empresa e para o consumidor. Ao mesmo tempo, no lar das pesquisas — a Universidade — a busca por serviços de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&DI) ainda é baixo por parte do mercado.
Em sua dissertação de mestrado junto ao Programa de Pós-Graduação em Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a advogada Evelin Naiara Garcia defendeu as instituições de ensino e pesquisa como fontes potenciais de inovação para o mercado.
Segundo Garcia, “ao estabelecer laços de confiança, as universidades e empresas são mais propícias a superar as imperfeições e falhas de mercado”, uma vez que “o distanciamento entre a universidade e o setor empresarial interfere diretamente na produtividade e na competitividade da indústria, já que assim como a indústria/empresa a universidade também contribui para o desenvolvimento econômico do país”.
Apesar de reconhecer que podem haver discrepâncias entre os interesses entre a academia e as empresas, no tocante à finalidade das pesquisas — as faculdades buscam, principalmente, ampla divulgação dos resultados enquanto as companhias visam em primeiro lugar o lucro e, em seguida, a sobrevivência frente à concorrência — a advogada defende que “é imprescindível a superação dos entraves havidos entre universidades e empresas e os contratos como instrumentos a colaborar para esta interação”.
No que a parceria pode beneficiar?
A criação da Lei de Inovação em 2004 (Lei nº 10.973 de 2 de dezembro de 2004) foi um avanço na interação universidade-empresa, principalmente porque contribuiu para a criação do Novo Código de Ciência, Tecnologia e Inovação (2016), que estabelece regras mais facilitadas para que as inovações cheguem até a sociedade.
De qualquer forma, parcerias entre empresas e universidades são uma realidade lógica para o desenvolvimento: universidades são fontes potenciais de inovação, por concentrarem pesquisadores das mais diversas áreas, e as empresas buscam a inovação para obter vantagem competitiva e movimentar a economia. Com parcerias desse tipo, as empresas podem obter vantagens competitivas.
“Empresas com laços universitários tendem a possuir maior número de patentes e gastar uma quantidade menor com P&DI do que empresas que não possuem esses vínculos”, destaca Evelin.
As universidades também ganham com a interação: através do diálogo elas podem ter o benefício de avançar suas pesquisas com foco em inovação. “A universidade brasileira ainda está muito envolvida com a pesquisa básica, pesquisa que não se preocupa com aplicação do resultado no mercado, contudo, essa não deve ser a única pesquisa a ser desenvolvida, principalmente quando a universidade deve assumir também o caráter de inovadora”, conclui.