Quando crianças são mais eficientes que CEOs

Quando crianças são mais eficientes que CEOs

Na primeira linha de seu mais novo livro lançado no Brasil, Equipes Brilhantes, o autor norte-americano Daniel Coyle lança uma questão: “Por que certos grupos se tornam mais fortes do que a soma de suas partes, enquanto outros se tornam mais fracos?” Talvez você se apresse a apresentar alguma das respostas que já ouviu por aí: o trabalho coletivo é mais do que a soma das habilidades individuais de cada um, a dificuldade de colaborar pode transformar gênios em incompetentes, etcetera, etcetera, etcetera. E, sim, isso é verdade. Mas a pergunta mais importante é: como o trabalho em grupo realmente funciona?

Não foi à toa que Adam Grant, autor do também best-seller Originais, disse que Equipes Brilhantes é “um livro verdadeiramente brilhante que desmistifica a magia do sucesso de grandes grupos”. E é justamente isso que Coyle faz de forma fantástica no livro, que se dedica a explicar ponto a ponto o que de fato faz a colaboração dar certo.

Um exemplo apresentado pelo autor é bastante ilustrativo para o que é destrinchado ao longo de todos os capítulos. Coyle fala sobre um experimento realizado pelo engenheiro e designer Peter Skillman em Stanford, na Universidade da Califórnia e na Universidade de Tóquio, com diferentes tipos de grupos. Em todos os casos, as equipes foram desafiadas a erguer uma estrutura o mais alto que fosse possível, utilizando materiais bem pouco convencionais: espaguete cru, fita adesiva transparente, barbante e marshmallow.

Participaram, dentre outros grupos, estudantes de Administração, advogados e CEOs de empresas. Mas acredite: nenhum deles conseguiu construir uma estrutura mais alta que a da equipe formada por… alunos do jardim de infância. Sim, a turma da bagunça foi mais eficiente que profissionais bem capacitados e com domínio pleno da capacidade de elaborar estratégias.

Mas, afinal, por que as crianças venceram?

Coyle explica que, quando os grupos começaram a executar a tarefa, parecia muito fácil dizer quem conseguiria o melhor resultado. De um lado, os estudantes de Administração conversavam, ponderavam, analisavam as melhores opções, faziam cálculos. Os advogados e CEOs se comportavam de maneira semelhante. Na ponta oposta, as crianças instauravam o caos. Ou pelo menos é o que parecia: falavam pouco, demonstravam não ter um caminho claro por onde seguir, não tinham uma ordem.

Como elas venceram, então? Coyle ressalta que, embora o trabalho das crianças parecesse desordenado, elas realmente colaboravam entre si e todas estavam centradas exclusivamente no objetivo dado: montar a estrutura mais alta possível. Por outro lado, os adultos, apesar de demonstrarem racionalidade e controle da situação, perdiam em eficiência pelo fato de cada integrante estar preocupado também com questões particulares durante a execução do traballho.

“Os estudantes da pós-graduação parecem estar colaborando, mas, na realidade, estão envolvidos em um processo que os psicólogos chamam de gestão de status. Estão procurando entender onde se encaixam em um panorama mais amplo: Quem dá as ordens? As ideias dos outros podem ser criticadas? Quais são as regras?”, ressalta Coyle.

“As interações parecem tranquilas, mas o comportamento oculto está carregado de ineficiência, hesitação e competição sutil. Em vez de se concentrarem na tarefa, estão tentando lidar com as inseguranças mútuas. Passam tanto tempo gerenciando status que falham em captar a essência do problema (o marshmallow é relativamente pesado e o espaguete é difícil de prender). Com isso, as primeiras tentativas costumam desmoronar e o tempo acaba”, complementa o autor.

O método

“Este livro é a história de como esse método funciona.” É o que diz
Coyle logo após contar o caso do experimento relatado acima. E a forma
como a colaboração realmente funciona não cabe num artigo. O autor
destrincha o tema ao longo de 17 capítulos, que passam três grandes
pontos-chave: construção da segurança, compartilhamento das
vulnerabilidades e estabelecimento de propósito.

No livro, ele fala sobre como construir o sentimento de
pertencimento, sugere ideias para a ação, mostra como as
vulnerabilidades podem ser úteis para unir a equipe, mostra como as
pessoas colaboram, apresenta a figura do “supercolaborador” e explorar
vários exemplos da vida real para ajudar na aplicação prática do que
ensina.

Onde encontrar

Equipes Brilhantes foi lançado no Brasil pela editora Sextante e já está disponível em todas as livrarias. Clique aqui para saber onde comprar.

Fonte: administradores.com.br

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