Quer liderar uma empresa inovadora e competitiva? Invista na diversidade

empresa inovadora e competitiva

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Estímulo à igualdade como política nacional

A Austrália era o país que liderava nas políticas de equidade de gênero — ou seja, que buscam um quadro funcional mais justo e balanceado entre homens e mulheres — no ambiente de trabalho, entre os países pesquisados.

Lá, a média é de 30% de mulheres em todo o quadro funcional, enquanto entre os cargos executivos, as mulheres ocupam 21% desses cargos.

Quanto ao país mais justo em relação à diversidade étnica, a África do Sul foi o primeiro colocado. Cerca de 16% dos cargos executivos são ocupados por negros. No entanto, a ironia cabe ao censo do país: 79% da população é negra.

Eles são contados como minoria por conta do histórico sul africano de políticas racistas ao longo do século passado, o apartheid (encerrado, politicamente, em 1994), que distanciou a população negra dos cargos mais importantes nas empresas e no governo.

O próprio governo criou o programa de Empoderamento da Economia Negra (Black Economic Empowerment, BEE, em inglês), implantado em 2003 e atualizado em 2007 após uma série de críticas relacionadas à sua estrutura de benefícios.

O BEE determina que 1% do lucro líquido das companhias baseadas naquele país seja retornado à comunidade através de um Investimento Social Corporativo (CSI, na sigla em inglês), onde pelo menos 75% dos beneficiários devem ser não-brancos. Além de medidas para maior inclusão dos negros no quadro funcional e no controle das empresas.

O relatório da McKinsey não traz os dados detalhados do Brasil, apenas demonstra que nosso país e o México foram os únicos pesquisados da América Latina e ajudaram a completar os números apresentados.

O que acontece no Brasil?

Por mais que a pesquisa apresentada anteriormente não traga os números brasileiros, o Instituto Ethos em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), publicam periodicamente dados sobre a diversidade dentro das empresas no país.

O Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas, de 2016, revela que 71,8% dos negócios pesquisados não têm incentivo à participação das mulheres. Enquanto 88% deles não incentivam a participação dos negros.

Quando expandimos o entendimento de diversidade para as pessoas com deficiências, segundo o Instituto Ethos, 56,9% das 500 empresas pesquisadas não têm incentivos à sua inserção. Já o incentivo à participação de pessoas com 45 anos ou mais não existe em 90,6% dessas empresas.

Sobre as mulheres, especificamente, foi publicado, no dia 22 de maio deste ano, um estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A pesquisa Women in Business and Management: the Business Case for Change traz dados de 70 países e quase 13 mil empresas.

Segundo ela, em 2016 o Brasil estava em 16º lugar entre os 25 países da América Latina e Caribe que foram pesquisados em relação à porcentagem de mulheres em altos cargos de gerência. O país tem uma taxa próxima de 20% nesse quesito.

No entanto, em termos de ascensão de carreira e os caminhos para a liderança entre as mulheres, o Brasil é considerado um ambiente “saudável” para a OIT. O levantamento separa os cargos entre “funcionárias no geral”, “cargos de gerência” e “cargos de gerência médio ou sênior”.

As mulheres ocupam cerca de 43% dos cargos nas empresas pesquisadas, sendo a maior parte delas em cargos considerados de “gerência” e há uma diferença pequena entre esse número e o das mulheres em “cargos de gerência médio ou sênior”, colocando o Brasil em um patamar positivo de ascensão de cargos entre as mulheres — mas que ainda pode ser melhorado.

Diversidade gera valor e lucro

Os números trazidos pelo relatório do Instituto Ethos, que ilustram com mais detalhes a realidade brasileira, vão de encontro a uma conclusão comum em todos os estudos analisados pela reportagem: as empresas, a sociedade e a economia como um todo são beneficiadas com um ambiente mais diverso.

O estudo da OIT, por exemplo, também aponta que empresas com mais mulheres na liderança registraram aumentos nos lucros de 5% a 20%. Enquanto 54% das companhias observaram melhoras na criatividade, inovação e reputação por essa agenda mais equilibrada quanto ao gênero.

Sócio-fundador da um.a #diversidadecriativa, agência especializada em eventos, campanhas de incentivo e trade, Ronaldo Ferreira, diz que apostar em diversidade nas empresas significa deixar “mais fácil entender e atender os desejos de consumo dos clientes”.

“Quando a diversidade está inclusa no negócio, a empresa consegue criar mais e novas ideias para os desafios do dia a dia. Desta forma, ela muda e evolui naturalmente mais rápido que os seus concorrentes. Também quando as diferenças estão presentes no ambiente corporativo, até a tomada de decisão é mais precisa, evita-se o desperdício de tempo e de recursos”.

Ao investir em um ambiente mais diverso e com um câmbio maior de conhecimentos e diferentes contextos entre pessoas, o clima organizacional, a retenção de talentos, otimização dos recursos e resultados financeiros são positivos e sustentáveis.

Confirmando os dados do Instituto Ethos, Ferreira ainda conta que há uma demanda maior, hoje, de diversidade dentro das empresas “mas, infelizmente, faltam ações afirmativas para que o ambiente se transforme em algo diverso e inclusivo. Faltam processos às empresas assim como falta atitude por parte dos colaboradores”.

Um caso trazido pela pesquisa da Accenture é o da empresa de pagamentos MasterCard. O presidente e CEO da companhia, Ajay Banga, acredita não só numa cultura de gestão mais linear quanto mais aberta às diferentes perspectivas.

Citado no relatório, ele afirma: “se você está rodeado por pessoas que parecem com você, andam como você, falam como você, foram às mesmas escolas que as suas e tiveram as mesmas experiências, você vai ter o mesmo ponto cego que eles. Vai perder as mesmas tendências, pontos fora da curva e oportunidades”.

Fonte: administradores.com.br

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