Liderança compartilhada e co-liderança: entenda os conceitos

“Ninguém é bom sozinho”, esse lema é essencial dentro de um ambiente organizacional, onde se leva em conta o alcance de metas e objetivos. Neste sentido, podemos considerar a liderança compartilhada e co-liderança como boas opções na gestão de pessoas.

Um estudo, realizado pela Universidade de Harvard, mostrou que 63% dos brasileiros consideram seus líderes o principal fator de desmotivação no trabalho, por isso a necessidade de identificar um bom líder.

A falta de flexibilidade, a coercitividade e centralização das decisões são alguns dos motivos que causam essa desmotivação. Por isso, o conceito de liderança compartilhada e co-liderança vêm ganhando força. Dessa forma os colaboradores ganham maior importância nos projetos, podendo inclusive influenciar de maneira mais ativa nos projetos e tarefas.

Com isso, é possível aumentar o engajamento, e a retenção de talentos passa a ser mais constante, pois assim os profissionais trabalham mais dispostos, devido a importância da sua opinião nos processos, elevando a performance da equipe.

Sendo assim, a liderança compartilhada e co-liderança podem trazer diversos benefícios às empresas, mas não sem antes trazer inúmeros desafios para serem implementadas. Neste artigo vamos falar das vantagens desses tipos de liderança e como aplicá-las.

O que é liderança compartilhada e co-liderança

Antes de falarmos sobre as vantagens e os desafios da liderança compartilhada e co-liderança, vamos detalhar as características de cada uma delas, ajudando a entender porque todos podem ser chefes, mas poucos podem ser líderes.

Liderança compartilhada

“Manda quem pode, obedece quem tem juízo”, quantas vezes não ouvimos esse ditado ao longo da nossa vida profissional. Entretanto, essa realidade já não funciona mais no mercado atual.

Apesar dela ainda existir em muitas empresas, onde líderes autoritários barram qualquer participação mais ativa de seus colaboradores em decisões diárias. Porém, é comum que nesses locais haja uma grande taxa de absenteísmo e rotatividade.

Como já abordamos no artigo “Rotatividade: quais são os impactos na empresa e como evitá-la?”.

Foi por isso, que em meados de 1970 começaram a surgir às primeiras ideias no sentido de liderança compartilhada. 

Esse tipo de liderança é um modelo de gestão de pessoas, onde toda a equipe tem voz e poder de decisão. E não só isso, na liderança compartilhada todos os profissionais propõem ideias e participam das resoluções de problemas.

A flexibilidade é  a palavra-chave que melhor descreve a liderança compartilhada. Disse uma vez o fundador da rede Wal-Mart, Sam Walton:

“Os líderes proeminentes saem de seu caminho para aumentar a autoestima de seu pessoal. Se as pessoas acreditam em si mesmas, é impressionante o que eles podem fazer”.

E é exatamente isso que a liderança compartilhada faz.

Co-liderança

A diferença entre liderança compartilhada e co-liderança está justamente na forma como as equipes são divididas, no que diz respeito aos seus níveis de hierarquia. Se na liderança compartilhada todos, teoricamente, são líderes, na co-liderança é diferente.

Nela, determinado líder divide seu poder com um ou mais profissionais. Ou seja, duas ou até mais pessoas ocupam um cargo de autoridade idêntico na organização. Seria uma chamada “liderança a quatro ou mais mãos”.

Esse modelo é bastante discutido no mercado, pois exige uma grande harmonia dos líderes, onde flexibilidade e respeito são fundamentais para que as decisões sejam tomadas em consenso, pois em nenhum momento podem restar dubiedades.

É importante não confundir liderança compartilhada e co-liderança. Se em uma os poderes são divididos entre todos do time (liderança compartilhada), na outra apenas um grupo tem esse poder (co-liderança).

Os desafios das lideranças compartilhadas

Segundo uma pesquisa do Grupo Cia de Talentos, 79% dos jovens que estão no mercado de trabalho acreditam que há a necessidade de mudança nos níveis hierárquicos nos modelos de liderança, para uma mais colaborativa no mercado.

Contudo, apresentar um modelo de liderança compartilhada e co-liderança é um caminho cheio de desafios. Confira alguns dos principais abaixo.

  • O líder precisa se tornar um bom ouvinte;
  • Há a necessidade de se confiar na equipe;
  • Delegar as tarefas corretamente é um item primordial;
  • Exige habilidades para manter o foco e motivação da equipe diante dos desafios;
  • Requer poder de posicionamento do líder diante da equipe quando necessário, já que eles também têm um poder de decisão, no caso da liderança compartilhada;
  • É essencial definir os papéis de cada líder, quando se opta pela co-liderança;
  • Se torna fundamental eliminar vaidades e privilegiar o diálogo;
  • Sempre se deve respeitar opiniões contrárias e levá-las em conta.

Se esses são os desafios, quais são as vantagens de uma liderança compartilhada e co-liderança? Elencamos os principais pontos abaixo.

As vantagens das lideranças compartilhadas

“Há uma diferença entre ser um líder e ser um chefe. Os dois são baseados em autoridade. Um chefe demanda obediência cega; um líder conquista sua autoridade por meio da compreensão e confiança” (Klaus Balkenhol – cavaleiro alemão).

Quando tratamos de liderança compartilhada e co-liderança, apesar de suas diferenças, estamos falando sobre ser disruptivo no modelo tradicional de liderar. Ou seja, tanto numa como na outra existem mais pessoas envolvidas na gestão e nas tomadas de decisão.

A centralização é deixada de lado e “duas cabeças pensam melhor do que uma” é a prática e base desses modelos. Conheça abaixo algumas das principais vantagens das empresas que optam por um modelo de gestão compartilhada.

  • Maior flexibilidade;
  • Grande integração entre os colabores;
  • Potencialização da performance das equipes;
  • Reconhecimento compartilhado nos resultados;
  • Voz-ativa aos colaboradores nas tomadas de decisão, quando o modelo é a liderança compartilhada;
  • Geração de novas ideias;
  • Autonomia da equipe;
  • Responsabilidades são compartilhadas;
  • Aumento da satisfação e comprometimento dos colaboradores.

Como implementar a liderança compartilhada e co-liderança.

O mercado atual não aceita mais chefes tóxicos e donos da verdade. A cada dia que passa os profissionais precisam de um estímulo cada vez maior para se sentirem engajados com a cultura e os objetivos na empresa.

Neste sentido, permitir que eles tenham voz por meio de modelos de liderança, onde eles participam mais das decisões, pode fazer com que o trabalho flua melhor.

O grande segredo para implementar de forma assertiva a liderança compartilhada e co-liderança é conhecer o perfil da sua equipe e dar abertura ao diálogo. Impor uma nova regra pode não só pegar todos de surpresa, mas criar o caos no ambiente de trabalho. 

Com isso, é essencial que haja uma conversa em grupo sobre a ideia e a nova proposta de trabalho para que todos estejam inseridos quando ela for implementada. 

Na implantação de um novo modelo de liderança é imprescindível considerar características como a flexibilidade, a transparência e a confiança nos empregados.

A alta performance nas lideranças compartilhadas

Colaboradores motivados produzem 50% mais, foi o que apontou uma pesquisa recente da Right Management. Essa motivação, na maioria das vezes, é consequência de uma boa liderança.

O bom líder tem a capacidade de levar o time ao céu e ao inferno por meio da sua gestão. Principalmente se ele decide tomar as decisões de forma centralizada, sem dar ouvidos ao time.

Esse chefe que não tem empatia com a equipe e acredita que só ele pode tomar as melhores decisões é o tipo de líder que impacta diretamente na taxa de rotatividade de uma empresa, onde os colaboradores não costumam se sentir felizes, e em muitos casos, optam por sair dali.

No entanto, com a liderança compartilhada e co-liderança que muitas empresas adotam, esse cenário foi alterado e as decisões passaram a ser compartilhadas. Seja com outros líderes, no caso da co-liderança, ou com o time todo, no caso da liderança compartilhada, que se tornou uma tendência. 

Quanto mais o líder consegue inserir seus colaboradores nas tomadas de decisão e confia neles, maior as chances de ele vestir a camisa da empresa e se engajar com a organização.

E você, o que acha da liderança compartilhada e co-liderança? Você gosta de qual dos dois modelos? Deixe um comentário no post e conte para nós.

Fonte:Xerpa

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