significado e evolução desse conceito

A origem da palavra salário é desconhecida por grande parte dos brasileiros. Contudo, esse termo faz parte do nosso dia-a-dia e seu significado é entendido por todos e tem suma importância na vida de qualquer pessoa.

Agora, que tal saber mais sobre esse assunto e compreender como esse termo evoluiu com o passar dos anos e como ele se tornou fundamental na nossa sociedade?

Para isso, confira nosso artigo de hoje e saiba detalhes sobre:

  • A origem da palavra salário e o significado desse conceito;
  • Quando surgiu o salário como conhecemos atualmente;
  • Quais as leis que regem as regras salariais no Brasil;
  • Diferenças entre ganhos no Brasil e em outros países.

Quer saber mais sobre a origem da palavra salário e a história geral sobre esse tema? Confira nosso artigo e boa leitura!

Afinal, o que é salário?

Em síntese, podemos entender o salário como uma remuneração oferecida a qualquer trabalhador em troca de sua prestação de serviço. Ou seja, é um valor pago a um funcionário em troca da sua mão-de-obra, seja física, seja mental.

Contudo, apesar de parecer algo muito comum e justo, o salário nem sempre existiu da forma como o conhecemos hoje. Conheça a história e mudanças desse conceito a partir de agora.

Saiba qual a origem da palavra salário

Para entendermos tudo sobre o salário, vamos aprender como surgiu esse conceito e o que ele representava.

A origem da palavra salário está diretamente ligada ao Império Romano, pois a palavra origina-se do latim “salarium”. Esse termo traduzia o que os soldados romanos recebiam pelos seus serviços prestados ao Império: uma porção de sal.

Entretanto, vale ressaltar que naquela época o sal era um item extremamente valioso e muito caro. Afinal, tal produto tinha três funções primorosas e muito valorizadas:

  • Cicatrização de machucados e ferimentos;
  • Melhoria de sabor dos alimentos de forma geral;
  • Conservação de alimentos (especialmente de carnes).

Esse tipo de pagamento durou por todo o Império Romano, cerca de 5 séculos. Os imperadores e povos romanos adoravam tanto o sal que ele era considerado uma espécie de dádiva (presente) da Deusa da Saúde.

em meados do século XIV que o salário começou a existir de forma similar como o conhecemos hoje. Ou seja, uma forma de pagamento recebida após alguma prestação de serviço. Entenda melhor como essa transformação aconteceu e a importância dela para a sociedade atual.

A evolução do salário

Conforme vimos acima, o salário não existia antes do século XIV. Até essa época, era comum que:

  • Os servos e pessoas de classes mais pobres (como os camponeses) vivessem nas terras de senhores feudais (latifundiários). Essas pessoas não recebiam nenhum tipo de salário pelos trabalhos realizados nas terras feudais. Contudo, podiam retirar o seu sustento delas, como alimentos e uma casa para morar.
  • Entretanto, às vezes sobravam legumes, frutas e hortaliças dessas terras. Com a autorização dos senhores feudais era permitido que os servos vendessem esses itens em feiras nas cidades;
  • Apenas próximo ao século XV e com o surgimento de cidades, países em expansão territorial e viagens marítimas, é que se inicia a ideia de que todo trabalho pode (e deve) ser remunerado;
  • Por fim, é após a Revolução Industrial no século XVIII e ampliação do capitalismo que o conceito de salário toma a forma tal qual conhecemos hoje.

Afinal, por que o salário foi criado e qual a sua importância?

De antemão, saiba que vamos usar nossa imaginação para entendermos melhor esse tópico.

É necessário pensarmos em uma sociedade do século XIII. Imagine como era a vida das pessoas: os nobres não precisavam trabalhar, pois já eram detentores de dinheiro, terras e poder.

Já os pobres camponeses trabalhavam muito e morriam jovens. Além disso, só consumiam alimentos e não compravam nada, afinal, não tinham dinheiro.

Viu só como era uma sociedade totalmente diferente? Desse modo, o capitalismo precisou mudar essa engrenagem pois é necessário dinheiro na mão das pessoas para que elas possam consumir.

Afinal, não adianta produzir celulares, roupas e móveis se não haverá pessoas para comprar, não é mesmo?Assim, com a expansão do capitalismo surgiu a necessidade de oferecer produtos para os trabalhadores.

Desse modo, todas as pessoas que recebem um salário são potenciais consumidores de mercado. Viu como a origem da palavra salário explica muita coisa?

Contudo, existem algumas regras que envolvem a remuneração de trabalhadores. Saiba mais sobre o surgimento dessas leis no Brasil e sua importância.

Leis que envolvem o salário no Brasil

Nosso país possui, uma forte herança escravocrata e de exploração do trabalho humano. Assim, o salário como conhecemos atualmente demorou muitos anos até se fixar no nosso país.

Nesse sentido, há algumas décadas (principalmente em regiões rurais) era comum que as pessoas trabalhassem um mês inteiro em troca de pouquíssimo dinheiro. Isso ocasionava diversos problemas econômicos, sociais e familiares a esses trabalhadores.

Entretanto, depois de alguns anos o governo percebeu que ter uma padronização de salário e normas sobre o tema seria positivo, já que:

  • Seria mais fácil recolher tributos referentes às remunerações;
  • Além disso, o trabalhador poderia ser inserido ao mercado de consumo e poderia gastar na sociedade (aumento da circulação de dinheiro).

A partir dessas reflexões e inspirados em países como Nova Zelândia, em janeiro de 1936, no então governo do presidente Getúlio Vargas, surgiu a lei referente ao salário mínimo.

Essa remuneração teve valores divulgados em maio do mesmo ano, mas a lei foi assinada em janeiro. A lei que regeu a primeira padronização de salário no Brasil foi a Lei nº185. Contudo, existem algumas questões problemáticas, tais como:

  • O salário mínimo era regulamentado a trabalhadores adultos por um dia normal de trabalho. Mas os menores aprendizes ou pessoas que desempenham serviços considerados especializados poderiam ter esse valor reduzido pela metade. Assim, mulheres e adolescentes se viam muitas vezes reféns dessa situação;
  • Além disso, existiam cerca de 14 salários com valores bem diferentes uns dos outros. Isso ocorria pois havia variações de salários mínimos entre os estados da federação. Para que você tenha uma ideia da desigualdade, o nordeste pagava cerca de 1/3 do salário mínimo do Rio de Janeiro.

Porém, com o avanço de Leis Trabalhistas e de órgãos fiscalizadores de empregadores e locais de trabalho, houve algumas mudanças expressivas e positivas como:

  • Regulamentação de um salário mínimo válido por todo o território nacional. Alguns estados e sindicatos indicam um valor mínimo que deve ser pago para determinados trabalhadores. Todavia, o valor mínimo nacional é sempre respeitado pelos patrões e empresas;
  • Fortalecimento no Ministério do Trabalho e surgimento de setores específicos para vistorias de locais insalubres, recebimento de denúncias e até fiscalização de possíveis situações análogas à escravidão.

Comparação de salário no Brasil e em outros países

Depois de conhecer a origem da palavra salário, você pode estar curioso(a) para saber o quanto pessoas de diferentes partes do mundo recebem por seus trabalhos.

Para matar sua curiosidade, selecionamos uma série de países para termos um comparativo entre os ganhos de trabalhadores brasileiros com as remunerações de outros locais.

Desde fevereiro de 2020 o salário mínimo no Brasil é de R$1.045,00. Vale ressaltar que existem países da nossa lista que não têm um salário mínimo mensal pré-estabelecido.

Isso significa que há diversos países em que os trabalhadores recebem seus vencimentos por hora trabalhada.

Desse modo, fizemos uma estimativa de quanto eles viriam a receber em reais trabalhando por 8 horas diárias. Todos os valores são referentes ao ano de 2020. Confira agora!

  • Estados Unidos: paga US$7,25 por hora – R$ 5.000,00 média por mês;
  • Canadá: paga 14,60 dólares canadenses por hora – R$ 7.500,00 média por mês;
  • Portugal: paga 741 euros mensais – R$ 3.5000,00 média por mês;
  • Espanha: paga 950 euros mensais – R$ 4.450,00 média por mês;
  • Reino Unido: paga 1.760 euros mensais – R$ 8.250,00 média por mês;
  • Alemanha: 1.500 euros mensais – R$ 7.000,00 média por mês;
  • Moçambique: 4.390 meticais mensais – R$ 286,00 média por mês;
  • África do Sul: 3.500 rands mensais – R$ 980,00 média por mês;
  • Somália: 21.454 kwanzas mensais – R$ 282,90 média por mês;
  • Egito: 2 mil libras egípcias mensais – R$ 492,90 média por mês;
  • Rússia: 11.280 rublos mensais – R$ 751,90 média por mês;
  • Guiné Bissau: 50 mil francos mensais – R$ 358,00 média por mês;
  • Coréia do Sul: 8.351 won por hora – R$ 4.763,00 média por mês;
  • Japão: 874 ienes por hora – R$ 5.465,60 média por mês;
  • Austrália: 18,29 dólares australianos por hora – R$ 8.320 média por mês;
  • Bulgária: 286 euros mensais – R$ 1.341,00 média por mês;
  • Turquia: 2 mil liras mensais – R$ 1.419,50 média por mês;
  • Israel: 23,26 novo shekel israelense por hora – R$ 4.622,00 média por mês.

Além disso, veja um comparativo do salário mínimo brasileiro com os salários de alguns países da América Latina:

  • México: 123.22 pesos mexicanos mensais – R$ 556,00 média por mês;
  • Argentina: 16.875 pesos argentinos mensais – R$ 1.185,56 média por mês;
  • Chile: 310.867 pesos chilenos mensais – R$ 1.771,90 média por mês;
  • Bolívia: 2.122 bolivianos mensais – R$ 1.184,00 média por mês;
  • Peru: 930 soles mensais – R$1.167,70 média por mês.
  • Venezuela: 4,6 dólares mensais – R$ 26,00 média por mês.

Dica bônus: Cuidado com as fake news!

Viu só como ocorrem variações salariais em diversos países? Contudo, neste tópico, vamos tratar de outro assunto também importante: falaremos um pouquinho sobre as famosas fake news.

Vez ou outra surgem na internet e nos grupos de WhatsApp algumas matérias sobre valores absurdos de salários mínimos mundo afora.

Para evitar esse tipo de constrangimento como repassar uma lista falsa para os amigos ou mesmo um possível aumento surreal de valor do salário nacional, fique atento(a) a algumas características da notícia, tais como:

  • Verifique a confiabilidade da matéria em outros sites confiáveis;
  • Lembre-se de que há países que pagam por hora e outros mensalmente (por isso podem haver grandes variações);
  • Além disso, o custo de vida varia muito entre os países. Portanto, leve isso em consideração antes de divulgar esse tipo de notícia e considerar um salário como excelente ou como muito ruim.

Diferenças salariais entre gênero e cor no Brasil

A origem da palavra salário traz à memória tempos muito antigos mas, infelizmente, algumas coisas que deveriam também estar ultrapassadas persistem em continuar na nossa sociedade.

Dentre elas, podemos citar as diferenças salariais decorrentes do gênero e cor do(a) trabalhador(a). Segundo algumas pesquisas, um homem branco recebe cerca de 75% a mais que pretos ou pardos.

Sobre esse assunto, nosso Blog escreveu um artigo que salienta a importância da queda de preconceitos e discriminação no ambiente corporativo e entre salários. Leia a matéria “Equidade salarial: o que é e como aplicar na política de remuneração” e entenda mais sobre o assunto.

Além da questão de cor, existe um outro problema sério no ambiente de trabalho: o machismo. A diferença salarial entre mulheres e homens está caindo ano após ano, contudo, ainda é grande e precisa ser combatida.

O IBGE já corroborou em pesquisas que as mulheres ganham cerca de 20% a menos que os homens, mesmo quando ocupam os mesmos cargos.

Essa pesquisa demonstrou ainda outros dados preocupantes, tais como:

  • A maior parte do mercado de trabalho nacional ainda é ocupado pelos homens (cerca de 57% da classe trabalhadora) e são eles que ocupam a maior parte de cargos de liderança;
  • Quanto maior o nível de estudo, maior tende a ser a remuneração de um trabalhador. Normalmente, pessoas com faculdade ganham 3 vezes mais que pessoas que possuem o ensino médio;
  • Mulheres ainda possuem um outro agravante: elas trabalham fora e “dentro” de casa.

Sobre isso, outra pesquisa aponta que existe uma sobrecarga no trabalho da mulher. Isso porque após a expansão do capitalismo e dos movimentos feministas as mulheres foram em busca do mercado de trabalho, mas ainda precisam se dedicar muito aos filhos, ao marido e à casa.

Estratégias para as empresas mudarem esse cenário

Empresas e gestores precisam ficar atentos a alguns sinais de desigualdade salarial entre pessoas o quanto antes. Selecionamos 5 ações simples e imediatas que podem ser adotadas por empresas de qualquer área e de qualquer tamanho. Confira!

1. Exponha as qualidades das mulheres da equipe

Muitas vezes há mulheres sensacionais na empresa em que você está inserido(a) mas que são pouco ou nunca reconhecidas. É importante que isso seja revisto o quanto antes.

Afinal, é com esse tipo de atitude que chegaremos mais rápido à tão sonhada igualdade salarial entre as pessoas.

2. Se você é gestor, coloque mulheres em cargos de liderança

Além disso, se você é gerente ou trabalha em RH, que tal buscar mulheres para cargos de liderança? Isso não é para “fazer média” ou ficar de acordo com o “politicamente correto”.

Esse tipo de ação gera uma ideia de equidade entre a equipe e mostra que a empresa valoriza o profissional por sua competência e não por gênero ou outro tipo de característica.

3. Atualize os salários e ofereça os mesmos benefícios

Mantenha-se atualizado sobre cargos e salários nacionais e corrija possíveis erros e discrepâncias na sua equipe. Lembre-se: precisamos dar bons exemplos para que a mudança ocorra o quanto antes.

4. Encoraje mulheres negras

Sob o mesmo ponto de vista, reflita por um momento: quantas professoras negras você teve na faculdade? Quantas mulheres negras são líderes de equipes ou setores na sua empresa?

Se essas questões não foram fáceis de serem respondidas, pode ser a hora de repensar a colocação de mulheres negras na equipe, não é mesmo?

5. Ofereça mentoria

Dentro das suas possibilidades, ofereça ajuda para colegas e profissionais que precisam de mais conhecimentos para serem colocados em cargos melhores.

Para isso, você não precisa dar aulas, mas pode:

  • Direcioná-los e oferecer apoio e suporte sempre que necessário;
  • Indicar cursos online gratuitos e com certificados para aprimoramento;
  • Conversar com gestores e gerentes sobre colegas que podem ser promovidos.

Por fim, tenha em mente que o salário surgiu para gerar renda à classe trabalhadora e possibilitar que as pessoas consumam dentro do mercado capitalista. Para isso, ter igualdade e equidade é fundamental para que todos e todas tenham vida digna e com segurança financeira.

Se você curtiu saber tudo sobre a origem da palavra salário e a evolução desse conceito, saiba que sempre temos esse tipo de artigo no nosso blog. Portanto, para ter em primeira mão matérias informativas e conteúdo exclusivo, assine a nossa newsletter!

Fonte:Xerpa

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