Primeiro certificado ISO de inovação chega ao Brasil

Grupo de pessoas comemorando no escritório
cenário deve mudar, no país, com a chegada da norma 56.002 da ISO

A inovação é necessária para o crescimento e para a competitividade de qualquer negócio. Mas, enquanto outros fatores cruciais na gestão de uma empresa (como produção, lucratividade ou alcance de mercado) podem ser facilmente verificados e analisados, as organizações às vezes encontram dificuldades para medir e implementar medidas que levam à inovação. Este cenário deve mudar, no país, com a chegada da norma 56.002 da ISO, a Organização de Padronização Internacional. A nova certificação estabelece justamente os melhores conceitos e práticas para a inovação. E uma indústria de São Paulo já foi a primeira a conseguir o certificado: a MZF4.

Para garantir a certificação, a MZF4, uma indústria de transformação, contou com a ajuda da Palas, consultoria de gestão de qualidade. “Começamos a implementação em agosto, ainda com a versão draft. Fomos fazendo os ajustes necessários e, felizmente, conseguimos a certificação na mesma semana em que a norma foi oficialmente publicada”, explica Alexandre Pierro, sócio-fundador da Palas. Pierro, que é apresentador da série Excelência em Gestão, do Administradores Premium, foi membro do comitê técnico da ISO que estabeleceu as normas da 56.002.

Segundo ele, o novo selo pretende permitir uma classificação real entre o que é inovação e o que não é. “É uma certificação internacional que garante que a inovação não seja apenas um discurso, mas sim uma cultura inerente ao cotidiano da empresa. A proposta é criar uma política capaz de suportar a organização no desenvolvimento de novos processos que acompanhem o mundo volátil em que nos encontramos”.

Certificado de inovação ISO 56.002

O comitê técnico de inovação foi criado pela ISO em 2008, dando início aos estudos para elaboração de uma norma específica para o assunto. Em 2013, o comitê já havia levantado todas as normas de inovação dos 163 países associados — incluindo o Brasil. A partir de 2015, começaram as reuniões para elaboração da norma. O selo foi publicado no dia 15 de julho, na sede da ISO, em Genebra, na Suíça.

A norma não tem como objetivo engessar os processos de inovação. Ao contrário de outras certificações, que pregam requisitos, essa é uma norma de diretrizes, que apresenta uma série de metodologias e ferramentas para que a empresa escolha as que mais se adaptam às suas necessidades.

A ISO 56.002 está ancorada em seis pilares: liderança visionária, gestão de insights, gestão de risco, cultura adaptativa, realização de valor e abordagem de processos. “O maior desafio está em criar uma cultura de inovação, fazendo com que as inovações aconteçam de forma sistematizada, e não esporádica. Precisamos primeiro desenvolver o mindset da inovação para depois criar processos que garantam a sua eficácia”, argumenta Alexandre Pierro.

Agora, a ISO 56.002 está ao alcance de qualquer empresa que deseje garantir que seus processos de gestão sigam as melhores práticas do mundo com foco em inovação. “Essa será uma grande oportunidade de transformar as empresas brasileiras, disseminando condutas inovadoras ideais para enfrentarmos os desafios que estão sendo impostos todos os dias. As empresas já perceberam que o mundo mudou e elas precisam mudar junto para continuarem ativas”, finaliza.

Entenda ainda mais detalhes do ISO da inovação nesta matéria do Administradores.

Fonte: administradores.com.br

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