Stone anuncia acordo para fusão com a Linx em operação de R$ 6 bilhões

A Stone (STNE) anunciou na noite desta terça-feira (11), após o fechamento do mercado, acordo vinculante para unir sua área de software com a Linx (LINX3), numa transação que avalia a última companhia em R$ 6,04 bilhões.

O acordo será implementado por meio de uma fusão de ações, com cada ação da Linx sendo trocada por uma nova ação PN classe A e B da Stone. Após outras etapas, o valor base da operação será de R$ 33,7625 por ação da Linx, considerando o preço da ação da Stone com base em 7 de agosto. Até o fim de junho, segundo dados da B3, a Linx tinha 189.408.960 ações.

De acordo com a Stone, o valor base leva a um ágio de 41,6% sobre o preço médio das ações da Linx nos 60 dias anteriores a 7 de agosto e de 28,3% considerando os 30 dias prévios a esta data.

Vale destacar que as ações da Linx fecharam em uma disparada de 31,5% nesta terça-feira, a R$ 34,40, enquanto os papéis da StoneCo saltaram 11%, a US$ 52,39, na Nasdaq, na cotação recorde de fechamento.

Se a transação não for concluída, a Stone deverá pagar à Linx multa compensatória de R$ 605 milhões, “caso a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a operação não seja obtida”, segundo fato relevante da Linx.

Contudo, se a Linx realizar uma operação concorrente caso um terceiro que apresente uma oferta melhor, terá de pagar à Stone multa equivalente. Se a assembleia da Linx não aprovar o negócio, a empresa terá que pagar 25% da multa para a Stone.

Conforme destacou o Credit Suisse em breve nota, antes do anúncio oficial, a notícia é positiva, dadas as potenciais sinergias com a combinação de software e pagamentos, sendo também uma boa forma da Stone chegar a um outro patamar.

O Bradesco BBI, por sua vez, destacou ser importante notar que a Stone tem atualmente 531 mil lojistas em sua base de clientes (dados do primeiro trimestre de 2020) e a Linx poderia somar cerca de 170 mil (alta de 32%). Além do aumento no número de clientes, uma plataforma de pagamento para ERP cada vez mais integrada pode ajudar a reduzir o churn, melhorando a fidelidade e a aderência.

“Nós notamos, no entanto, que um dos caminhos de crescimento mais promissores para Stone é a distribuição de serviços financeiros digitais, como crédito e seguros prestados por terceiros. Se essa transação com a Linx é apenas um trampolim para que isso seja possível, ótimo. Se, no entanto, a ideia é apenas replicar de forma integrada o modelo com ISVs (fornecedores independentes de software) visto no EUA e outros países, as perspectivas seriam menos promissoras, em nossa opinião. Dado o histórico de Stone, esperaríamos que empresa seguisse uma solução de software mais completa antes que possa entender e conhecer as necessidades de seus clientes em outras frentes (como crédito e seguros)”, avaliam.

(com agências)

Fonte: Infomoney

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