como as empresas devem se preparar?

Há praticamente 5 meses tentando adaptar os negócios a nova realidade econômica causada pela pandemia do novo coronavírus (COVID-19), empresários de todo país buscam mercados alternativos para tentar preservar a sua sobrevivência comercial. Com a recente rebertura do comércio, que está sendo feita de forma gradual e individual para cada estado, muitos puderam organizar a retomada do seu mercado principal.

Contudo, considerando a gravidade da doença e o cenário sanitário no país, medidas de segurança específicas serão cobrados pelas autoridades. Justamente para esclarecer esses protocolos operacionais, vamos explorar os seguintes pontos neste post:

  • quarentena obrigatória e a paralisação da economia;
  • rebertura do comércio no mundo;
  • rebertura do comércio no Brasil;
  • preparação das empresas brasileiras para a rebertura do comércio.

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Para conhecer as regras da rebertura do comércio, siga conosco ao longo desta leitura! Separamos as principais informações do processo para ajudar a sua empresa a retornar com responsabilidade e segurança.

Quarentena obrigatória e a paralisação da economia

Antes de analisarmos os detalhes da rebertura do comércio, vamos explorar o seu fechamento.

Em março, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pandemia de COVID-19 e instaurou a quarentena como medida de segurança obrigatória, fechando o comércio e proibindo a prestação de serviços não-essenciais. Ou seja, paralisando a economia– até certo ponto evidentemente.

Diante disso, empresas precisaram rever suas políticas de trabalho para assegurar a sua permanência competitiva e o giro do mercado, durante o período de isolamento social, e minimizar os danos da crise financeira que se fortalecia a cada dia.

Algumas conseguiram aderir ao home office, levando toda ou a maior parte da sua força de trabalho a atuar remotamente de casa, outras adotaram o varejo digital e estruturaram soluções como e-commerces e lojas virtuais, assegurando a sua continuidade.

No entanto, também tiveram empresas que precisaram fecharam as portas, por se verem incapazes de oferecer seus produtos e serviços nessas novas condições e, consequentemente, vieram a falência.

A quarentena do novo coronavírus, embora essencial, trouxe grandes impactos para a economia.

Rebertura do comércio no mundo

Diversos países se dividem entre duas máximas: a necessidade de conter o vírus e a de alimentar a economia.

Vários deles optaram por alimentar a economia, mesmo sem ter conseguido controlar a propagação da doença. Vamos ver alguns exemplos?

China

A China começou o seu isolamento social em janeiro e passou a flexibilizá-lo em abril. Seguindo uma lógica progressiva, escritórios e lojas foram os primeiros a serem liberados. Pouco a pouco, as demais atividades também foram sendo autorizadas.

Um ponto interessante do processo chinês foi o controle da locomoção pública. Para deixar as cidades, os cidadãos eram obrigados a apresentarem um QR Code atribuído pelo governo para atestar as suas boas condições de saúde.

A China teve 85.174 casos da doença (dados da COVID-19 atualizados pelo Google Notícias).

Itália

A Itália começou o seu isolamento social em março e passou a flexibilizá-lo em maio. Seguindo uma lógica de importância estratégica, as empresas mais relevantes, segundo o governo, foram liberadas com prioridade. Ou seja, a rebertura do comércio italiano começou pelas atividades produtivas e industriais orientadas principalmente para a exportação (como automóvel e moda).

Além disso, visitas também foram liberadas e parques reabertos, ainda respeitando o distanciamento de pelo menos dois metros.

A Itália teve 284.796 casos da doença.

Espanha

A Espanha começou o seu isolamento social em março e passou a flexibilizá-lo em abril. Neste caso, o processo foi mais rápido devido a fatores culturais como a disciplina e ordem.

Setores econômicos não essenciais foram liberados gradualmente, seguidos do fluxo de mobilidade individual. Bares e restaurantes foram um dos últimos a reabrirem.

A Espanha teve 566.326 casos da doença. O volume é expressivo porque a quarentena obrigatória foi decretada com demora significativa.

Alemanha

A Alemanha começou o seu isolamento social em janeiro e passou a flexibilizá-lo em abril. À medida que o número de novas infecções diminuía, estabelecimentos como lojas menores ou concessionárias de automóveis, foram liberadas.

No entanto, o país sofreu um agravamento da epidemia após essa flexibilização, trazendo uma segunda onda de contaminação ao país. Medidas que reforçam a cautela no ambiente público foram necessárias.

A Alemanha teve 258.519 casos da doença.

Estados Unidos

Os Estados Unidos da América (EUA) começaram o isolamento social em março e passaram a flexibilizá-lo em abril.

Após poucas semanas em quarentena, diversos estados como o Alaska, Georgia, Oklahoma, Tennessee, Mississippi, Montana, Texas e Carolina do Sul começaram a permitir a reabertura de alguns estabelecimentos específicos.

Os EUA tiveram 6.462.503 casos da doença.

Rebertura do comércio no Brasil

Para ilustrar a situação da rebertura do comércio no país, vamos explorar a realidade dos 4 estados mais afetados pelo novo coronavírus até o momento: São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Confira a seguir.

São Paulo

Com pelo menos 2 meses em isolamento social mais rigoroso, o estado de São Paulo, começou a estudar medidas de relaxamento da quarentena em maio e possibilidades graduais de rebertura do comércio em junho.

A sua medida de flexibilização do isolamento social separou o território paulista em 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS); a Grande São Paulo foi subdividida em outras 6 regiões, uma para a capital e outras 5 para cada grupo de cidades da Região Metropolitana.

Embora sigam uma lógica de liberação por fases, que estão diretamente ligadas ao avanço da doença no ambiente, a flexibilização é feita de forma diferente em cada uma dessas divisões.

As fases da medida são:

  1. Vermelha: Alerta máximo
  2. Laranja: Controle
  3. Amarela: Flexibilização
  4. Verde: Abertura parcial
  5. Azul: Normal controlado

São Paulo já conta com 882.809 casos de COVID-19.

Bahia

Na Bahia, o plano de reabertura do comércio foi iniciado em julho. Até o momento, seguindo a mesma lógica dos demais estados nordestinos, que dá preferências as capitais econômicas, Salvador já estrutura políticas de rebertura do comércio.

O processo seguirá 3 fases básicas:

  1. abertura de shoppings centers, centros comerciais, templos, drive-ins e comércio de rua acima de 200 m² (taxa de ocupação de leitos de UTI deve permanecer em 75%, por pelo menos cinco dias seguidos);
  2. permite que academias de ginástica, barbearias, salões de beleza, centros culturais, bares e restaurantes retomem as suas atividades (taxa de ocupação de leitos de UTI deve se mantiver em 70%, por pelo menos cinco dias seguidos);
  3. abertura de parques de diversões, teatros, cinemas e demais casas de espetáculos (taxa de ocupação de leitos de UTI deve permanecer em 60%, por pelo menos cinco dias seguidos).

A Bahia já conta com 279.509 casos de COVID-19.

Minas Gerais

Já no estado de Minas Gerais, a rebertura do comércio, que começou em agosto, dá preferência aos municípios com menos de 30 mil habitantes, onde a transmissão do novo coronavírus tem proporções menores do que nas cidades maiores.

Grosso modo, o seu processo de flexibilização trabalha com três fases. A inspiração é um sinal de trânsito:

  • vermelho – regiões onde a situação de saúde é séria e somente os serviços essenciais devem ser abertos;
  • amarelo – regiões onde a situação de saúde é intermediária e a reabertura de negócios com menor risco de transmissão é permitida;
  • verde – regiões onde a situação de saúde é estável e todos os setores econômicos podem retomar as atividades presenciais. O setor de educação não integra o sistema de ondas.

Mesmo sendo um decreto estadual, a capital Belo Horizonte decidiu por não seguir tais regras de flexibilização e já reabre o seu comércio de maneira independente. Minas Gerais já conta com 246.149 casos de COVID-19.

Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro passou a flexibilizar o isolamento social em junho, a rebertura do comércio no estado também segue alguns protocolos essenciais.

Seguindo um sistema de liberação gradual, em um primeiro momento estão autorizados atividades nas regiões Metropolitana, Baixada Litorânea e Noroeste:

  • indústrias com 70% da capacidade;
  • shoppings e lojas de rua com 50% da capacidade;
  • bares, restaurantes, igrejas, estádios, dentre outros, com distanciamento social de pelo menos 1 metro.

As autoridades acompanham o progresso e avaliam a possibilidade de liberar as demais atividades. O Rio já conta com 234.813 casos de COVID-19.

Preparação das empresas brasileiras para a rebertura do comércio

Agora que você já viu o cenário da rebertura do comércio no Brasil e no mundo, veja algumas regras gerais de preparação das empresas no país.

A saúde dos profissionais e gestores são prioridade

Antes de mais nada é importante pontuar que, mesmo diante de uma severa crise econômica, a saúde dos profissionais e gestores do negócio são o mais importante. Por isso, as empresas que estiverem inclusas nos planos estaduais de rebertura do comércio devem oferecer um ambiente de trabalho, onde eles se sintam seguros.

A empresa deve considerar alguns quesitos como:

  • a oferta de assistência psicológica;
  • o retorno rotativos dos funcionários, dando preferências aos que não estejam dentro do grupo de risco da doença;
  • a adoção de horários de atendimento que evitem aglomerações;
  • a oferta de equipamentos de proteção, como máscaras, álcool em gel, barreiras de atendimento em acrílico ou material equivalente, dentre outros.
  • a limpeza e desinfecção continuada de superfícies e equipamentos, tais como bancadas, prateleiras, puxadores, maçanetas, interruptores, telefones, corrimões e afins;
  • a realização de testes rápidos periodicamente para garantir a segurança dos colaboradores.

A contaminação ainda é uma possibilidade

É importante estar consciente de que a doença não foi controlada e a contaminação ainda é uma possibilidade, principalmente considerando o fato de que pessoas assintomáticas existem e são transmissoras reais.

Por isso, cumprir as medidas de higiene e segurança recomendadas pelos órgãos de saúde devem ser cumpridas à risca.

A infraestrutura operacional deve ser revista

Como a higienização é uma regra fundamental no contexto de pandemia, a infraestrutura operacional das empresas precisa ser revista para assegurar essa condição. Além de disponibilizar um ambiente de trabalho que preserve o bem-estar do colaborador, a empresa deve zelar também pelos seus clientes.

Por isso, alguns ajustes deverão ser feitos:

  • a empresa deve oferecer álcool em gel para higienizar as mãos;
  • oferecer borrifadores com álcool 70% ou propés para higienizar as solas dos sapatos;
  • a empresa deve exigir o uso de máscaras e/ou vendê-las em seu estabelecimento;
  • incentivar a vinda desacompanhada dos clientes e/ou contar o número de pessoas no estabelecimento;
  • a empresa pode atuar mediante agendamento de atendimentos;
  • estruturar sistemas que evitam filas;
  • aferir a temperatura de seus clientes como uma triagem;
  • a empresa deve orientar o distanciamento social dentro do seu estabelecimento de pelo menos 2 metros.

Supervisores e funcionário devem estar treinados adequadamente

Outra regras de preparação das empresas para a rebertura do comércio é o cuidado com a própria equipe de trabalho. Ou seja, para evitar a propagação da doença, os colaboradores devem estar cientes da real situação e serem treinados para atuarem de forma responsável e segura, sem exceções.

Alguns dos protocolos de segurança são:

  • lavar as mãos com água e sabão, frequentemente, por pelo menos 50 segundos;
  • evitar tocar o rosto com as mãos;
  • usar a máscara obrigatoriamente (no caso das reutilizáveis, instrua-os a trocá-las e lavá-las diariamente);
  • usar luvas caso seja possível, principalmente para os colaboradores que manuseiam objetos de contato frequente.

É importante reforçar esses cuidados sempre, inclusive divulgá-los em outros canais de comunicação como celulares, e-mail, displays físicos, sistema interno de som, e assim por diante.

Vale lembrar que o número de casos confirmados e mortos pela COVID-19 ainda não parou de crescer. Mesmo que a rebertura do comércio esteja sendo liberada e a circulação de pessoas nas ruas retorne, as ações de combate à propagação do vírus ainda precisam ser respeitadas.

Portanto, as empresas devem ser rígidas ao retomarem suas atividades presenciais para garantir que todas essas regras sejam obedecidas. Mais do que voltar a “normalidade”, o foco deve estar em preservar a vida da sua força de trabalho e clientes.

Conseguiu entendeu as regras da rebertura do comércio? Então, compartilhe esse artigo nas suas redes sociais e contribua para que mais pessoas conheçam essas medidas essenciais e voltem a trabalhar com segurança.

Fonte:Xerpa

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