novas regras do BC devem baratear empréstimos

Imagem do edifício do Banco Central

O Banco Central atualizou recentemente as regras do Open Finance para permitir a criação de “marketplaces de crédito”.

Na prática, assim como o consumidor está habituado a acessar as plataformas dos grandes marketplaces do varejo para comprar vários tipos de produtos, encontrando em um único site diversas opções de loja, poderá fazer o mesmo para contratar um empréstimo. Correspondentes bancários digitais podem atuar como marketplaces e, em um único ambiente virtual, como um site ou aplicativo, o cliente pode receber ofertas e cotações de crédito e financiamento de diferentes instituições.

Em princípio, são permitidas nos marketplaces apenas propostas de crédito sem consignação ou garantia. A resolução do BC prevê ainda alguns requisitos para as propostas, como assertividade e personalização, entre outras orientações para manter um nível elevado de qualidade nos serviços.

“Sem dúvida, os marketplaces de crédito trarão uma experiência facilitada e vantajosa para os clientes. Em uma única interface, o consumidor pode comparar diversas propostas, taxas aplicadas e contratar a solução que se mostrar mais conveniente, de acordo com suas necessidades e de forma prática”, argumenta Lorain Pazzetto, Head do Open Finance no Grupo FCamara, ecossistema de tecnologia e inovação para transformação de negócios.

Inteligência de dados e competitividade

Toda a lógica do Open Finance e do Open Insurance se baseia no compartilhamento de dados. Ou seja, os dados do cliente não pertencem mais à instituição cujos serviços ele contrata – os concorrentes podem ter acesso às mesmas informações e planejar uma oferta melhor.

O consumidor, porém, precisa autorizar esse compartilhamento e, em contrapartida, tem acesso a produtos e serviços personalizados e mais aderentes às suas necessidades. Segundo um estudo da consultoria Accenture, 6 em cada 10 consumidores no mundo estão dispostos a dividir dados pessoais em troca de benefícios. No Brasil, 67% dos entrevistados esperam que seus dados sejam utilizados para prever necessidades.

Contudo, a disponibilidade de dados, por si só, não é garantia de uma atuação estratégica e bem-sucedida para as instituições. O que deve determinar quem vai se sobressair nesse novo cenário é a inteligência de dados. Essa lógica também se aplica aos marketplaces de crédito.

“Dentro desse mercado competitivo, a probabilidade dos custos ficarem mais baratos e as taxas de juros mais baixas são grandes. A relação crédito/PIB deve aumentar ainda mais e vencerá quem ‘calibrar’ melhor sua inteligência de dados, obtendo vantagem competitiva em suas taxas ou até mesmo tendo um prisma diferente, direcionando suas ofertas para os negativados, por exemplo. Outro fator a ser considerado é que a necessidade de análises de risco mais apuradas será ainda maior. Sob diferentes aspectos, a inteligência de dados será o grande diferencial”, analisa Pazzetto.

Fonte: administradores.com.br

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