Agências de publicidade não apressam retorno às sedes

Após cerca de três com os escritórios fechados devido à pandemia, as agências de publicidade começam a elaborar estratégias de retorno – mesmo que sem previsões concretas. Em São Paulo, por exemplo, cidade onde se encontram as principais agências do país, a prefeitura está negociando protocolos de reabertura com 50 setores, inclusive o de comunicação.

A Associação Brasileira de Agências de Publicidade (Abap) criou um protocolo de segurança para o segmento e aguarda a aprovação definitiva desses documentos pela prefeitura da capital paulista. Às agências, a entidade recomenda a reabertura gradual e escalonada dos escritórios, começando com apenas 5% da força de trabalho presente, além de uma série de políticas de distanciamento e higiene.

Porém, a maioria das agências descarta a possibilidade de voltar às suas sedes num futuro próximo, apesar dessa ideia iminente. Dirigentes estão agindo com cautela e fazendo análises recorrentes dos cenários possíveis para as próximas semanas, se inspirando em iniciativas de retomada no exterior, mas sem projeções exatas de quando voltar aos escritórios.

A FCB está considerando a volta ao escritório de acordo com as previsões para a reabertura das escolas no Estado de São Paulo. “A previsão do governo é de que as escolas retomarão atividades em agosto, e então só a partir daí podemos pensar em um retorno real”, analisa o CEO da FCB Brasil, Ricardo John.

A Africa também não vai aderir à flexibilização do home office, por enquanto. “A maioria das nossas pessoas, se não fazem parte de grupos de risco, moram com pessoas que fazem parte desses grupos”, justifica Carla Guimarães, diretora de comunicação e gestão de pessoas, que coordena o planejamento para a retomada junto à vice-presidente de atendimento e operações, Carol Boccia. “Estamos nos orientando também pelas dinâmicas dos clientes, que veem funcionando bem remotamente, então vemos que não existe a necessidade de voltar nesse momento”, conta Carol.

Enquanto isso, algumas agências esperam voltar gradualmente às suas sedes assim que o governo autorizar. Uma delas é a Cheil Brasil. “Voltaremos de forma gradativa, com ocupação máxima de 20%, sistema de rodízio de pessoas e priorizando funções e posições que se beneficiam ao trabalhar nas dependências da empresa”, afirma Martin Montoya, chief operating officer da Cheil Brasil. Entre os critérios para definir quem volta ao escritório está a identificação de colaboradores que não estão em grupo de risco e não utilizam transporte público para chegar ao trabalho. Para Montoya, a prova de que é possível trabalhar de forma segura no escritório está na experiência da Cheil na Coreia do Sul, onde os escritórios da rede permaneceram abertos mesmo durante o período mais crítico.

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