A Univers e sua jornada de transformação do negócio

Plataforma de negócios PBM que integra a RD – RaiaDrogasil, a Univers administra programas de benefícios na aquisição de medicamentos com o objetivo de gerar mais saúde e qualidade de vida aos seus beneficiários e economia e praticidade às empresas e operadoras de saúde. Nesta entrevista, o head da Univers e Negócios PBM da RD, Luiz Felipe de Araúna Bay, economista com MBA em Administração, fala das transformações pelas quais o negócio tem passado e como a pandemia tem impactado a empresa, além de comentar os motivos que levaram a Univers a patrocinar institucionalmente a ABRH-SP. Confira:

ABRH-SP NEWS – Como foi a criação da marca Univers?

LUIZ FELIPE BAY – A Univers é uma plataforma de negócios da RD – RaiaDrogasil. O negócio PBM [Programa de Benefícios em Medicamentos] existe há muito tempo dentro da RD, anterior à fusão de 2011. Tanto na Droga Raia como na Drogasil, já havia carteiras de contratos com empresas e operadoras de saúde e isso foi potencializado a partir da fusão. No entanto, nós percebemos que era necessário criar uma marca que não fosse vinculada diretamente a uma das bandeiras. Como a carteira na época era muito grande, quando a gente começou a migração, em 2015, estávamos com pouco mais de 15 milhões de beneficiários na base de contratos da Droga Raia e Drogasil. Atualmente, em 2020, são três vezes mais. Essa estratégia de não ficar tão associado às marcas Droga Raia ou Drogasil tinha como objetivo mostrar que, além de ser varejista, também entendemos bastante do negócio de benefícios e gestão de saúde. Essa era uma das principais intenções e acho que a gente vem conseguindo passar isso para os gestores de RH e das operadoras de saúde.

ABRH-SP NEWS – Além de contar com a maior rede varejista do setor no país, com mais de 2.100 lojas, quais são os principais diferenciais da Univers?

LFB – Quando penso por que contrataria a Univers e não outras boas plataformas, penso nos nossos diferenciais, como essa expertise comercial de muitos anos e pelo fato de sermos varejistas. Nós estamos no dia a dia de atendimento. As startups não possuem um foco específico no atendimento direto do cliente. Nós possuímos. Somos parte do mesmo grupo econômico que tem o cliente no centro do negócio. Isso fez com que desenvolvêssemos uma série de serviços que dificilmente você vai encontrar por aí: por exemplo, modelos de entregas de medicamentos dentro das empresas, desde que haja demanda e quantidade de gente que faça sentido; e a montagem de lojas, que nós chamamos de “formato express”, dentro das empresas, com uma metragem menor, sortimento reduzido e nosso quadro de funcionários adequado. O terceiro diferencial é uma característica que a gente vem desenvolvendo, não só enquanto plataforma de negócio da Univers, mas principalmente enquanto RD, que é a nossa capacidade de aproveitar os dados de qualquer transação e utilizá-los a favor da gestão de saúde. Aprendemos a analisar os dados e a montar outros serviços e soluções que ajudem a administração do benefício. Nossa plataforma permite entender o consumo de medicamentos e a aderência ao tratamento, logicamente que isso com a autorização das operadoras e das empresas clientes para combinar os dados e analisar, ainda mais agora à luz da LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais]. A partir desses dados, os gestores podem criar soluções e programas para evitar que as pessoas tenham de tomar medicamentos. É uma evolução: sair da medicina corretiva para a abordagem de uma medicina preventiva.

ABRH-SP NEWS – Mas isso não seria contraditório, pois vocês administram programas de benefícios na aquisição de medicamentos?

LFB – Parece contraditório, mas já entendemos enquanto RD que estamos traçando uma jornada de transformação do nosso negócio. Sair de uma condição de estar prioritariamente preocupado com a parte comercial ou transacional para se preocupar com a gestão da saúde das pessoas. O que elas podem e devem consumir para evitar que tenham de tomar medicamentos? Quais são os tipos de práticas ou qualquer outra jornada que envolva cuidado com a saúde para que elas possam de fato ficar saudáveis? Esse é um processo de transformação que estamos vivendo na RD. Quando eu falo de sair da medicina corretiva para a preventiva, isso está relacionado com o fato de poder utilizar essas informações para evitar que as pessoas tenham de usar o plano de benefícios de medicamentos. Que outros programas a gente pode colocar lá para que essa pessoa não se torne um paciente crônico ou emergente? A plataforma tem um potencial de crescimento para abarcar esses outros componentes e serviços que tenham a ver com a prática de prevenção de saúde.

ABRH-SP NEWS – Como o momento atual afetou as rotinas e os negócios da Univers?

LFB – Estamos conseguindo manter um nível muito parecido ao anterior da pandemia, mas ela mexeu bastante com a nossa forma de operar porque mexeu com nossos clientes. Nós, RD e Univers, já estávamos no processo de preparação de algumas plataformas que nos ajudaram muito a passar pelos primeiros meses da pandemia. Havíamos acabado de adotar o workplace, uma ferramenta de comunicação interna muito ágil, e de colocar um serviço de teleconsulta junto com o Einstein [Hospital Albert Einstein]. A pandemia, na verdade, acelerou a utilização dessas soluções. Simultaneamente, temos um aprendizado enorme com a nossa população de funcionários, já que temos um dos melhores universos em termos de diversidade para testar as soluções. Hoje o Grupo RD está presente praticamente em todos os estados do país e Distrito Federal, com mais de 40 mil funcionários e onze centros de distribuição. Então, você imagina que essa complexidade de gerir a saúde dos nossos colaboradores não é uma situação simples, o que nos traz um enorme referencial para pensar em termos da plataforma. A gente aprende olhando para dentro de casa e isso indiretamente compõe mais um daqueles diferenciais que mencionei anteriormente.

ABRH-SP NEWS – Com quantos colaboradores a Univers conta atualmente?

LFB – Temos cerca de 70 funcionários exclusivamente dedicados ao negócio da Univers: uma equipe comercial muito grande, tanto de vendas como pós-vendas, e um back office exclusivo para cuidar de toda a parte administrativa, financeira, transacional e operacional, além de, logicamente, um time focado só na análise de dados. Mas temos vários outros funcionários e parceiros indiretamente ligados à PBM. O grupo adota o modelo agile e temos alguns squads integralmente dedicados ao negócio, na estrutura de tecnologia, por exemplo, e outros squads integrados que atendem projetos das lojas, dos sites, das soluções multicanal, entre outros.

ABRH-SP NEWS – Quais as suas expectativas para o futuro?

LFB – Tenho uma visão pessoal, não de executivo, deixando de lado o assunto negócios, de que estamos diante de uma oportunidade de melhorar. É uma escolha estar diante de um cenário ruim, até traumático, e olhar como uma oportunidade de melhorar em vez de ficar se lamentando e colocando a culpa no mundo. Sou do time que abraça a dificuldade de forma a aprender com ela. Temos de entender qual parte precisamos fazer para se transformar a fim de ser cada vez melhor e ajudar quem está ao redor. Venho tentando tirar boas lições que podem ficar. Um exemplo é o home office, que pode ser extremamente útil para equilibrar melhor o tempo que você tem dentro de sua casa com o tempo no trabalho. A grande sacada quando olho para o futuro é introjetar esse processo de transformação para que, de alguma forma, você consiga levá-lo para o seu negócio.

ABRH-SP NEWS – O que levou a Univers a patrocinar a ABRH-SP?

LFB – Nossa relação com a ABRH-Brasil já era bem antiga por conta da nossa participação no CONARH [Congresso Nacional sobre Gestão de Pessoas]. Também já tínhamos um relacionamento com a ABRH-SP por conta da natureza do nosso negócio, pois somos uma plataforma voltada para benefícios de medicamentos. Mas, mais recentemente, tivemos dois fatos que aproximaram muito a gente da ABRH-SP: o CONALIFE [Congresso Nacional de Liderança Feminina, promovido pela entidade], que a gente patrocinou no ano passado, e a participação de duas de nossas executivas da RD, Susana e Fernanda [Maria Susana de Souza, vice-presidente de Gente e Cultura e Sustentabilidade, e Fernanda Caracciolo, diretora de Gente e Cultura], na diretoria da Associação. Isso acabou nos colocando em um caminho mais natural de proximidade.

Fonte: Assessoria de Comunicação ABRH-SP – 24 de Agosto de 2020

ABRH-SP

Posts Relacionados