o que mudou, efetivamente, na Contabilidade

Parece que foi ontem, mas há 10 anos o padrão International Financial Reporting Standards – IFRS, ou melhor, as Normas Internacionais de Contabilidade, foram adotadas no Brasil. Na verdade, 2010 foi o ano de adoção plena obrigatória no Brasil, mas essa história remonta a 2007, ano em que foi sancionada a Lei nº 11.638, responsável por alterar a Lei 6.404, o que representou a maior Revolução Contábil dos últimos 50 anos por aqui já vista.

Linha do tempo das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS)

Antes do IFRS

Antes do advento das IFRS, podemos dizer que estava tudo “acomodado”. O Contador tinha como função basicamente pagar os impostos. Pronto! Contudo, antes de falar do ingresso dessas normas na vida dos Contadores brasileiros, vamos relembrar um pouco de sua história de vida:

1973

Neste ano foi fundado o International Accounting Standards – IAS, responsável pelo processo de internacionalização das normas contabilísticas. Tudo porque, até então, o mundo corporativo estava bem dividido no tocante a este assunto. De um lado, os padrões americanos – United States General Accepted Accounting Principles – US GAAP. Do outro lado, estavam às regras internacionais, os IFRS, os quais foram baseados, fundamentalmente, nos padrões contábeis britânicos.

Enquanto as normas americanas eram alicerçadas em regras, os IFRS eram respaldados em princípios. Na época, o mundo estava bem dividido, porque muitos países tornaram-se partidários e passaram a adotar os padrões americanos como global. Nada mais justo, já que a maioria dos investidores estava na Terra do Tio Sam!

Globalização econômica

Contudo, a globalização econômica começou a dar o ar de sua graça.

Sendo a globalização econômica o resultado de uma política guarnecida por instituições internacionais, tais como abertura de mercado de capitais, bens e serviços; eliminação de obstáculos à livre empresa e aos investidores estrangeiros e desregulamentação do mercado de mercado de trabalho, o US GAAP sofreu um pavoroso infortúnio no corre-corre pela uniformização absoluta das regras contábeis mundiais, já que os maiores desentendimentos corporativos aconteceram nos Estados Unidos.

Sabendo que as fraudes corporativas podem gerar prejuízos bilionários para investidores, fornecedores, acionistas e clientes, levando muitas vezes, ao completo desaparecimento da empresa no mercado – ceifando empregos e gerando impactos negativos sobre a sociedade –, os países não tiveram dúvidas de que era muito melhor que as normas estivessem baseadas em princípios, como as britânicas.

2001

Coincidência ou não, o IAS foi substituído, no ano de 2001, pelo International Accounting Standards Board – IASB, e o mundo achou por bem adotar as IFRS como padrão global, cuja meta é dar informações sobre a posição financeira e os resultados de uma organização, gerando compreensibilidade; relevância, confiança e comparabilidade.

Voltado às terras brasileiras, até então, o modelo que tínhamos (Lei das Sociedades Anônimas – SA’s – Lei nº 6.404/1976) era baseado no US GAAP, então a Contabilidade era unicamente anunciada pela Receita Federal. Ou seja: os Contadores serviam somente para atender ao fisco. O interesse dos investidores estava em um longínquo plano.

Depois

Para implementação das IFRS no Brasil, a Lei nº 11.638 utilizou a estrutura já formada do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, o qual havia sido fundado em 2005 pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC e, desde então, este é o órgão responsável por traduzir os padrões internacionais para o português, emitindo interpretações, orientações técnicas e pronunciamentos no que diz respeito às Normas Internacionais.

Investimentos

Sem dúvida, essa foi uma das maiores revoluções na Contabilidade brasileira. E, passados 10 anos de adoção obrigatória dessas normas, o que se pode notar é a necessidade de capacitação dos profissionais contábeis no que diz respeito a este assunto, principalmente porque o Brasil está se recuperando de uma crise econômica. Isso quer dizer que está atraindo o interesse de investidores nacionais e internacionais.

Para investir, essas pessoas necessitam de demonstrações contábeis transparentes, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade – fato este que demanda profissionais qualificados e devidamente preparados.

Vantagens

O IFRS é bom para as empresas por oferecer transparência e menos burocracia, bem como mais acesso a linhas de crédito nacionais e internacionais, possibilidades de novas parcerias e uma melhor visibilidade no mundo todo e, para os profissionais, que ganham em qualificação, valorização perante o mercado e vantagens competitivas para o crescimento pessoal e profissional.

Certificado Digital

E, por fim, vale lembrar que o advento das IFRS só foi possível graças ao Certificado Digital, utilizado para identificação de pessoas físicas e jurídicas no mundo virtual, que está entre nós há cerca de 20 anos, com a implementação da Medida Provisória nº 2.200, de 24 de agosto de 2001. Ele é a única ferramenta capaz de garantir autenticidade, confidencialidade e validade jurídica aos processos assinados por meio dele.

Fonte: Certisign

Posts Relacionados