Vale reverte prejuízo e lucra US$ 995 milhões no segundo trimestre de 2020

Minério de ferro da Vale (Crédito: Agência Vale)

SÃO PAULO — A Vale (VALE3) lucrou US$ 995 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 133 milhões visto um ano antes. No trimestre anterior, a mineradora havia registrado perda de US$ 239 milhões.

O Ebitda ajustado proforma, excluindo US$ 130 milhões de despesas relacionadas a Brumadinho e US$ 85 milhões de doações relacionadas à Covid-19, totalizou US$ 3,586 bilhões, ficando US$ 545 milhões acima do valor visto no primeiro trimestre de 2020. Um ano antes, o valor foi de US$ 4,630 bilhões.

Após esses efeitos, o Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da mineradora ficou em US$ 3,371 bilhões no segundo trimestre de 2020. No segundo trimestre de 2019, era de US$ 3,098 bilhões.

“Nos seis primeiros meses de 2020, o impacto da pandemia da Covid-19 nos custos e despesas da Vale foi de US$ 112 milhões, sendo US$ 85 milhões em despesas com iniciativas para combater a pandemia, tais como doações de testes rápido e equipamentos de proteção individual aos governos federal e estaduais e apoio a hospitais e unidades de saúde locais, e US$ 27 milhões no aumento de custos nas operações”, explicou.

Apesar da melhora no lucro, a receita operacional líquida da companhia caiu de US$ 9,186 bilhões no segundo trimestre de 2019 para US$ 7,518 bilhões entre abril e junho deste ano. No trimestre anterior, a cifra havia sido de US$ 6,969 bilhões.

A margem Ebitda, que é a relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, passou de 41% no primeiro trimestre deste ano para 45% ao final de junho de 2020. Um ano antes, estava em 34%.

A dívida líquida da mineradora, de US$ 4,697 bilhões, teve uma pequena baixa em relação ao primeiro trimestre de 2020 (US$ 4,808 bilhões). No segundo trimestre do ano passado, o valor era de US$ 9,726 bilhões.

Minério de ferro

O preço médio de referência do minério de ferro (do tipo 62% Fe) foi de US$ 93,3 por tonelada métrica seca (dmt) no segundo trimestre de 2020, 5% superior ao valor visto no trimestre anterior, “em um cenário de alto nível de produtividade da siderurgia combinado com redução dos estoques de minério de ferro em portos na China”, segundo a empresa.

A mineradora afirmou que no segundo trimestre deste ano os mercados ex-China foram os mais impactados, pois as medidas para conter a disseminação da Covid-19 levaram ao fechamento em massa da indústria, à interrupção das cadeias de suprimentos, queda da compra de automóveis, impedimento de empresas em investir em bens de capital e construção em vários países.

“Tudo isso quase paralisou a demanda por aço e levou a as siderúrgicas a adotar fortes cortes na produção. A produção de aço no primeiro semestre de 2020 diminuiu 19% na UE28, 18% na América do Norte e 17% no Japão versus o primeiro semestre de 2019. O efeito foi semelhante nas economias emergentes, com a produção de aço diminuindo 24% na Índia e 20% na América do Sul”, explicou a companhia.

No entanto, segundo a Vale, o momento mais crítico para os mercados globais parece ter sido atingido no segundo trimestre deste ano e a demanda é esperada a se recuperar lentamente a partir da segunda metade de 2020.

“Na China, a flexibilização do crédito tem sido chave para a impulsionar o mercado imobiliário, enquanto os investimentos em novos projetos de infraestrutura continuarão impactando positivamente a economia real, proporcionando crescimento da demanda de aço e, portanto, uma produção de aço saudável no segundo semestre deste ano”, completou a empresa.

Dividendos

Além do resultado, a Vale também divulgou nesta quarta-feira que seu conselho de administração aprovou hoje o pagamento dos juros sobre capital próprio deliberados em 19 de dezembro de 2019, de aproximadamente R$ 1,41 por ação.

O pagamento ocorrerá em 7 de agosto de 2020 aos acionistas detentores de ações negociadas na B3 e de American Depositary Receipts (ADRs) negociados na NYSE (New York Stock Exchange) em suas respectivas datas de corte, 26 e 30 de dezembro de 2019.

O conselho de administração da companhia decidiu também restabelecer, sem alterações, a política de remuneração aos acionistas suspensa em janeiro de 2019, após a tragédia em Brumadinho.

A política determina que os dividendos mínimos calculados com base nos resultados do primeiro semestre de 2020 sejam pagos em setembro. “O valor total dos dividendos e a data de pagamento serão objeto de nova deliberação do conselho de administração”, informou a Vale em nota.

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Fonte: Infomoney

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