O que os brasileiros querem aprender na quarentena

Por aqui, a maior procura foi por cursos que ensinam a fazer marketing pelo Instagram (103%), edição de vídeos (102%) e desenho (84%). Enquanto isso, os alemães preferiram ensinamentos sobre marketing digital (186%), os franceses sobre o mercado financeiro (223%), os americanos sobre ilustração (326%), os mexicanos sobre análise financeira (235%) e os indianos buscaram habilidades de comunicação (606%). Há temas mais leves, como a busca por habilidades musicais. Espanhóis optaram por cursos de piano, enquanto os italianos procuraram os de guitarra.

Em todos os países, o interesse predominantes foi por temas ligados às habilidades comportamentais, chamadas soft skills, segundo Sérgio Agudo, diretor de negócios para a America Latina na Udemy. O que pode incluir liderança até mindfulness, uma mania global.

A plataforma Udemy é uma EduTech criada em 2010 em São Francisco, na Califórnia. Atualmente, possui mais de 50 milhões de alunos globais e reúne 57 mil especialistas, de 190 países, que ministram mais de 150 mil cursos on-line, em 65 idiomas. Antes da pandemia, entre os tópicos mais populares apareciam estudos de programação e ciência de dados.

Agudo explica que no braço do negócio voltado à companhias que buscam treinamento para funcionários, o Udemy for Business, a grande corrida na pandemia foi por cursos relacionados ao teletrabalho, cujas matrículas cresceram 215 vezes e os que ensinam a fazer a gestão de times virtuais, que aumentaram 15 vezes.

Nos últimos dois meses, o número de cursos novos mais do que dobrou globalmente, e segundo o diretor, a tendência é que eles continuem a crescer. Agudo lembra que além de ser uma opção ao ensino tradicional, a plataforma pode se transformar em uma ferramenta de trabalho para quem ficou desempregado ou está com tempo livre durante a quarentena e quer experimentar novas habilidades, como ensinar.

O executivo conta que para ter um curso aprovado, o profissional precisa mandar um trecho do que pretende ensinar em vídeo para que seja feita uma curadoria sobre a qualidade do conteúdo, do som e da imagem.

Em uma segunda fase, se for aprovado, ele vai receber instruções de como melhorar o que apresentou inicialmente. Se conseguir chegar à terceira fase, quem vai dizer se o curso funciona é o usuário. “Ele vai dar estrelinhas e os cursos mais bem avaliados sobem na busca do site”, diz.

Na covid-19, a plataforma fez uma seleção dos cursos gratuitos mais bem avaliados (www.udemy.com/pt/courses/free). Entre os brasileiros, os que mais se destacam nesse momento são os de trabalho remoto, Zoom para reuniões on-line profissionais e produtividade no home office.

Matéria do Valor Econômico

ABRH-Brasil

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