SÃO PAULO – O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram exoneração de seus cargos ao ministro da Economia, Paulo Guedes, nesta quinta-feira (21/10).
Segundo o comunicado divulgado à imprensa, a decisão de ambos é de ordem pessoal. “Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, diz a nota.
Adicionalmente, pediram demissão de seus cargos a secretária especial adjunta do Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo, também alegando “razões pessoais”.
“Os pedidos foram feitos de modo a permitir que haja um processo de transição e de continuidade de todos os compromissos, tanto da Seto quanto da STN”, informou o comunicado.
O Ministério da Economia esclareceu que “os secretários vão aguardar as indicações do ministro para substituí-los e fazer uma transição adequada dos cargos. Eles continuam despachando com o ministro nesse período”.
Repercussão
Por meio do Twiiter, o diretor-executivo do Instituto Fiscal Independente, Felipe Salto, parabenizou a iniciativa dos secretários do Ministério da Economia:
Parabéns ao Secretário do Tesouro e ao Secretário Especial de Fazenda por não aceitarem participar da maior lambança fiscal da história das contas públicas no Brasil.
— Felipe Salto (@FelipeSalto) October 21, 2021
Para Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings, a questão passa a ser como o ministro Paulo Guedes vai reagir.
“A saída dos secretários mexe no mercado em qual sentido, será que o Paulo Guedes vai continuar aguentando essa corda esticar? Essa vai ser a grande pergunta de amanhã (sexta-feira) no mercado financeiro, o mercado vai ficar bastante agitado”, avaliou.
Segundo Agostini, a reversão do cenário pessimista vai depender de uma afirmação de Guedes de que a situação vai ser controlada e que os nomes dos novos secretários tenham o aval do mercado.
Por sua vez, o líder do governo, deputado Ricardo Barros, escreveu que as substituições serão por técnicos “igualmente qualificados”.
Além disso, Barros afirmou que “Guedes segue firme e forte” como ministro da Economia.
Equipe econômica que vem bem conduzindo esta crise provocada pela pandemia terá substituições por técnicos igualmente qualificados que continuarão prestando bons serviços. Guedes firme e forte como sempre na condição da economia. pic.twitter.com/5vWtKFc4cm
— Ricardo Barros (@RicardoBarrosPP) October 21, 2021
Repercussão nos mercados
Em meio à preocupação cada vez maior entre os investidores do aumento de gastos, o Ibovespa fechou o dia com queda de 2,7%, abaixo dos 108 mil pontos, e no menor patamar deste ano.
Já o ETF brasileiro EWZ caia mais de 2% no after hours na Bolsa de Nova York, logo após o anúncio da debandada de secretários do Ministério da Economia.
Apoios à mudança
Enquanto isso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sinalizou apoio à mudança no teto de gastos proposta pelo governo sob a justificativa para abrir espaço ao Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família.
“O teto continua a existir, a responsabilidade fiscal também, no entanto, há uma redefinição da regra relacionada à correção desse teto de gastos públicos”, disse Pacheco em entrevista no Senado.
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