Estudantes de engenharia transformam projeto em startup

Os estudantes de engenharia Fernando Velloso e Fernando Lopes, fizeram do trabalho de conclusão de curso em startup. Batizada de Mvisia, a startup instala câmaras dotadas de visão computacional em linhas de produção e conta com dezenas de clientes.

A tecnologia para controle automatizado das linhas chamou a atenção da multinacional brasileira WEG. A empresa que fabrica equipamentos elétricos comunicou recentemente a compra de 51% da Mvisia. Na parceria, a Mvisia viu uma oportunidade de escalar e enfrentar as dificuldades causadas pela pandemia.

Estudantes de engenharia mecatrônica na Universidade de São Paulo (USP), Fernando Velloso e Fernando Lopes haviam estagiado em grandes empresas, mas procuravam algo diferente. Foi então, que transformaram o trabalho de conclusão de curso em um projeto com potencial para se tornar uma empresa.

Desta forma, chegaram até a Mvisia, uma startup incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec). A Mvisia nasceu em 2012, com uma máquina que selecionava mudas de eucalipto. Os dois estudantes se uniram aos pesquisadores da Mvisia para cuidar da estrutura da máquina, com um software de visão computacional. Analisando imagens com mudas de eucalipto de diferentes tamanhos e cores, a máquina pode classificá-las automaticamente.

A parceria resultou em um novo protótipo para a Mvisia – e também, o TCC de Velloso e Lopes. O trabalho foi selecionado pelo AWC, projeto do Instituto TIM que financia TCCs de graduação com potencial empreendedor.

A empresa ganhou mais uma premiação. O Prêmio Santander de Empreendedorismo 2015 deu R$ 100 mil e uma mentoria na Babson College aos estudantes. “Mesmo contra os familiares, a gente resolveu usar o dinheiro para investir na nossa ideia”, diz Velloso. A Mvisia havia feito uma proposta de estágio aos estudantes — mas eles chegaram com uma proposta de compra da empresa. Velloso, Lopes e Oliveira se tornaram os novos donos da Mvisia em março de 2016. Durante esse ano, notaram a dificuldade de comercializar uma máquina que custa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil para produtores nichados.

Os empreendedores viam mais valor no software de visão computacional do que na máquina em si. Assim, resolveram desenvolver uma câmera dotada com a visão computacional.

A câmera pode ser instalada em qualquer linha de produção, dispensando uma máquina específica e ajudando a escalar a Mvisia. Cassiano Casagrande se tornou o último sócio da startup para ajudar na transição ao modelo de câmeras com tecnologia embarcada para controle da linha.

O mínimo produto viável começou a ser desenvolvido em 2017. A Mvisia começou a ver vendas crescentes do produto apenas no segundo semestre de 2019. Hoje, a startup atende dezenas de clientes, cresce 100% ao ano e tem 15 funcionários.

Fonte: Pequenas Empresas Grandes Negócios

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