Tesouro Direto: taxas dos títulos públicos têm queda nesta 2ª, mesmo com revisões para cima da Selic e do IPCA

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SÃO PAULO – Mesmo com as expectativas do mercado financeiro para a inflação e os juros rodando na casa dos 8% neste ano, conforme demonstrou o Relatório Focus do Banco Central publicado nesta segunda-feira (13), aliadas a um cenário político e fiscal que não inspira tranquilidade, o mercado de títulos públicos opera em queda nesta manhã.

O juro pago pelo título com vencimento em 2031, por exemplo, recuava de 11,03%, na sessão anterior, para 10,95%, no início do dia. No mesmo horário, o prêmio do título prefixado com vencimento em 2026 era de 10,38%, contra 10,46% na tarde de sexta-feira (10).

Entre os papéis atrelados à inflação, o juro real oferecido pelo Tesouro IPCA+ com vencimento em 2055 e pagamento de juros semestrais era de 4,77%, abaixo dos 4,85% vistos na sexta-feira anterior. Já o Tesouro IPCA com vencimento em 2030 e pagamento de juros semestrais oferecia retorno real de 4,58%, contra 4,71% da sessão de sexta-feira.

Confira os preços e as taxas atualizadas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na manhã desta segunda-feira (13):

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Focus

divulgação do Relatório Focus do Banco Central. Com o impacto das pressões inflacionárias crescendo sobre a atividade econômica, o mercado financeiro segue ajustando para cima as expectativas para a taxa básica de juros (Selic).

De acordo com o Focus, as expectativas para a taxa Selic ao fim deste ano foram elevadas pela segunda semana consecutiva, desta vez de 7,63% para 8,00% ao ano.

Com o ajuste, a estimativa para os juros em dezembro de 2022 também foi elevada, de 7,75% para 8,00%, apontando para a estabilidade da Selic ao longo do próximo ano.

Pela 23ª semana consecutiva, o mercado também revisou para cima suas projeções para a inflação oficial em 2021, de 7,58% para 8,00%. Para 2022, as estimativas também foram elevadas, pela oitava semana, de 3,98% para 4,03%.

Manifestações e precatórios

Já na cena política, o fim de semana foi marcado por manifestações contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Ao contrário das outras vezes, os protestos de domingo (12) foram menores em número de pessoas, diante do impasse em consolidar um movimento mais plural e forte de oposição.

Também no fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar sobre o impacto de decisões importantes que o Supremo Tribunal Federal (STF) terá de deliberar nesta semana. O mandatário disse mais uma vez que uma decisão do Supremo contrária à tese do marco temporal, que prevê que povos indígenas só poderiam reivindicar terras que ocupavam à época da promulgação da Constituição em 1988, vai acabar com o agronegócio no Brasil. O tema deve ser apreciado novamente nesta quarta-feira (15).

Ao mesmo tempo, o presidente reiterou que os Três Poderes precisam ser respeitados e que o trabalho conjunto do Executivo, Legislativo e Judiciário deve beneficiar todos os brasileiros.

Outro tema que deve voltar com mais força à pauta nesta semana é a PEC dos precatórios. Em evento do banco Credit Suisse na última sexta-feira (10), Paulo Guedes, ministro da Economia, disse que conversas com o STF e os presidentes da Câmara e do Senado serão retomadas nesta segunda para resolver o impasse com os precatórios.

“Primeira (prioridade) é o meteoro, é o precatório, a bomba judiciária. Vamos falar com o STF, com o Congresso, imediatamente na segunda-feira”, disse Guedes.

O ministro também destacou que o governo precisa de previsibilidade e capacidade de execução orçamentária e que, por isso, será necessário encontrar uma saída para a conta de R$ 89,1 bilhões em precatórios em 2022.

Cena externa

No cenário internacional, as bolsas asiáticas fecharam com desempenhos variados nesta segunda-feira, com destaque negativo para ações listadas em Hong Kong. Os papéis da Alibaba, por exemplo, caíram 4,23% após uma reportagem do jornal Financial Times afirmar que Pequim deseja dividir a Alipay, do Ant Group, e forçar a criação de um aplicativo separado de empréstimos.

Ainda em destaque, dados oficiais da China mostraram que os novos empréstimos bancários subiram menos do que o esperado no país no mês passado. Os bancos chineses dirigiram 1,22 trilhão de iuanes (US$ 189,51 bilhões) em novos empréstimos em agosto, alta em relação a julho mas abaixo das expectativas de analistas.

Nos Estados Unidos, os futuros das bolsas americanas operam no campo positivo no começo da manhã. Nesta terça-feira (14), deve ser divulgado o Índice de Preços ao Consumidor. A expectativa de economistas ouvidos pela FactSet é de alta de 5,3% na comparação anual em agosto. Além disso, dados sobre vendas no varejo deverão ser divulgados mais para a frente nesta semana.

Já na zona do euro, investidores continuam a avaliar a última decisão do Banco Central Europeu (BCE) da semana passada, de desacelerar o ritmo de compra de títulos sob o seu Programa Emergencial de Compras (PEPP na sigla em inglês), em resposta a inflação mais alta e ao ritmo mais forte de crescimento do PIB na Zona do Euro.

Mudanças no Tesouro Direto

A B3 informou que, a partir desta segunda-feira, a liquidação dos resgates na plataforma do Tesouro Direto vai começar a ocorrer no mesmo dia em que o investidor fizer a solicitação. A mudança só vai valer para operações realizadas antes das 13h.

Hoje, o prazo é de um dia útil após o pedido, em média. Mas há casos em que a liquidação pode ocorrer até dois dias úteis depois de feito o pedido.

Com a mudança, a B3 informou que agora todas as operações realizadas após 13h serão liquidadas em D+1, ou seja, um dia útil após o pedido.

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Fonte: IR sem erro

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